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Cosmam debate prevenção aos acidentes com queimaduras

  • Reunião de Comissão - 21ª Reunião (Ordinária) da COSMAM – Ações de prevenção e tratamento de queimaduras.
    Fernanda e Ana Paula deram seus depoimentos sobre os acidentes (Foto: Fernando Antunes/CMPA)
  • Reunião de Comissão - 21ª Reunião (Ordinária) da COSMAM – Ações de prevenção e tratamento de queimaduras.
    Comissão se reuniu na manhã desta terça-feira (Foto: Fernando Antunes/CMPA)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre tratou hoje (27/6) da prevenção a acidentes que resultam em queimaduras. O encontro, mediado pelo vereador José Freitas (Republicanos) e sugerido pela vereadora Psicóloga Tanise Sabino (PTB), integra a programação do Junho Laranja de Prevenção às Queimaduras.

O coordenador da Unidade de Queimados do Hospital de Pronto Socorro (HPS), Tiago Fontana, e a coordenadora da UTI de Trauma Pediátrico do HPS, Renata Brasil, apresentaram dados sobre os acidentes e destacaram a importância da prevenção para evitá-los. Fontana disse que o HPS faz dois mil atendimentos por queimaduras anualmente. "Entre 80% e 90% deles são evitáveis. E 80% dos acidentes com crianças são na cozinha. Ou seja, lugar de criança não é na cozinha."

Renata informou que em 2022 houve 244 internações por queimaduras na UTI, 88 delas de crianças. Ao reforçar a defesa da prevenção, a coordenadora citou outro dado: "No período de férias escolares aumenta o número de acidentes com crianças, que ficam em casa às vezes sem um acompanhamento adequado."

Vítimas

Duas convidadas da Cosmam, ambas vítimas de acidentes com queimaduras causadados por lareiras ecológicas, contaram como se feriram e as sequelas físicas e emocionais que tiveram. Ana Paula Rodrigues, que teve 30% do corpo queimado, defendeu um melhor atendimento psicológico às vítimas após os acidentes. "A gente fica não apenas com a saúde física prejudicada. A saúde mental também é muito afetada. Tive depressão e há muitas pessoas escondidas em casa com vergonha de sair."

A arquiteta Fernanda Basso disse que se acidentou com uma lareira ecológica (que utiliza álcool como combustível) quando visitava um imóvel de um cliente. Ela também teve 30% corpo queimado e ficou 40 dias na UTI. "Depois do acidente, comecei a pesquisar sobre estes equipamentos e descobri que não há uma certificação que ateste a segurança deles."

Impactante

Tanise disse que "a reunião foi impactante por trazer os dados sobre os acidentes e também os depoimentos de vítimas". Afirmou que as informações levadas à comissão reforçam a importância da prevenção e de campanhas como o Junho Laranja. Quanto às lareiras ecológicas, sugeriu que a Cosmam analise a possibilidade de um projeto de lei disciplinando o uso dos equipamentos na cidade.

Texto

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)