DMAE esclarece situação dos alagamentos no Bairro Ponta Grossa

A Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal de Porto Alegre debateu nesta terça-feira (28/9) a situação dos alagamentos no Bairro Ponta Grossa. O presidente da Cuthab, vereador Cassiá Carpes (PP), deu início ao encontro agradecendo a presença de todos e logo pediu aos líderes da comunidade para explanar a situação para que todos pudessem entender o problema. Como encaminhamento, surgiu a ideia da comissão fazer uma emenda ao Orçamento sobre o tema.

 

A moradora do bairro Juana Cattaneo disse que sofre há mais de 20 anos com alagamentos. "Acredito que seja uma situação que não depende mais só dos moradores. Já fizemos diversas obras na minha casa, por exemplo, para tentar resolver, mas a cada ano a situação piora", disse. O alagamento causa problemas como o acesso dos ônibus e dos moradores, além de afetar o deslocamento das crianças para a escola, que são frequentes quando há chuvas. A moradora destacou ainda que é preciso uma visão macro do bairro e não apenas foco em uma rua, pois é um problema geral do bairro.

 

O diretor de Gestão e Desenvolvimento do DMAE, Valdir Flores, falou que o DMAE já está buscando recursos junto ao BRDE - que já foram aprovados - mas ainda dependem da aprovação da Secretaria Nacional do Tesouro. "O DMAE está aguardando para executar esses projetos, já se sabe o que tem que fazer lá. Tão logo tenhamos os recursos, os projetos serão encaminhados para licitação e execução. Não conseguimos prever o prazo porque faltam os recursos, mas com a disponibilidade orçamentária já poderemos encaminhar e estabelecer os próximos passos", completou. Segundo o diretor, há centenas de demandas na cidade e com a liberação desses recursos, a prefeitura irá começar a fazer as obras mais urgentes. 

 

Vereadores

 

A vereadora Karen Santos (PSOL), proponente da pauta na Cuthab, disse que é um problema estrutural da comunidade, que há um abaixo-assinado dos moradores e que outros vereadores também estão fazendo trabalhos. Pedidos de providência ao DMAE, engenheiro foi ao local e disse que é um problema que envolve obras e licitações e não só da casa de bombas, que foi invadida e teve fios roubados. "O bairro tem pontos que tem um lençol de água que inunda quando chove. Quais os projetos de drenagem e saneamento? Fazer uma discussão no orçamento anual, se precisa de mais recursos, o que pode ser feito com emendas impositivas. Não é um problema somente deste bairro, mas sim um dos principais problemas de Porto Alegre. 

 

O vereador Jonas Reis (PT) disse que o problema se gerou quando surgiu o separador absoluto, que era para ser uma solução, mas criou o caos para a cidadania. "Vi isso também no Teresópolis, que o esgoto voltou para dentro da residência. Acho que tem um problema no planejamento e na execução do separador. A Câmara precisa acompanhar mais o DMAE, que tem R$300 milhões em caixa há muito tempo. O governo anterior deixou o dinheiro parado por muito tempo", completou.

 

O vereador Roberto Robaina (PSOL) disse apoiar a emenda pela comissão e destacou o diálogo com o Executivo. "Esse tipo de relação com o DMAE é tão boa, que às vezes mesmo sem ter a solução, tem a conversa. Temo como vai ficar se houver privatização do DMAE, se teríamos a mesma abertura para conversar sobre os problemas da cidade. É preciso se organizar para colocar pressão. Como o cobertor é curto, a lógica da pressão acaba funcionando", finalizou.

 

O vereador Giovani e Coletivo (PCdoB) disse que se criou no bairro e sabe muito bem dos problemas enfrentados. "É um problema comum de comunidades que sofrem carências de infraestrutura urbana em toda a cidade. Sugiro que essa comissão adote um caráter permanente de fiscalização. A limpeza pode minimizar o problema, mas a solução definitiva é obra de macrodrenagem", salientou.

 

O vereador Hamilton Sossmeier (PTB) também participou da reunião.