Entidades de saúde fazem alerta sobre tabagismo e câncer de pulmão
No período de Tribuna Popular da Câmara Municipal de Porto Alegre da sessão desta segunda-feira (25/3), as entidades Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Rio Grande do Sul (SPTRS) e Associação de Cirurgia Torácica do Rio Grande do Sul (SOCITORS) apresentaram um relatório sobre saúde pulmonar e as campanhas Pulmão Legal e Respire Fundo. Discursaram as médicas Manuela Cavalcanti e Fabíola Perin, presidentes das respectivas associações.
Cavalcanti apontou dados que reforçam a necessidade de campanhas, como a Pulmão Legal e Respire Fundo, que atuam na conscientização do uso de tabaco e seus efeitos colaterais. De acordo com a pneumologista, apenas no Brasil, cerca de 160 mil pessoas morrem anualmente por conta do tabagismo. As estatísticas ainda mostram que o gasto em saúde pública e de pessoas afastadas de seus empregos por causa de doenças relacionadas ao uso de cigarro é de R$ 125 milhões a cada ano. “O tabagismo é um problema e Porto Alegre fuma mais do que o restante do Brasil. A gente tem 48% a mais de tabagismo em relação ao resto do Brasil, então temos um papel importante em tentar alertar essa população contra os riscos”, disse. O uso do cigarro eletrônico, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica e câncer de pulmão também são preocupações das entidades.
Perin alertou sobre os números a respeito do câncer de pulmão que afeta homens e mulheres, causando cerca de 30 mil mortes por ano. “O câncer de pulmão é uma doença silenciosa. Em 85% das vezes, ele é diagnosticado em estado avançado, e as chances de cura ao longo dos próximos cinco anos se reduz a 15%. Em 85% das vezes, ele está associado ao uso de tabaco”, afirmou.
No final do ano passado, as duas sociedades se uniram e estabeleceram o rastreamento do câncer de pulmão no estado, registrando a redução da mortalidade em 20%. Perin enfatizou que este dado só é possível com o diagnóstico precoce, na fase inicial da doença. “As pessoas tabagistas, ou ex-tabagistas, com mais de 50 anos, devem fazer o exame de tomografia anualmente para tentar diagnosticar o câncer de pulmão em sua fase inicial, em que ele tem uma grande chance de cura. Esta é a nossa mensagem: é uma doença que mata, mas temos possibilidade de salvar essas pessoas”, finalizou.