MANDATO

Frente define novas ações conjuntas para enfrentar roubo de fios no 4º Distrito

Maior integração entre os órgãos de segurança e a comunidade foi acertada na reunião conduzida pela vereador Ramiro Rosário

  • Ramiro Rosário na reunião da Frente Parlamentar do 4º Distrito no Nau Live Spaces
    Ramiro Rosário presidiu reunião da Frente Parlamentar do 4º Distrito no Nau Live Spaces
  • Frente Parlamentar do 4º Distrito no Nau Live Spaces
    Cerca de 50 pessoas participaram do encontro da Frente Parlamentar do 4D nesta sexta-feira

Uma maior integração entre os órgãos de segurança e a comunidade foram o resultado da reunião desta sexta-feira, 2, da Frente Parlamentar do 4º Distrito de Porto Alegre. Cerca de 50 pessoas compareceram ao Nau Live Spaces, respeitando todas as exigências sanitárias, para acompanhar o relato da Prefeitura, da Brigada Militar, da Polícia Civil e da CEEE sobre um dos problemas que mais afeta os moradores e os comerciantes da região: o furto de cabos elétricos.

O presidente da Frente do 4D, vereador Ramiro Rosário (PSDB), disse que os encaminhamentos práticos definidos na reunião devem aumentar a segurança nos bairros que integram o 4º Distrito de Porto Alegre (Floresta, São Geraldo, Navegantes, Farrapos e Humaitá). Entre as iniciativas que serão tomadas, destaque para a criação de um grupo de trabalho, a inclusão dos órgãos policiais nos grupos de WhatsApp do 4º Distrito e um projeto de lei que proíba e puna quem queima fios nas ruas da cidade. “Foi uma boa oportunidade para os moradores e os empreendedores da região tirar suas dúvidas e sugerir ações aos órgãos de segurança, à Prefeitura e também à Câmara”, afirmou.

A necessidade de aumentar a integração e a cooperação entre todos foi unânime. Por isso, a primeira medida a ser tomada é a inclusão de representantes das polícias Civil e Militar nos grupos de WhatsApp do 4º Distrito. Já na semana que vem, a delegada Adriana Regina da Costa, do Departamento de Polícia Metropolitana, disse que irá montar um grupo de trabalho envolvendo Polícia Civil, Brigada Militar e Guarda Municipal, entre outros órgãos, para intensificar as ações no 4D.

Luiz Carlos Camargo, presidente da Associação das Empresas dos Bairros Humaitá e Navegantes (AEHN), disse que o furto de cabos de energia elétrica agrava a insegurança na região. “É uma questão complexa, que tem muito a ver com a atual situação econômica das pessoas”, disse. Segundo ele, o quilo do cobre era R$ 10 há alguns anos. Agora, é R$ 40. Quando é revendido para São Paulo ou Minas Gerais, podem chegar a R$ 65 o quilo. “É uma atividade lucrativa para quem está na informalidade”. A título de comparação, é preciso juntar 10 Kg de latinhas para ganhar R$ 40, o mesmo valor que rende 1 Kg de cobre.

O gerente de Relacionamento da CEEE, Alessandro Trindade, informou que somente no primeiro trimestre deste ano foram registradas 349 ocorrências de furtos de cabos pela empresa, um aumento de 44% em relação ao ano passado. “Isso dá uma média de quatro ocorrências e 166 metros por dia”, comentou, acrescentando que a troca causa prejuízo financeiro e nem sempre é feita com a celeridade necessária, deixando muitas ruas no escuro. Para amenizar o problema, Trindade disse que a CEEE está efetuando a troca de cabos de cobre por alumínio, que tem a mesma qualidade e é seis vezes mais econômico. “A substituição começou em 2015. Hoje, 70% da rede de baixa tensão em Porto Alegre já tem fiação de alumínio. Vamos concluir este trabalho até 2024, quando toda rede elétrica de residências será atendida por fios de alumínio”, prometeu.

IMPUNIDADE
Outro problema apontado pelos presentes na reunião da Frente Parlamentar do 4º Distrito é a impossibilidade de punir os responsáveis pelos furtos ou as penas leves a que eles são submetidos. O secretário-adjunto de Segurança do município, Gelson Luiz Guarda, reivindicou ao vereador Ramiro a elaboração de uma lei que proíba e puna quem coloca fogo nos fios pelas ruas da cidade. “Nós agimos conforme a lei e hoje não temos como tipificar como crime esta ação específica”, explicou. “Precisamos do auxílio da comunidade e de uma legislação como a dos desmanches”, acrescentou.

A delegada Adriana Regina da Costa reforçou a necessidade de penas mais duras a quem comete o crime. Segundo ela, a Polícia Civil realiza uma ação permanente batizada de Operação Metal, que busca fiscalizar os envolvidos na cadeia de crimes, combatendo a receptação de fios, cabos e baterias estacionárias. “Temos um mapeamento completo da situação, mas os crimes são tipificados como furto simples ou qualificado, que têm penas baixas e muitas vezes nem acaba em prisão aos envolvidos”, observou. A delegada lembrou que um grupo de trabalho criado para coibir os crescentes roubos a farmácias teve sucesso e isso pode ser replicado no 4D. Ela passou um número de telefone para denúncias anônimas: 0800 510 2828.

O Major Schmidt, subcomandante do 9º Batalhão da Brigada Militar, destacou que muitas vezes é difícil reconhecer os produtos roubados, porque os fios da CEEE, por exemplo, não possuem identificação. Ele disse que o furto de cabos não é feito exclusivamente por moradores de rua e pessoas com baixo poder aquisitivo, como se imagina. Como é bastante lucrativa, a atividade ilícita de grandes volumes de fios envolve técnicos ou ex-técnicos que trabalharam para empresas terceirizadas. “Vamos intensificar a integração entre os órgãos de segurança e a comunidade”, anunciou.

AÇÃO DIGITAL
Camila Borelli, do Nau Live Spaces, apresentou a todos um aplicativo que irá mapear os empreendedores locais e criar um site (www.somos4od.com.br), redes sociais (@somos4od) e um aplicativo (Apoia Local) para divulgar as informações. “Esperamos atingir inicialmente 1500 negócios instalados no 4º Distrito. Queremos facilitar a busca pelos negócios estabelecidos na região para que possamos privilegiar os negócios locais na hora da escolha de um fornecedor ou um local para frequentar, criando uma grande rede de fortalecimento mútuo”, comentou.

Texto

Orestes de Andrade Jr. (reg. prof. 10.241)