PLENÁRIO VIRTUAL

Crise fechou 7 mil vagas e 20% do comércio já não existem mais

ERRATA: A pademia do coronavírus resultou no fechamento de 7 mil vagas de emprego, e não de 7 mil empresas, como publicado no dia 16 de julho.

  • Sessão virtual
    Reunião discutiu problemas do comércio
  • Sessão virtual.
    Encontro foi sugerido por João Bosco Vaz (PDT) (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

As informações foram dadas nesta quinta-feira (16/7) pelo presidente do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas). Paulo Kruse falou durante sessão ordinária remota da Câmara Municipal e alertou que outros 15% podem encerrar atividades quando for possível a reabertura das lojas. Opinou que os clubes de futebol não deveriam reiniciar suas atividades enquanto o comércio permanecer fechado e defendeu a continuidade dos trabalhos na construção civil. Kruse admitiu que o comércio, funcionando plenamente, é responsável pela circulação de cerca de 600 mil pessoas por dia na cidade. Mas considerou excessiva a duração do fechamento das lojas - o que, segundo ele, está provocando uma verdadeira desobediência civil, com pequenos e médios comerciantes atendendo de forma clandestina em toda a cidade. O dirigente lembrou, ainda, que 90% do setor é composto por médias e pequenas empresas, cujos proprietários dependem das vendas para sobreviver. O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre (Sindec) concordou com Kruse quanto à necessidade de a categoria ser ouvida, fazendo parte do comitê que toma as decisões sobre a pandemia na cidade. Nilton Souza Neco confirmou, também, a assinatura de acordo que vai permitir a prorrogação da suspensão dos contratos de trabalho e a diminuição da carga horária e dos salários dos comerciários, independente do governo federal, até o final do ano. Mas defendeu o isolamento social como única forma de se combater a doença e salvar vidas e criticou a abertura precipitada de parte do comércio e a restrição do transporte coletivo. O presidente do Sindicato Intermunicipal das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais no Estado (Secovi-RS) informou que o setor continua trabalhando intensamente, mesmo com algumas atividades sendo feitas de casa, já que a administração de condomínios e a compra e venda de imóveis continuam sendo necessárias durante a pandemia. Moacyr Schukster admitiu que é preciso aprender a conviver com a doença, cujo ápice estava marcado para maio, mas, em sua opinião, deve durar pelo menos até o final do ano. Sugeriu que se desenvolvam formas de se garantir a qualidade do ar dentro das lojas e nos ônibus e, assim, poder mantê-los funcionando. O presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, informou que 70% dos hotéis estão fechados e 30% atuando com baixa capacidade de ocupação. Lembrou que o setor não depende apenas de estar ou não aberto, mas, também, do funcionamento do aeroporto, responsável pelo transporte dos hóspedes e que estaria operando com apenas 10% de sua capacidade. O dirigente observou que, no caso dos restaurantes, a entrega e retirada de comida não está sendo suficiente para que se paguem as contas - o mesmo acontecendo com as lancherias, que precisam pagar seus empréstimos, funcionários e os shoppings centers onde estão instaladas. Mas acredita que não adianta se precipitar a reabertura dos estabelecimentos porque há um medo generalizado na sociedade e eles não terão clientes. Chmelnitsky defendeu a união e o diálogo e criticou o governo federal pela demora e burocracia no repasse de recursos aos que mais precisam. Confira a íntegra do debate.