Cosmam debate a transferência do serviço de ginecologia do Hospital Conceição
Reunião tratou sobre a transferência do serviço de Ginecologia do GHC para o Hospital Fêmina, no Bairro Rio Branco, em Porto Alegre (Foto: Marlon Kevin/CMPA - Uso público, resguardado o crédito obrigatório) Nos encaminhamentos, ficou estabelecido um pedido de informação para a Secretaria Municipal de Saúde; além de uma visita da Cosmam ao Hospital Fêmina (Foto: Marlon Kevin/CMPA - Uso público, resguardado o crédito obrigatório)
A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre debateu nesta quinta-feira (06/03) a transferência do serviço de Ginecologia do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que passará para o Hospital Fêmina, no Bairro Rio Branco, em Porto Alegre. A reunião foi conduzida pela presidente da Comissão, Psicóloga Tanise Sabino (MDB), e foi proposta pela vereadora Fernanda Barth (PL).
A proponente da pauta ressaltou a importância do debate para esclarecer todas as questões e desafios que envolvem a mudança dos atendimentos no hospital. “É uma grande preocupação externada no dia em que foi trazida essa pauta de não deixar a comunidade da zona norte desassistida, de respeitar as questões dos residentes que haviam se colocado para fazer uma residência em determinado hospital e serem obrigados a trocar”, pontuou.
O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, questionou as consequências do encerramento do serviço. “Temos que entender que há um conjunto de questões interligadas, que fazem com que o Hospital Conceição por si só não seja apenas um hospital do município de Porto Alegre. Ele pega não só as cidades próximas, mas é a principal referência para o Estado inteiro", apontou. Além disso, destacou o possível fechamento do Hospital Fêmina e o impacto na saúde da população da zona norte. “Existe um projeto de fechamento do Hospital Fêmina, pois não teria condições de ser mantido em funcionamento e a ideia seria o fechamento e, num futuro próximo, a abertura de outro hospital. Portanto, estamos levando o serviço de um hospital para outro que será fechado", afirmou.
A representante do Conselho Regional de Medicina (Cremers), Laís Leboutte, reforçou as preocupações da entidade com a eficiência do serviço e as condições dos profissionais e residentes da área. “No ponto de vista institucional, o Conselho Regional de Medicina tem uma visão e uma preocupação no mesmo sentido do Sindicato, porém mais ampla. Nos preocupam as condições de atendimento da população, as condições de trabalho e as condições de ensino dos residentes”, salientou.
O diretor de Atenção à Saúde do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Luis Antônio Benvegnú, argumentou sobre a ampliação dos serviços do hospital com o intuito de unificar o atendimento voltado à saúde da mulher. “Hoje atendemos muito mais do que atendíamos antes, em uma instalação muito melhor e agora vamos começar a oferecer radioterapia. Foi muito pensado, com a ida do serviço de oncologia para o Conceição sobraram leitos, a lógica é unificar o atendimento à mulher”, contou. Também ressaltou que, com a mudança, “a gente garante que o mesmo número de atendimentos vai continuar acontecendo, além de liberar espaço no Conceição para 700 consultas por mês e 115 novas cirurgias”.
A gerente de internação do GHC, Niva Martinez, assegurou as melhorias e reformas feitas no hospital para comportar os atendimentos e as respectivas equipes do Hospital Conceição. “A gente se preocupou com a estrutura física, com a integração das equipes e com a locação dos espaços. Nós passamos por duas reformas, a reforma do bloco cirúrgico, uma reforma de melhoria de ambiência e investimento em equipamentos, além de uma quinta sala que estará pronta até o final do ano. Fizemos reforma na emergência, melhoramos a qualidade, ampliamos o número de leitos e criamos uma sala de atendimentos”, explicou.
O secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, reafirmou o compromisso do Executivo em todo o processo, bem como a continuação da fiscalização para garantir o atendimento de qualidade para a população. “A Secretaria está fiscalizando e acompanhando esse processo desde o início, tínhamos dúvidas em questões de obras e execuções”, disse. Por fim, exaltou os benefícios da mudança para a saúde municipal. “Entendemos que essas 700 novas consultas, bem como as mais de 100 cirurgias, vão fazer diferença nesse processo”, finalizou.
Nos encaminhamentos, ficou estabelecido um pedido de informação para a Secretaria Municipal de Saúde. Além disso, um relatório trimestral de acompanhamento da transição dos atendimentos do Hospital Conceição para o Hospital Fêmina e uma visita da Cosmam ao hospital para conhecer o processo da mudança.