Memória

Exposição na Câmara lembra os 50 anos do PMDB

Mostra resgata lutas e campanhas da sigla Foto: Josiele Silva/CMPA
Mostra resgata lutas e campanhas da sigla Foto: Josiele Silva/CMPA (Foto: Josiele Silva/CMPA)
Cinquentenário do MDB/PMDB é a exposição que pode ser visitada até 18 de abril no saguão do Plenário Otávio Rocha, da Câmara Municipal de Porto Alegre. A mostra, promovida pelo Diretório Estadual do Rio Grande do Sul com apoio da vereadora Lourdes Sprenger (PMDB), resgata lutas históricas da legenda, como as conquistas da Anistia, das Eleições Diretas e da Constituinte. O partido, que completou 50 anos no dia 24 de março, também foi homenageado na sessão plenária do dia 4 de abril. 

A exposição reúne 11 painéis fotográficos com depoimentos de líderes e de militantes do PMDB, além de duas vitrines contendo publicações, documentos e materiais de campanhas eleitorais divulgados ao longo das cinco décadas do partido. Um dos destaques é o poema A chama que nunca se apaga, do escritor Dilan Camargo, patrono da última Feira do Livro de Porto Alegre (ler abaixo).

A mostra é itinerante. Já passou pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e, depois da Câmara da Capital, seguirá para o Interior. A visitação é das 8 às 18 horas, no 2º piso da Câmara (Avenida Loureiro da Silva, 255). Entrada e estacionamento gratuitos.

A chama que nunca de apaga *

Tenho nome, certidão de nascimento e uma história de 50 anos.
Sou um sopro de rebeldia na infinita história da nossa humanidade.
Ainda sou jovem. O meu país, o meu pai, tem mais de 500 anos.
Aspiro o ar da liberdade, respiro a esperança, traquejo a igualdade.

Trago a luz do tempo. A chama que nunca se apaga.
Nasci da truculência de um Ato Institucional, mas com a pureza da Luz.
Quis ser como ela, que se propaga pelo universo
sempre em linha reta, na mesma direção e na mesma velocidade.
Sou Luz da história.
Vim iluminar a Pátria na sua noite mais escura.
Iluminei!

Sou movimento das gentes. A caminhada que não cessa de andar.
Sonhei o dia em que o meu país viajaria ao seu destino
como viajam os astros, os planetas, as estrelas
vencendo distâncias infinitas numa dança de harmonia.
Sou Movimento da história.
Vim mover, agitar, animar o povo brasileiro no tempo do seu cativeiro.
Lutei!

Tenho o sentimento do povo.
Pulso com o coração dos humildes e dos deserdados.
Vim juntar os pedaços partidos da dignidade dos pobres e dos perseguidos.
Minha sina, minha sigla, meu sinal, é o destino das maiorias esquecidas.

Sou um ser histórico, pêndulo entre os acontecimentos.
Quando me perco, logo me reencontro, me levanto, me reinvento.
Algumas vezes, sou impreciso, dividido, contraditório, indeciso
mas prossigo, porque tento ir pelo caminho do possível.

Não me perderei da razão, do coração
do pacto e do compromisso com a minha história
de estar junto, entre, presente
de ser elo, diálogo, solução.

* Poema de Dilan Camargo


Texto: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)