Sessão Solene

Filósofo Mario Sergio Cortella é Cidadão de Porto Alegre

Sessão Solene de Outorga do título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Mario Sergio Cortella
Cortella é o mais novo Cidadão de Porto Alegre (Foto: Leonardo Lopes/CMPA)

A Câmara Municipal de Porto Alegre entregou hoje (1/8) o título de Cidadão de Porto Alegre ao filósofo e professor Mario Sergio Cortella. A homenagem, proposta pelo vereador Moisés Barboza (PSDB), ocorreu no Plenário Otávio Rocha e foi conduzida pelo presidente do Legislativo, vereador Idenir Cecchim (MDB).

Ao comentar sobre o título ao filósofo, Moisés Barboza observou que se trata de uma homenagem também à educação, área na qual ele se destaca. "Meu primeiro contato com Cortella foi através de minha mãe, uma professora estadual, que me deu um livro dele para ler. Depois, ela também me indicou uma palestra na qual Cortella falava que sua mãe fatiava um tomate cereja e punha em cima do macarrão." Por isso, acrescentou Barboza, "esta homenagem é um agradecimento a Cortella, pois uma das sementes jogadas através de suas mensagens germinou, floresceu, venceu e está aqui nesta Câmara lhe homenageando."

Cortella disse que é bom poder se reunir numa solenidade para lembrar que ele é, acima de tudo, um professor já há 48 anos. Acrescentou que considera a homenagem um afago imenso da Câmara. "E todo afago é melhor quando é exagerado, quando ganha dimensão hiperbólica, como este de hoje. Porque se eu quiser crescer, ir além, ter uma vida maiúscula, preciso receber muitos elogios."

Escritores gaúchos como Moacyr Scliar, Luis Fernando Verissimo e Mário Quintana, além do compositor Lupicínio Rodrigues, foram lembrados por Cortella. Scliar, especialmente, por seu livro Cenas de uma Vida Minúscula. "Esta obra nos alerta dos riscos que corremos quando temos uma vida minúscula, que reduz. O livro nos alerta para que tenhamos uma vida maiúscula."

Sobre Porto Alegre, lembrou que sua primeira visita aqui foi há 45 anos. Desde então, veio muitas outras vezes. "Sempre apreciei Porto Alegre, em andar pelas suas ruas, na Casa de Cultura, na Feira do Livro, na beira do Guaíba. Agora sei que ela me aprecia também. Porto Alegre para mim é necessária e eu agora também me sinto necessário a ela."

História

Nascido em Londrina (PR), na juventude (1973 a 1975) experimentou a vida monástica em um convento da Ordem dos Carmelitas Descalços, mas abandonou a perspectiva de ser monge para seguir a carreira acadêmica. Concluiu sua graduação em 1975 na Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira. Em 1989, concluiu seu mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e, em 1997, sob a orientação do professor Paulo Freire, conclui seu doutorado também em Educação pela PUC-SP. É professor titular do Departamento de Teologia e Ciências da Religião e de pós-graduação em Educação da PUC-SP, na qual esteve de 1977 a 2012, além de professor-convidado da Fundação Dom Cabral, desde 1997, e no GVPec da Fundação Getúlio Vargas, entre 1998 e 2010.

Ocupou o cargo de secretário municipal de Educação da cidade de São Paulo entre 1991–1992. Em 2017, Cortella foi um dos dez finalistas do Prêmio Darcy Ribeiro de Educação, criado para contemplar pessoas ou entidades cujos trabalhos ou ações mereceram destaque especial na defesa e na promoção da educação brasileira. Cortella tem obras publicadas no campo da filosofia e da educação. É autor, entre outras obras, de Felicidade: Modos de usar, debates com Luiz Felipe Pondé e Leandro Karnal (2019); Pensar Bem Nos Faz Bem! (Filosofia, Religião, Ciência, Educação), de 2013; Política: Para Não Ser Idiota, com Renato Janine Ribeiro (2010); Descartes, a paixão pela razão (1988); e A Diversidade: Aprendendo a Ser Humano (2020).

Texto

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)