COMISSÕES

Cosmam debate qualidade da água em Porto Alegre

  • As águas dos mananciais até a chegada nas torneiras: qualidade e consequências segundo os dados do DMAE.
    Bruno Vanuzzi (D), diretor do Dmae (Foto: Marlon Kevin/CMPA - Uso público, resguardado o crédito obrigatório)
  • As águas dos mananciais até a chegada nas torneiras: qualidade e consequências segundo os dados do DMAE.
    Pauta foi proposta pelo vereador Gilvani o Gringo (Foto: Marlon Kevin/CMPA - Uso público, resguardado o crédito obrigatório)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre debateu nesta terça-feira (25/3) a qualidade da água para os consumidores da Capital. A reunião foi proposta pelo vereador Gilvani o Gringo (Republicanos) e conduzida pela vice-presidente da comissão, Claudia Araújo (PSD).

O proponente da pauta ressaltou a importância do tema para a saúde da população porto-alegrense: “Temos que lutar em cima do que está ocorrendo hoje nos nossos mananciais para melhorar a qualidade da água que chega nas nossas torneiras. Assim, vamos salvar muitas vidas e melhorar muito a saúde da nossa população.” Além disso, condenou a atual situação do Guaíba e cobrou maior fiscalização dos órgãos competentes. “O Guaíba está podre, temos que tomar muitas ações, tomar atitudes para cobrar, temos que cobrar o governo do estado. Cadê a infraestrutura, os técnicos e os responsáveis pela fiscalização?”, questionou. 

A diretora de tratamento e esgoto do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Joice Becker, explicou os processos que envolvem as variações nas propriedades da água conforme o período do ano. “Do ponto de vista de contaminantes, o que a gente vê no Guaíba em alguns pontos e em algumas épocas do ano, principalmente associados ou a inundação, ou a estiagem, é a variação de alguns parâmetros da água.” Por fim, garantiu a qualidade da água e assegurou a segurança da saúde da população: “Em nenhum momento tivemos qualquer alteração no Guaíba que causasse algum prejuízo ou risco para a saúde”. 

A gerente do tratamento de águas do Dmae, Vanessa Venturi, esclareceu os processos que envolvem o monitoramento da qualidade da água em Porto Alegre: “Todos os dias saem três roteiros de monitoramento, vamos às casas de usuários, são 357 pontos distribuídos em toda Porto Alegre. Casas de usuários, hospitais, rodoviária e aeroporto são pontos constantemente monitorados pelo departamento”. 

O professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS Salatiel Wohlmuth da Silva enfatizou a importância do saneamento básico e do esgotamento sanitário para a qualidade da água da fonte. “A qualidade da água bruta está relacionada com a falta de saneamento básico, falta de esgotamento sanitário, falta de rede, tratamento e tratamento de efluentes. No momento em que investirmos mais na coleta adequada do esgoto sanitário, no tratamento do esgoto, no lançamento adequado, diminuindo os impactos no ambiente, a qualidade da água vai melhorar naturalmente e vamos gastar menos para fazer o tratamento”, destacou.

O chefe da Equipe de Vigilância em Saúde Ambiental e Águas (EVSAA), Alex Lamas, apresentou os diferentes procedimentos de fiscalização e controle da qualidade da água. “Temos dados próprios, microbiológicos e físico-químicos, as equipes do Dmae fazem as análises de controle e nós as de vigilância. Além disso, temos um contrato com o laboratório NSF que faz as análises mais complexas como metais pesados e agrotóxicos, além de pesquisas com a UFRGS”, explicou.

O diretor-presidente do Dmae, Bruno Vanuzzi, abordou os impactos da drenagem na qualidade da água do município. “A drenagem impacta nas questões de nível de tratamento, na qualidade da água a ser tratada, na floração das cianobactérias, que produzem geosmina e 2-MIB, as substâncias que dão o cheiro. Hoje, captamos a nossa água na foz onde se juntam o rio Jacuí e Gravataí, e grande parte da água que tomamos vem principalmente do Gravataí, que é um dos rios mais poluídos do Brasil”, salientou.

Texto

Laura Paim (estagiária de Jornalismo)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)