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Cosmam confere atraso em dragagem do Salso

Carmo (d), Silveira e Todeschini em visita ao Arroio do Salso, nesta quinta Foto: Bruno Todeschini
Carmo (d), Silveira e Todeschini em visita ao Arroio do Salso, nesta quinta Foto: Bruno Todeschini

Quando as enchentes atingiram moradores da zona sul de Porto Alegre, alagando ruas e destruindo casas, em maio do ano passado, comunidades da região trataram de reivindicar a dragagem urgente do Arroio do Salso para evitar futuras cheias. Desde então, nada foi feito no local. Em visita à área, na manhã desta quinta-feira (12/3), a Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal cobrou da prefeitura mais agilidade na dragagem. “O arroio virou um depósito de areia e sujeira. Com isso, as águas transbordam facilmente com as chuvas características nessa época do ano”, explicou o presidente da Comissão, vereador Carlos Todeschini (PT).

Conforme informou, só em 2008, mais de 200 pessoas ficaram desabrigadas com a enchente. O Arroio do Salso corta os bairros Lomba do Pinheiro, Rincão, Restinga, Hípica e Juca Batista. Morador da região há dez anos, Adir Contreira Moreira angustia-se só de pensar como irá proteger sua família contra as futuras chuvas. “Cada vez que começa a chover ficamos preocupados. Não temos estrutura para barrar as águas e a prefeitura só nos faz promessas”, criticou ao relatar que na última enchente perdeu muitos alimentos, roupas e eletrodomésticos.

Acompanhando a visita, o engenheiro do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Marco Antônio Silveira, disse que a dragagem atrasou devido ao impasse entre o órgão e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. “A Smam não tinha acordo com o método utilizado pelo departamento para fazer a limpeza”, explicou. A técnica de dragagem do DEP consiste em extrair os resíduos dos arroios e colocá-los em suas margens.  

Segundo relatório da Smam, esse artifício não é adequado, pois só contribui para a degradação do meio ambiente. “É preciso preservar as espécies vegetais da região”, alegou a representante da Secretaria, Cibele Silva do Carmo. No entanto, conforme comunicou, espera-se que até a próxima semana os técnicos das autarquias já tenham definida a melhor forma de dragagem. “O trabalho é demorado, mas é preciso cautela para encontrar um meio-termo", afirmou.

Ester Scotti (reg. prof. 13387)

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Dragagem do Salso deve começar em oito dias