Comissões

Cosmam discute políticas públicas para a saúde do idoso

Saúde do Idoso
Comissão se reuniu na manhã desta terça-feira (Foto: Marlon Kevin/CMPA)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre discutiu nesta terça-feira (03/12) sobre a saúde do idoso. A reunião foi proposta pela vereadora Mônica Leal (PP), que enfatizou a necessidade de "politicas públicas que devem ser pensadas e implementadas na capital do Rio Grande do Sul, que é uma das mais idosas do Brasil". A reunião abordou as necessidades de saúde dos idosos e as especificidades das comorbidades que afetam esta população. "O poder público deveria investir em campanhas publicitárias para educar a juventude no cuidado com os idosos". 

A gerontóloga e sanitarista Suzete Carbonell Leal defendeu que é preciso uma política de envelhecimento saudável, com ações "efetivas, eficazes e factíveis". Sobre a prevenção, acredita que as políticas devem focar nos exercícios físicos, como as iniciativas esportivas adaptadas aos idosos. "É muito importante o acesso ao esporte, ao lazer, à educação e à socialização". Dentre os principais tópicos que merecem atenção do poder público, a convidada apontou a capacitação de profissionais, a morada assistida e educação continuada.

Eveline Rodrigues, diretora adjunta da atenção primária do município, falou sobre a importância das equipes multidisciplinares instituídas na rede de saúde municipal. Segundo ela, dos 300 mil idosos porto-alegrenses, 280 mil estão cadastrados no SUS. "Um dos motivos da gente ter mantido nas equipes multidisciplinares os profissionais de educação física e fisioterapia é pensando neste público. Como esta população pode ser beneficiada para além do atendimento ambulatorial?" Destacou os direitos assegurados aos idosos, como a possibilidade de escolher qual unidade de saúde utilizar, sem necessidade de vínculo ao seu endereço de moradia. 

Oscar Pereira Dutra, diretor do Instituto de Cardiologia, enfatizou a necessidade de atenção às diferentes comorbidades que afetam a população idosa, que tem especificidades que potencializam a complexidade e dificuldade de tratamento. "Todos os fatores de riscos que são tratados precocemente, mesmo com o avanço da idade, trazem benefícios tardiamente." Também falou sobre questões subjetivas dos idosos, que afetam diretamente sua saúde física e mental. "Outra coisa que me preocupa muito é a vulnerabilidade do idoso. A dependência de outros, baixa autoestima, mudanças financeiras e perda de pessoas queridas são algumas das coisas que afetam a saúde do idoso." Apresentou as definições de síndromes geriátricas, como a fragilidade, multimorbidades, polifarmácia e incapacidade. 

O promotor de Justiça do Ministério Público do RS Mauro Luis Silva de Souza falou sobre a Lei do Idoso, as políticas públicas e os direitos da pessoa idosa. "A política pública é sempre sistêmica, envolve diversos setores. O Ministério Público estará sempre ao lado destes que atuam pra construir estas políticas." Como exemplo, citou o uso, em último caso, da lei penal contra o abandono de idosos. "Nós precisamos nos educar para envelhecer", argumentou o promotor, falando sobre a necessidade de cuidados e atenção à prevenção, o que envolve também familiares e pessoas próximas à população idosa. 

Texto

Theo Pagot (estagiário em Jornalismo)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)