Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher a vereadora Tanise Sabino faz um pronunciamento na Tribuna
Na sessão plenária desta segunda-feira (7/3), nos discursos de Comunicações e Lideranças, a vereadora Psicóloga Tanise utilizou seu espaço de pronunciamento na tribuna da Câmara Municipal de Porto Alegre para fazer referência ao Dia Internacional da Mulher, comemorado anualmente no dia 8 de março. Há cerca de 3 anos a vereadora Tanise, juntamente com o seu esposo Deputado Estadual Elizandro Sabino, organiza uma campanha que contempla a luta pelos direitos e respeito às mulheres, intitulada ‘Somos todos contra o Suicídio, a Automutilação e a Violência às Mulheres’. O tema já vem sendo trabalhado pelo casal Sabino na Capital dos gaúchos e por todo o estado.
Apesar do Dia da Mulher ainda ter aquele ar de romantismo, segundo Tanise mais do que isso, a data significa uma luta por respeito e direitos: “Amanhã, dia 08 de março é o dia internacional das mulheres e parabenizo a todas as mulheres pelo nosso dia. Mas, mais do isso esta é uma data marcada com muito significado para todas nós mulheres. Precisamos aproveitar a cada ocasião, a cada oportunidade, para promover debates profundos sobre tudo que já conquistamos e os desafios a enfrentar. Em que pese que o dia 8 de março tenha um tom de romantismo, pois é comum recebermos flores, chocolates, mensagens dizendo o quanto somos maravilhosas, e é até comum sairmos para jantar; mas, mais que este romantismo, a data significa uma luta também por respeito. O que nós mulheres queremos é apenas conquistar nossos espaços de direito.”
A parlamentar durante sua fala também criticou o Deputado Federal paulista Artur Do Val por declarações "nojentas e asquerosas" sobre as mulheres ucranianas: “Como se já não bastasse todos os anos de luta pelos nossos direitos, em pleno mês dedicado a mulher, mês de março, mais um ataque a nossa honra! Recentemente um parlamentar de São Paulo, Arthur do Val, mais conhecido como ‘Mamãe Falei’ do partido Podemos, que viajou a Ucrânia em meio a guerra com a Rússia, lá fez declarações desrespeitosas em relação as mulheres. Os áudios estão aí nas redes sociais, o que ele falou sobre a beleza das mulheres, sobre o que ele seria capaz de fazer na cama com cada uma delas, sobre como identificar mulheres mais acessíveis, tudo está gravado. Segundo este parlamentar, as mulheres ucranianas são fáceis porque elas são pobres. Isso são declarações nojentas, asquerosas, é um completo desrespeito a mulher ucraniana e de qualquer país, ainda mais em um momento como este que estão vivendo, a guerra. Um desrespeito a todas nós mulheres. Ele feriu a cada uma de nós, a postura deste parlamentar feriu a dignidade humana.”
A Psicóloga Tanise Sabino salientou que tirar proveito da vulnerabilidade das mulheres em meio a uma guerra é uma atitude covarde e repugnante que merece devida punição a este ato de desrespeito. “O que chama a atenção é que não foi nenhum espião que filmou, ele mesmo gravou um vídeo em um grupo de WhatsApp entre amigos do futebol e, chegando no Brasil disse que sua atitude foi moleque. Na verdade, foi muito mais que isso, foi machista, sem empatia e sem coração. Aliás, a nossa boca só fala o que o coração está cheio, então só revelou o seu verdadeiro caráter. Ainda em tempo eu quero saudar todas as mães, esposas e filhas que estão vivendo esta guerra na Ucrânia. E, fica aqui o meu registro que nós mulheres não somos objetos, não somos coisas, e por isso nossa luta deve ser constante”, enfatizou a parlamentar.
Pesquisas do IBGE e do Atlas da violência apontam que o assédio moral e o assédio sexual nas relações de trabalho acontecem muito mais com as mulheres. “Pensando no mercado de trabalho, não é justo que uma mulher e um homem que estejam exercendo a mesma atividade, venha a mulher ganhar menos. De igual forma, não é correto que há muitos mais cargos de chefias direcionados a homens. Já tivemos muitas conquistas, mas temos que ainda avançar. Novamente a nossa luta é pelos nossos direitos, é a luta por relações profissionais mais justas e mais saudáveis”, complementou a vereadora.
Na área política, somente em 1932 foi conquistado o direito do voto feminino, ou seja, há noventa anos. Neste campo, segundo Tanise é preciso evoluir: “Infelizmente no parlamento municipal, estadual e federal, ainda são apenas cerca de 10, 15, 18% mulheres parlamentares. Hoje na Câmara de Vereadores de Porto Alegre somos 11 mulheres vereadoras, representando 30%. Na legislatura passada éramos apenas 10%. Eu espero que na próxima gestão possamos ser 50% de mulheres no parlamento da nossa capital. Este é o meu sonho. Mais mulheres no poder, mais mulheres na política, mais mulheres em cargos de gestão, em conselhos, mais mulheres médicas, advogadas, juízas, mais mulheres como presidente da nossa nação, mais mulheres como presidentes de partidos. Sabemos que o espaço de presidência de um partido ainda é muito reservado aos homens e, eu tenho a honra de ser presidente do PTB da capital. Então, que o nosso valor seja reconhecido pela nossa competência, força e resiliência.”