COMISSÕES

Empresário Jailson Ferreira da Silva presta depoimento a CPI

  • Comissão parlamentar de inquérito presidida pelo Vereador Idenir Cecchim que investiga contratos da SMED, faz a oitiva do empresário  Sr. Jailson Ferreira da Silva
    Jailson Ferreira da Silva (E) respondeu a questionamentos feitos pelos parlamentares (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
  • Comissão parlamentar de inquérito presidida pelo Vereador Idenir Cecchim que investiga contratos da SMED, faz a oitiva do empresário  Sr. Jailson Ferreira da Silva
    Reunião da comissão ocorreu no Plenário Otávio Rocha (Foto: Fernando Antunes/CMPA)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) presidida pelo vereador Idenir Cecchim (MDB) que investiga possíveis irregularidades na Secretaria Municipal de Educação (Smed) ouviu na manhã desta quinta-feira (31) o depoimento do empresário Jailson Ferreira da Silva, representante de empresas que venderam materiais à Smed. A vereadora Mari Pimentel (Novo), presidente da outra CPI da Câmara, fez parte da mesa, convidada por Cecchim.

Questionado pelo relator Mauro Pinheiro (PL), Jailson afirmou não ter ligação com partidos políticos. Ele disse não ter relação de parentesco ou amizade com agentes políticos da prefeitura, como prefeito, vice-prefeito e secretários, e afirmou ter relação estritamente institucional com a ex-secretária Sonia da Rosa, com o ex-secretário adjunto financeiro da Smed, Mário de Lima, e com o prefeito Sebastião Melo.

Jailson foi questionado pelos vereadores sobre uma reunião na Prefeitura de Porto Alegre, no dia 9 de julho de 2021. Segundo ele, o encontro foi agendado por sua equipe técnica e teve o objetivo de apresentação do portfólio da empresa. O empresário afirmou que a reunião foi voltada especificamente para mostrar produtos de robótica e de materiais ligados à tecnologia, e destacou que os produtos de robótica não foram adquiridos pela prefeitura. “Fizemos uma apresentação preliminar dos livros, mas esse não era o foco da reunião”, afirmou.

Tiago Albrecht (Novo) chamou a reunião de lobby com o primeiro escalão da prefeitura e estabeleceu uma relação entre a troca de Janaína Audino por Sônia da Rosa no cargo de secretária da Educação e a compra dos materiais pela Smed. O vereador questionou se algum agente público recebeu dinheiro em troca das compras dos materiais, o que o empresário negou.

Giovani Culau e Coletivo (PCdoB) notou que Jailson compartilhou nas redes sociais a notícia da demissão da ex-secretária Janaína e perguntou se a notícia lhe agradou. O empresário respondeu que não tem qualquer relação com Janaína. “Compartilho várias coisas em minhas redes sociais, em especial em relação à educação”, destacou.

Respondendo à vereadora Biga Pereira (PCdoB), ele afirmou que participou da venda de produtos das empresas Inca e Austral, mas negou ser representante da empresa Sudu. Questionado por Airto Ferronato (PSB), Jailson afirmou que a aquisição dos livros foi “bem depois” da reunião na prefeitura.

Questionado pela vereadora Comandante Nádia (PP), Jailson admitiu que havia equívocos de português e matemática nos materiais, e afirmou que “a empresa é séria e fez questão de recolher todos os livros em todas as escolas” e os substituiu. Questionado por Fernanda Barth (PL) sobre o procedimento de adesão a atas de registro de preços, adotado pela prefeitura, afirmou que “o Brasil inteiro hoje faz adesão a atas”. Respondendo a uma pergunta do vereador Moisés Maluco do Bem (PSDB), ele afirmou que “Porto Alegre pegou carona em uma ata do estado de Sergipe” e de um consórcio de municípios de São Paulo para adquirir os materiais.

Prof. Alex Fraga (PSOL) notou que, na agenda do prefeito Sebastião Melo, o encontro de que Jailson participou constava como uma reunião com o vereador Pablo Melo (MDB) e o então vereador Alexandre Bobadra (PL). O empresário disse ter vínculo apenas institucional com Pablo Melo e Bobadra. Fraga mostrou registros de fotos de redes sociais em que Bobadra aparece ao lado de Jailson no que foi chamado pelo vereador de “momento festivo”.

Respondendo a uma pergunta do vereador Márcio Bins Ely (PDT), o empresário afirmou que chromebooks fazem parte do portfólio de sua empresa, mas que ele não participou da venda desses equipamentos para a Prefeitura da Porto Alegre.

Questionado por Roberto Robaina (PSOL) sobre se responde a algum processo civil ou criminal na Justiça, Jailson disse preferir não responder. Robaina afirmou ter documentos que mostram que o empresário respondeu a processos sobre crimes contra a administração pública. Respondendo a uma pergunta de Mari Pimentel, o empresário disse que não reconhece as empresas Verde e ETC, que forneceram orçamentos à prefeitura em processo em que também participou a World Soluções Educacionais, que pertence a Jailson.

Após o fim do depoimento, os vereadores discutiram e aprovaram dois requerimentos: a convocação do responsável pela agenda do prefeito Melo e de Michele Bartzen Acosta Schroder e Mabel Luiza Leal Vieira, ambas servidoras da Prefeitura de Canoas, que, à época, participaram do processo de compra da Smed. A próxima reunião da CPI irá ocorrer no dia 14 de setembro, devido ao feriado de 7 de setembro.

Texto

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)