Fotos exibem armas utilizadas para agredir mulheres

Machado, raquete de tênis, foice, espada, marreta, garrafa quebrada e até mesmo um porrete com pregos. A lista de itens que pode parecer pertencer a uma gangue de rua foi, na verdade, utilizada para agredir mulheres e apreendida pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Canoas. É isso que mostra a exposição fotográfica O silêncio também é uma arma, que permanece no Espaço Cultural Tereza Franco, da Câmara Municipal de Porto Alegre, até 29 de maio e conta com apoio do vereador Alberto Kopittke (PT) e da Seção de Memorial. A abertura oficial está marcada para as 16 horas desta sexta-feira (22/5).

À frente da Deam desde 2012, a delegada Carolina Terres inicialmente se surpreendeu com a complexidade dos casos de violência contra a mulher, que leva as vítimas a terem dificuldades de denunciar seus agressores e só fazerem isso quando a situação já é extrema ou o problema atinge os filhos. Para Carolina, o trabalho na função é um aprendizado permanente ao exigir que sempre se enxergue as mulheres como vítimas, jamais como culpadas.

Com o tempo, ela resolveu organizar um depósito com os materiais que apreendia dos companheiros violentos. "Como a maldade é criativa", espantou-se. Recentemente, ela teve a ideia de registrar o acervo para estimular as denúncias de violência.

As fotógrafas Fabiane Guedes e Pâmela Lazaron são as autoras das imagens em que armas contrastam com "objetos relacionados à beleza, vaidade e sensibilidade da mulher", como secador de cabelos, salto alto, vestido, batom, flores, entre outros. O material visual foi produzido no próprio Deam de Canoas.
 

Exposição O silêncio também é uma arma

Espaço Cultural Vereadora Tereza Franco, na Câmara Municipal de Porto Alegre (Avenida Loureiro da Silva, 255)

De 18 a 29/5

De segunda a quinta-feira, das 8h30min às 18 horas.

Nas sextas-feiras, das 8h30min às 16h30min.

Texto: Caio Venâncio (estagiário de Jornalismo)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)