COMISSÕES

Cosmam trata da construção de unidade de saúde no Lami

  • Reunião da Cosmam sobre construção da nova unidade de saúde do Lami.
    Vereadores ouviram representantes da prefeitura e da comunidade (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Reunião da Cosmam sobre construção da nova unidade de saúde do Lami. Na foto, vereador José Freitas, presidente da comissão, e vereadora Claudia Araújo, vice-presidente
    José Freitas foi o proponente da reunião (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre se reuniu na manhã desta terça-feira (14) para tratar da demanda pela construção de uma nova unidade de saúde no bairro Lami, no Extremo Sul da Capital. A reunião foi proposta e conduzida pelo vereador José Freitas (Republicanos), presidente da comissão.

Freitas relatou que há mais de 10 mil usuários cadastrados na Unidade de Saúde Lami e defendeu a necessidade de um espaço físico maior. O vereador disse que estão em andamento tratativas por parte da Prefeitura para aquisição de um terreno, onde será construída a nova unidade.

A diretora-adjunta da Saúde Primária da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Eveline Rodrigues, afirmou que a Prefeitura analisou dois terrenos na região, que foram descartados por problemas nas matrículas. “As opções apresentadas tinham diversas irregularidades. O mais adequado é partir para um terreno que esteja em condição de aquisição”, destacou Paula Carvalho, da Procuradoria-Geral do Município (PGM).

Conforme Eveline, a Prefeitura está analisando agora uma terceira opção, que está com a matrícula regular e “é uma opção mais otimista”, de acordo com ela. O terreno em questão fica quase ao lado da unidade atual e está à venda desde 2018, conforme relatos apresentados na reunião. Ela ressaltou que “a ampliação não é uma alternativa, pois a estrutura é muito deficitária”, o que obriga a construção de uma unidade nova. Com a expansão no espaço físico, a equipe de atendimento poderá ser ampliada, segundo a diretora-adjunta.

Daniela Jardim, gerente assistencial da Associação Hospitalar Vila Nova, reconheceu que “a estrutura está precária, apesar de todas as reformas de adaptação”. Ela afirmou que o número de usuários está pressionando a unidade de saúde e que “em termos de atendimento, estamos suprindo as necessidades”. De acordo com Daniela, o serviço pode ganhar em qualidade a partir de melhorias na equipe e na infraestrutura.

“Estamos literalmente afogados”, afirmou Kelly Corrêa, gerente da Unidade de Saúde Lami. Ela relatou que o posto se torna “um caos” em dias de chuva, com salas alagadas. “A estrutura do posto é realmente muito precária”, destacou. Segundo ela, há uma demanda diária muito alta de usuários – a unidade chega a atender até 300 pessoas em um dia, afirmou. Ela relatou que “os profissionais estão sobrecarregados” e que não há estrutura física para adicionar novos funcionários.

Mobilização da comunidade

“A questão da saúde no Extremo Sul é muito crítica”, disse Idemar Nunes, do Conselho Distrital de Saúde da região. Ele criticou a Prefeitura pelo fato de a negociação para a compra de um terreno se arrastar há anos, ao longo de diferentes governos, e destacou a mobilização da comunidade nesse período. Nunes disse que “as equipes não têm condições de trabalhar” na estrutura atual e pediu providências imediatas. Ele afirmou que o Ministério Público já atuou para obrigar a prefeitura a melhorar a estrutura das unidades de saúde do Extremo Sul e ressaltou que a região tem indicadores de saúde ruins.

“As equipes nos atendem bem, mas o local é inapropriado”, afirmou Clara Peter, também do Conselho Distrital. Ela disse que a estrutura atual é um “puxadinho” e que os problemas de infraestrutura prejudicam tanto os pacientes quanto os trabalhadores da unidade.

Ivani Macedo, delegada do Orçamento Participativo (OP) no Extremo Sul, ressaltou que a unidade não tem espaço físico para acolher a quantidade de pessoas que buscam atendimento. Ela disse que o estado é de “precariedade” e que o local não tem condições de receber novos profissionais ou equipamentos. Inácia Paiva, também delegada do OP, destacou que o terreno que está sendo analisado pela prefeitura é amplo, que pode receber novas construções e que não há necessidade de demolir a estrutura existente no local.

Representantes da comunidade presentes na reunião enfatizaram que o posto está em condições inadequadas e precisa lidar com uma alta demanda, inclusive atendendo pacientes que vêm de Viamão. Eles defenderam a compra do terreno e pediram que os vereadores direcionem emendas para auxiliar na aquisição.

Encaminhamentos

Ao longo da reunião, os vereadores prometeram destinar emendas para a compra do terreno e para a melhoria no atendimento da saúde na região. Eveline Rodrigues, da SMS, afirmou que os próximos passos de tramitação para a aquisição do terreno são acionar a equipe de Engenharia da secretaria para verificar a viabilidade técnica do local. Posteriormente, técnicos da Secretaria Municipal da Fazenda serão chamados para avaliar os valores envolvidos na transação e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) será convocada para analisar a condição das árvores do local. Representantes da SMS estimaram em dois meses o prazo necessário para realizar essas avaliações.

Texto

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)