Transporte coletivo

Frente Parlamentar defende Meio Passe estudantil

  • Instalação da Frente Parlamentar em Defesa do Meio Passe de Porto Alegre com a presidencia da Vereadora Bruna Rodrigues e a participação de diversos vereadores e lideranças estudantis
    Participantes defenderam que projeto seja reavaliado (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
  • Instalação da Frente Parlamentar em Defesa do Meio Passe de Porto Alegre com a presidencia da Vereadora Bruna Rodrigues e a participação de diversos vereadores e lideranças estudantis
    Reunião teve participação semipresencial (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

Foi instalada nesta terça-feira (14/09), no Plenário Ana Terra da Câmara Municipal de Porto Alegre, a Frente Parlamentar em Defesa do Meio Passe. Vereadores, estudantes e representantes de entidades se reuniram para debater a manutenção do direito a partir da proposição do vereador Giovani e Coletivo (PCdoB), à época em substituição à vereadora Bruna Rodrigues, do mesmo partido, que assume agora a presidência dos trabalhos.

A vereadora Bruna destacou que a frente parlamentar é oriunda da luta do movimento estudantil. “Não concordamos que são os estudantes ou isenções que oneram o transporte público. Educação virou um privilégio. A pandemia nos colocou num abismo social gigante e não pode ser o transporte mais um elemento de exclusão dos estudantes.”

Govani e Coletivo contou que hoje é um cientista social formado graças ao meio passe. “Não seria possível sair todo dia de casa, no extremo-sul da cidade, para chegar na escola ou depois na UFRGS sem o meio passe. Defender o meio passe é ter certeza que não são os estudantes ou os usuários os responsáveis pela crise”, acrescentou.

O presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE), Airton Silva, destacou que o projeto vai precarizar ainda mais o sistema de transporte de Porto Alegre. “Entendemos que o estudante que perder o benefício não vai virar um pagante integral, mas, sim, evadir do sistema”, explicou. 

Para o presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (umespa), Anderson Farias, o projeto erra ao excluir alunos de escolas particulares, técnicas, profissionalizantes e cursos preparatórios da possibilidade de meio passe. “É muito importante este diálogo para construir soluções no transporte público. Excluir estes estudantes é um equívoco, pois as escolas precisam ceder bolsas a alunos de baixa renda e eles não podem ser excluídos do projeto”, disse.

Vereadores

A vereadora Laura Sito (PT) ressaltou que os usuários do transporte coletivo utilizam o sistema por necessidade. “Ninguém pega ônibus por um experimento social. Este é um debate insensível à realidade da crise econômica que vivemos, insensível ao valor da passagem mais cara do Brasil. Trajetórias podem ser interrompidas por um pequeno impacto financeiro na passagem, mas gigante nos orçamentos das famílias.” 

O vereador Leonel Radde (PT) disse que este tema está associado à destruição dos espaços de resistência do país, como sindicatos, união de estudantes ou diretórios acadêmicos. “Querem asfixiar as cabeças pensantes daqueles que possam vir, através da educação, a ter novos horizontes. Quem tem pensamento crítico é atacado”, disse ele.

O vereador Matheus Gomes (PSOL) fez um apelo pela mobilização popular. “Só a oposição não vai ter condições de impedir que este projeto seja votado. Precisamos que todos lutem politicamente para convencer as pessoas de que este projeto é errado”, pediu. 

Para a vereadora Karen Santos (PSOL) o projeto desconsidera o contexto da crise econômica atual. “A educação já tem o desafio de resgatar os estudantes para o retorno presencial após as aulas remotas. O meio passe vai impactar de forma desproporcional este cenário”, frisou.

Moises Barboza (PSDB) falou que recebeu, no gabinete, a mobilização dos estudantes e vai estudar a elaboração de emendas reivindicadas por eles. “Levarei as reivindicações para a bancada do partido, que é uma das maiores da Câmara. Defendo que os estudantes que precisam devem ter assegurado o direito. Ainda há espaço para discussão. Temos a obrigação de olhar com cuidado o passe dos estudantes”, explicou.

Giovane Byl (PTB) se colocou à disposição para defender pautas dos estudantes. “Hoje estou aqui mais como ouvinte para entender as reivindicações dos estudantes. Defendo que o estudante de baixa renda tem que ter o passe livre garantido”, detacou.

Daiana Santos (PCdoB) lembrou que pessoas que precisam de atendimento à saúde também estão ameaçados de perder isenção. “O projeto vai atacar aqueles que mais precisam de cuidado. O impacto financeiro será ínfimo, mas é dessa maneira que está sendo justificado. Sabemos quem é sempre atacado”, concluiu.

Também participaram do evento os vereadores Pedro Ruas (PSOL), Aldacir Oliboni (PT) e Hamilton Sossmeier (PTB).

Texto

Elisandra Borba (reg. prof. 15448)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:transporte coletivomeio passe