PLENÁRIO

Frente vai defender samba e carnaval

  • Pauta: População em situação de rua. Na foto, vereador Matheus Gomes
    Vereador Matheus Gomes (PSOL) (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Carnaval, Escola de Samba, Sambódromo, Desfile. SFCMPA
    Escola de samba durante o último desfile realizado na Capital gaúcha (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

Os vereadores aprovaram, na tarde desta quinta-feira (15/7), durante sessão extraordinária, requerimento de formação de uma Frente Parlamentar em Defesa do Carnaval, do Samba e do Pagode. Apenas um vereador se absteve do voto.  A proposta foi apresentada pelo vereador Matheus Gomes (PSOL). Ele lembra que a cultura negra em Porto Alegre tem uma longa tradição carnavalesca e sambista e, assim, entende que a construção de espaços para esta população passa pela música. Afirma, ainda, que as escolas que integram a divisão por categorias nos desfiles de carnaval, ou seja, os grupos ouro, prata e bronze, têm sua origem na antiga tradição das tribos e dos blocos e um forte vínculo com as rodas de samba e outras manifestações culturais da população da periferia, quer dizer, mais distantes do centro da cidade, que conseguiram sobreviver ao século vinte. Por fim, critica o governo do ex-prefeito Nelson Marchezan (2017-2020), a quem acusa de não apenas cortar os recursos para a realização da festa, mas, também, de reprimir as expressões populares nas ruas e reduzir o número dos lugares para a criação e o desenvolvimento destas manifestações artísticas, o que considera um ataque direto à tradição cultural negra e periférica do município. Em sua opinião, é preciso resistir aos esforços neste sentido e transformar o carnaval e o samba num meio de organização também social e econômica. De fato,  tanto no Rio de Janeiro, quanto em São Paulo, as escolas de samba funcionam como associações de bairro, que atuam, inclusive, na educação, na saúde, no combate à fome e na qualificação para o mercado de trabalho.  Já o termo pagode, inicialmente, era associado às festas que se faziam nas senzalas; depois, se tornou sinônimo de qualquer comemoração onde há comida, bebidas alcoólicas e cantoria; um novo estilo de samba, de fundo de quintal, que misturava, ao tradicional, outros ritmos africanos não tão difundidos e que tinha uma sonoridade diferente pelo uso do banjo, do repique de mão e a substituição do surdo pelo tantã e, por fim, modernas variações deste tipo de música, como os pagodes baiano, caipira e romântico

Texto

Joel Ferreira (Reg. Prof. 6098)