Cosmam trata sobre o sistema de saúde municipal após a enchente
A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) realizou reunião virtual, na manhã desta terça-feira (02/07), que tratou sobre o sistema de saúde municipal após a enchente. A proponente da pauta, vereadora Cláudia Araújo (PSD), falou das dificuldades já enfrentadas pelo sistema de saúde e que foram agravadas pela enchente. “Nós temos todos os problemas de inverno, como as doenças respiratórias”, disse, e somados a isto, as perdas materiais e emocionais das pessoas após a tragédia ocorrida em maio.
Representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) fizeram uma apresentação sobre o tema. Conforme a diretora de Atenção Primária, Vânia Frantz, foram 16 unidades de saúde afetadas em Porto Alegre, sendo 14 ainda fechadas em razão do forte impacto, além da Central de Distribuição de Medicamentos, farmácias distritais e veículos da SMS. A diretora abordou as principais ações da pasta em relação aos danos sofridos. Durante este período, todas as unidades estão atendendo pessoas de todos os territórios e os profissionais das unidades fechadas foram realocados. Dez unidades abrirão aos finais de semana durante a Operação Inverno. Foram locados dois novos prédios para a Central de Medicamentos e farmácias, além de unidades móveis. A Secretaria também ampliou os prazos de validade de receitas, já que as pessoas perderam seus medicamentos com a enchente.
A diretora da Vigilância Sanitária da SMS, Evelise da Rocha, falou sobre a mitigação de riscos de doenças e agravos no pós-enchente. De acordo com ela, a Vigilância tem uma cartilha de orientação para retomada de atividades nos serviços de saúde após as enchentes, que foi criada no ano passado, e vem sendo usada a cada novo episódio climático. Também tem realizado ações de fiscalização, junto à Policia Civil e Procon, em restaurantes, locais de armazenamento de alimentos, produtos de higiene e limpeza, medicamentos, entre outros.
Sobre os agravos de doenças, Evelise apontou que, até o momento, são 1.765 casos notificados de leptospirose, 66 confirmados, e quatro mortes pela doença. “Leptospirose nós não aguardamos qualquer tipo de exame para o tratamento”, ou seja, tendo o contato com a água contaminada da enchente e com a manifestação dos sintomas, já é iniciado o tratamento. Hepatite A são 11 casos confirmados até agora. Segundo ela, a dengue também foi agravada em função dos alagamentos, muito por causa do lixo acumulado, além da água. A equipe da Vigilância Sanitária checa a potabilidade da água em pontas de rede do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) e em fontes alternativas, com orientações à população.
No encerramento da reunião, a proponente da pauta agradeceu a participação de todos e salientou a importância de continuar debatendo esse tema do sistema de saúde no pós-enchente e seus reflexos para a população.