CCJ

Empreendedores e moradores do Moinhos buscam retorno da boa convivência

Moradores reclamam de transtornos causados especialmente por frequentadores dos estabelecimentos comerciais do bairro

  • Bairro Moinhos: a relação entre moradores e empreendedores.

Convidados: Sr. Rodrigo Lorenzoni – Secretário Municipal de Desenvolvimento e Turismo; Sr. Mário Ikeda – Secretário Municipal de Segurança.
    Reunião presidida por Felipe Camozzato (c) teve presença de Rodrigo Lorenzoni (microfone) e Mário Ikeda (e) (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
  • Bairro Moinhos: a relação entre moradores e empreendedores.

Convidados: Sr. Rodrigo Lorenzoni – Secretário Municipal de Desenvolvimento e Turismo; Sr. Mário Ikeda – Secretário Municipal de Segurança.
    Reunião foi proposta pelo vereador Ramiro Rosário (ao microfone) (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

Os problemas de perturbação da ordem pública no bairro Moinhos de Vento têm sido fruto de reclamações de empreendedores e moradores e foi tema da reunião desta terça-feira (22/06) da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal de Porto Alegre. O presidente da Comissão, vereador Felipe Camozzato (Novo), deu início à reunião destacando que o objetivo do encontro é encontrar o melhor encaminhamento dessa temática que é de interesse para toda a cidade, informando ainda que a Secretaria Municipal de Segurança já está atuando neste sentido com operações nos finais de semana.

 

O proponente do encontro, vereador Ramiro Rosário (PSDB), contou que, ao longo de mais de um ano, vem se intensificando as algazarras e a balbúrdia, especialmente na rua Padre Chagas e suas proximidades. Rosário fez uma apresentação da proposta inicial, chamada de "Moinhos Seguro", que inicialmente era um projeto de lei e foi transformado em um projeto indicativo que se transforma numa proposta efetiva ao poder executivo para que possa ter uma regulamentação das normas por meio de decreto municipal. "O projeto busca o convívio harmônico entre todos no bairro Moinhos de Vento, estabelece diretrizes de horário de funcionamento baseado na experiência do bairro, ampliando a atuação de alguns estabelecimentos para que as pessoas permaneçam dentro e não na rua, proíbe poluição sonora nas vias públicas, proíbe comércio ambulante, coordena eventos de rua com a previsão objetiva de cada um dos atores e propõe restrições de venda de bebidas takeaway", completou.

 

O secretário municipal de Segurança, Mário Ikeda, informou que, neste ano, já foram realizadas 51 operações, que se intensificam todos os finais de semana. "Os empresários estão se esforçando para cumprir os protocolos, mas nem sempre a população tem o mesmo comportamento. Pedimos que a população contribua, principalmente em virtude do momento de pandemia que estamos vivendo, buscando trazer a normalidade e o respeito", acrescentou.

 

"Com certeza, isso só terá efeito se construirmos uma normativa que contemple os anseios da sociedade que habita, empreende e frequenta essa região. O poder público municipal olha com muita atenção essa situação", observou o secretário municipal do Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Lorenzoni. Ele lembrou ainda que o bairro tem característica residencial, com mix de empreendimentos, e é esse ecossistema que o valoriza. "Nosso grande desafio é encontrar o equilíbrio e coibir os excessos, garantindo a liberdade para quem contribui com o desenvolvimento do bairro e para que os moradores possam encontrar o devido sossego no seu cotidiano", finalizou. O secretário adjunto da pasta, Vicente Perroni, reforçou o comprometimento do desenvolvimento econômico da cidade com os empreendedores, que foi um setor muito afetado nos últimos 18 meses. "No momento que há excessos, cabe ao poder público mediá-los. É importante discutir a forma legal de penalidades para impor limites", completou.

 

Wilson Herrmann, empresário do Thomas Pub, destacou que a convivência harmônica de todos é de interesse de todos que moram, empreendem e frequentam o bairro. "Nunca tivemos problemas como esse. O que se viu de dois anos para cá foi uma ocupação irregular e desordeira das ruas do bairro por pessoas que não são moradores nem frequentadores do comércio local."

 

Enio Meneghetti, morador do bairro, salientou que ninguém é contra os empreendedores e que o que se pede é o cumprimento da legislação, quanto a horários e segurança. "No meu entender, o evento Saint Patrick 's Day (Dia de São Patrício) trouxe esse problema para as ruas. Ele atrai para o bairro uma população que não é o consumidor da região. Faço um apelo para que o bom senso prevaleça."

 

Cláudio Goldsztein também ressaltou a harmonia que existe entre moradores e empresários e a importância de ser uma região turística. "O fundamental aqui é que temos um trabalho desenvolvido através da Associação de Moradores e Empresários (AME) e que será apresentado aos vereadores em um próximo momento." Segundo ele, a presença da segurança é fundamental para que não haja ocupação indevida dos espaços públicos, assim como a fiscalização.

 

A vereadora Comandante Nádia (DEM) disse entender que seja necessário uma repactuação do poder público com empresários e moradores para que possam conviver. "Sabemos que a economia e o trabalho são importantes para Porto Alegre, assim como os moradores que querem ter paz e tranquilidade. Faltam educação e respeito dos frequentadores que estão tirando a harmonia do bairro."

 

Também participaram do encontro os vereadores Leonel Radde (PT) e Mauro Pinheiro (PL), além de empresários, moradores e imprensa.

Texto

Grazielle Araujo (reg.prof. 12855)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:empreendedoresMoinhos de Vento