Comunicações

Curso preparatório TransEnem é homenageado na Câmara

  • Período de Comunicações em Homenagem ao Trans ENEM.
    Professor Morgan Lemes destacou trabalho voluntário do Coletivo com população LGBTQIA+ (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Período de Comunicações em Homenagem ao Trans ENEM.
    Professora Diana Almeida criticou falta de políticas públicas para o público LGBTQIA+ (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

A Câmara Municipal de Porto Alegre homenageou nesta segunda-feira (11/10), durante o período de Comunicações, o Coletivo pela Educação Popular TransEnem. O requerimento foi proposto pela veadora Laura Sito (PT). O Transenem POA oferece desde 2016, de forma gratuita, curso preparatório para Encceja, Enem e pré-vestibular para a população LGBTQIA+. O Coletivo é composto inteiramente por voluntários e sem fins lucrativos.

A vereadora Laura Sito destaca que, mais que uma homenagem ao curso, o objetivo do tributo é lutar contra a transfobia e pela igualdade. “A história do Brasil é permeada pela exclusão e pelo preconceito. O poder público, embora com pequenos avanços no último período, nunca abraçou ou protegeu a liberdade de ser quem se é. As pessoas trans são as que mais sofrem com isso”, acrescentou.

O Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo, lembra a vereadora Daiana Santos (PCdoB). “A expectativa de vida das pessoas trans no Brasil é de 35 anos, em média. Quando se fala em investimento em educação, a redução foi de 92% no governo Bolsonaro. Isso fala da negligência, do descaso, de algo que é muito caro e necessário para que a gente rompa esse ciclo de violência para uma parcela da população”, explica.

Morgan Lemes, professor de História do Coletivo, disse que, durante o período de pandemia, em que as aulas passaram a ser realizadas de forma online, o curso passou a atender pessoas, inclusive, de fora do Estado. “Agradeço a homenagem e todo apoio que temos recebido e deixo nossa palavra de que o Coletivo vai continuar rompendo barreiras e não pretendemos parar de lutar pela educação popular”, friou.

Também professora de História, Diana Almeida, fez uma crítica à falta de políticas públicas para o público LGBTQIA+. “Essa ausência ou ignorância voluntária do estado, de olhar para a população, nos força a criar redes de proteção e solidariedade. Espaços educacionais para essas pessoas que sempre foram marginalizadas pelo estado brasileiro. Quando a gente constrói a educação popular para pessoas LGBT, constrói redes para fortalecer as pessoas que o estado ignora”, conclui.

Texto

Elisandra Borba (reg. prof. 15448)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:educação popularTransEnemEnemLGBTQIA+