Sessão Solene

Escritor Alcy Cheuiche é Cidadão de Porto Alegre

  • Sessão Solene de outorga do título de Cidadão de Porto Alegre a Alcy José de Vargas Cheuiche.
    Cheuiche, Ruas e Sossmeier exibem o título do novo Cidadão (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Sessão Solene de outorga do título de Cidadão de Porto Alegre a Alcy José de Vargas Cheuiche.
    Cheuiche disse que se apaixonou por Porto Alegre assim que a viu (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

A Câmara Municipal entregou hoje (4/4) o título de Cidadão de Porto Alegre ao escritor Alcy Cheuiche. Proposta pelo vereador Pedro Ruas (PSOL), a homenagem ocorreu no Plenário Otávio Rocha e foi conduzida pelo presidente do Legislativo, vereador Hamilton Sossmeier (PTB).

Ruas disse que a entrega do título a Cheuiche é um momento importante para nossa cidade. "Este é o momento em que, oficialmente, a cidade adota um novo filho. E isso traz muita responsabilidade a nós." Acrescentou que é preciso destacar a justiça desta homenagem, votada de forma unânime numa Casa que hoje tem representantes de 18 partidos de todos os espectros ideológicos.

Ao citar o trabalho do homenageado, Ruas observou que ao ler um livro de Cheuiche tem-se um relato extraordinário do personagem retratado. "Personagens como João Cândido, líder da Revolta da Chibata, e Santos Dumont renascem nas páginas escritas por Cheiuche através de seu talento e esforço. "Ele diz que para escrever um livro tem de ler mais de cem. Não basta, portanto, ter apenas talento. E por isso dedicou toda uma vida à literatura e à cultura", concluiu Ruas.

Cheuiche disse que a primeira imagem que teve de Porto Alegre foi aos oito anos. Lembrou da figura do pai, que o trouxe à cidade, e ressaltou que, por coincidência, recebe o título no mesmo dia de nascimento dele. "De todas as pessoas que conheci na vida, meu pai foi o que mais mereceu receber um título de cidadão brasileiro. Militar, ele recebeu de Alegrete o título de general da educação, por sua defesa incansável da escola pública", lembrou.

O homenageado destacou que foi na Capital gaúcha onde escreveu a maioria dos livros. Também agradeceu a todas as editoras que o apoiaram publicando suas obras. "Desde que vi esta cidade, com o sol brilhando do outro lado do Guaíba, me apaixonei. Além do pôr-do-sol, sou enamorado pelo Theatro São Pedro, pela Biblioteca Pública, a Praça da Matriz, a Redenção e o Guaíba, este último a paixão da aurora de minha vida."

História

Nascido em Pelotas, em 1940, Cheuiche foi para Alegrete com 4 anos, onde começou sua trajetória na literatura. Embora sua formação seja voltada ao setor agropastoril (é formado em Medicina Veterinária), sempre teve foco voltado à escrita literária, aos anseios humanistas, à pesquisa e ao ensino. 

O primeiro romance foi O Gato e a Revolução, publicado em 1967, e que acabou sendo recolhido pela ditadura militar, que processou o autor. A história sempre esteve no imaginário do escritor, o que resultou em muitas obras voltadas às questões históricas, em especial do Rio Grande do Sul e seus personagens, movimentos e revoluções. Romance dos Sete Povos das Missões - Sepé Tiaraju, além dos livros sobre a vida de João Cândido e José Lutzenberger, também se destacam na obra do escritor, assim como o romance histórico e premiado Nos Céus de Paris, sobre Santos Dumont. 

Foi patrono da 52ª Feira do Livro de Porto Alegre e presidente do Instituto Estadual do Livro. É membro vitalício da Academia Rio-Grandense de Letras e sócio fundador da Associação Gaúcha de Escritores. Em 1997, foi empossado na Academia Brasileira de Medicina Veterinária, com sede no Rio de Janeiro.

Texto

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)