Impeachment

Ex-ministro Mandetta depõe na Comissão Processante

Depoimento, por meio de vídeo conferência, do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
Luiz Henrique Mandetta participou dos trabalhos desde Campo Grande, Mato Grosso do Sul (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

Reunião nesta terça-feira (13/10) da Comissão Processante que analisa pedido de impeachment do prefeito Nelson Marchezan Júnior, realizada no início da tarde, no Plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal de Porto Alegre, e com participação on-line, teve o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, como testemunha. A sessão foi conduzida pelo presidente da Comissão, vereador Hamilton Sossmeier (PTB), e contou com as participações dos vereadores Alvoni Medina (Republicanos) e Ramiro Rosário (PSDB) e do advogado de defesa do prefeito Roger Fischer.

Mandetta, conversou com o Legislativo de Porto Alegre desde sua residência em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Ele recordou que manteve boas relações de com o prefeito Marchezan quando ambos foram colegas no Congresso Nacional e também em duas outras ocasiões já como ministro, em que visitou a capital gaúcha para lançar campanhas nacionais de vacinação, na gestão do atual prefeito.

Diferenças

Durante seu depoimento, ao falar sobre a covid-19 e os valores federais repassados para Porto Alegre, Mandetta explicou que, como o Brasil tem muitas diferenças culturais, sociais e climáticas, a pandemia teve tempos diferentes para chegar se desenvolver em cada um dos municípios brasileiros. “Não era possível instalar as mesmas políticas públicas no país todo. Em geral, todas as campanhas nesta fase da pandemia eram de educação sanitária, promoção da  a saúde e prevenção. Seguimos as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de um conselho de especialistas do Ministério da Saúde, que fazia suas notas técnicas".

Mandetta lembrou também dificuldades culturais enfrentadas como, por exemplo, explicar as famílias que elas não teriam direito ao momento do luto. "Foram basicamente campanhas informativas. As especificidades de cada município são decisões municipais sempre. Porque a gestão é plena. Sobre a máscara é amplamente divulgado e existe uma farta literatura que prova cientificamente a eficácia contra as doenças transmitidas por gotículas. O governo federal repassou verbas para todo o continente nacional. O Ministério da Saúde tem o portal de transparência com os montantes recebidos por cada cidade.”

Publicidade

Sobre o uso de verbas da saúde para publicidade, o ex-ministro disse que cada município tem sua autonomia e que a publicidade informativa de promoção e educação da saúde por meio dos veículos de comunicação é fundamental. “Como gestor público já utilizei valores do Fundo de Saúde sim. A comunicação em massa é tudo. Nessa pandemia, temos uma doença nova, da qual não sabia quase nada. O primeiro principio era de informar cautela e preservação da vida. No caso de uma doença nova, o inimigo é a doença. Não tem política nessa hora".

Mandetta também se manifestou sobre as peças publicitárias incluídas no processo de impeachment: “Achei todas eficientes no sentido de preservar vidas. Sobre informar o número de leitos, a verdade é o principal aliado do gestor. A doença é letal para o sistema de saúde que poderia entrar em colapso. Tranquilizar a população em relação às consultas e capacidade de internação era sim um dever do gestor". Ao ser questionado sobre a importância de comunicação para os idosos, Mandetta foi enfático: “As campanhas publicitária em rádio e TV se dirigem aos idosos, que já sofrem inúmeras violências e são o grande ponto de encontro dessa nação. O maiores beneficiados das campanhas de comunicação em massa. São nossa experiência e memória. Temos que zelar por eles.”

Ausência

O ex-chefe de Comunicação da Prefeitura Municipal, Orestes de Andrade Jr, que também seria ouvido como testemunha da defesa na tarde desta terça-feira, justificou a sua ausência por motivo de viagem.

Texto

Mariana Bertolucci (reg. prof, 8479)

Edição

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)