GHC apresenta números e vereadores avaliam gestão
Os vereadores de Porto Alegre debateram, na tarde desta quinta-feira (20/3), durante o período de Comunicações Temáticas, a situação do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Acompanhado do diretor técnico, Paulo Bobek, o superintendente do GHC, Carlos Eduardo Nery Paes, destacou a estrutura disposta atualmente pela instituição para a população de Porto Alegre e do Estado.
Em sua apresentação, Paes lembrou que o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro atende mais de 100 milhões de pessoas, o único a possuir tal dimensão. No caráter estadual, afirmou que o Conceição é responsável por 35% do total de internações do SUS em Porto Alegre, em uma cobertura que ultrapassa a 100 mil habitantes. Também concentra a maior emergência da Região Sul do país e é responsável pela formação de 35% dos residentes médicos do RS.
Composto por quatro hospitais (Hospital Conceição, Hospital da Criança, Cristo Redentor e Fêmina), o GHC é responsável pelo atendimento de 25% dos casos de emergência de Porto Alegre, assim como do diagnóstico de 50% dos casos de câncer da Capital. Paes ainda lembrou que no Hospital Fêmina 17% dos atendimentos hoje se concentram nos casos de câncer da mulher, além de ser considerada a maior maternidade do Estado e responsável pelo banco de leite materno, referência em todo o Brasil.
Conforme Paes, o GHC ainda atua no gerenciamento da Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar, onde são feitos 200 mil atendimentos desde a sua inauguração, em dezembro de 2012, com uma redução de 50% dos casos em que pacientes necessitem dar sequência ao tratamento em outras emergências hospitalares. O gestor do GHC ainda fez referência ao trabalho do serviço de atendimento comunitário em 12 postos de saúde, onde mantém 38 Equipes da Saúde da Família, chegando ao número de 255 mil consultas e quase 800 mil procedimentos realizados em 2013. Paes também lembrou que o trabalho dos cerca de aproximadamente 8,8 mil profissionais do GHC é responsável pela redução de 25% de internações de crianças com asma.
Em 2013, segundo Paes, foram 60 mil internações, cerca de 2,4 milhões de consultas e 2,7 milhões de exames e 52 mil tratamentos de quimioterapia, atendendo especialmente aos moradores da Zona Norte da cidade em seus 1.552 leitos. Foi obtida também a menor taxa de mortalidade dos últimos dez anos. Disse que o monitoramento estratégico da Casa Civil e da Presidência da República coloca o GHC na melhor posição do país em tempo de permanência dos pacientes na emergência. Relatou ainda que os índices comprovam a redução da taxa de mortalidade e de infecções e garantiu que o grau de satisfação é crescente.
O superintendente afirmou que da receita anual de R$ 757 milhões, R$ 175 milhões são investidos em assistência e o restante em pessoal e outras despesas. Comparou o número de servidores, que cresceu de 5,6 mil trabalhadores, em 2005, para quase 9 mil atualmente. Também fez referência a média salarial, que subiu de R$ 2,5 mil, em 2002, para próximo de R$ 6 mil, com índice bem acima do INPC, além da concessão de outros benefícios, como o vale alimentação e a equiparação entre técnicos e auxiliares de enfermagem.
Após a apresentação de Nery Paes, 12 vereadores se manifestaram:
REALIDADE A vereadora Lourdes Sprenger (PMDB) afirmou que há um espaço entre a apresentação feita pelo superintendente do GHC e a realidade dos usuários do SUS no Estado. Disse que o que tem fixo na memória são pessoas aguardando atendimentos em cadeiras e no chão, e as inúmeras reclamações de demora para conseguir consultas especializadas e as denúncias de infecção em alto grau, contradizendo o aumento de satisfação afirmado pelo gestor do GHC. (MG)
INCURÁVEL O vereador Dr. Thiago Duarte (PDT) disse que o problema da saúde na capital é de fluxo e que tanto usuários como hospitais sofrem com a incompetência do gestor municipal do setor. De acordo com Thiago, casos de oncologia, perda de membros, sentidos ou função se acumulam. Estão transformando doenças curáveis em incuráveis, por conta desse sistema perverso que não permite ao paciente a entrada no atendimento básico e leva ao diagnóstico nas emergências hospitalares, quando muitas vezes é tarde demais, lamentou. A falta de consultas especializadas, em 30%, se dá por falha de gestão da Secretaria Municipal da Saúde, disse o vereador. (MG)
INVESTIMENTOS - Alberto Kopttike (PT) lembrou o avanço na gestão do GHC e criticou o descaso da mídia com as boas notícias, como a redução no tempo de atendimento e os investimentos de mais de R$ 200 milhões nos últimos dez anos. Disse que o problema acaba nas mãos dos hospitais pela falta de um sistema estruturado de atenção básica na cidade e que, atualmente, os agentes comunitários de Porto Alegre não têm nem computador para fazer os mapas epidemiológicos. Kopttike ainda lembrou que o município não cumpre nem o que já está contratualizado com os hospitais e considerou que a mobilização sindical é importante, mas que não pode ser confundida com irresponsabilidade para com a saúde pública. Por fim, criticou a forma política e oportunista com que foi utilizada a notícia da contaminação por super bactéria. (MG)
INTEGRAÇÃO - Engenheiro Comassetto (PT) ressaltou a importância do tema do Sistema Único de Saúde no Estado. O que estamos debatendo aqui é um projeto de sociedade e quais os seus rumos, afirmou. O vereador lembrou também que o SUS brasileiro é exemplo mundial de excelência, expressada em Porto Alegre pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e pelo Hospital de Clínicas. Comassetto ainda apresentou resultados positivos dos monitoramentos no GHC e afirmou a importância da integração entre Município, Estado e União para o funcionamento do sistema. Por fim, o vereador reiterou a relevância do debate. O que está em debate é o SUS, aqueles que o defendem e aqueles que o pegam como bandeira em ano de eleição. (JM)
Texto: Milton Gerson (reg.prof. 6539)
Juliana Mastrascusa (estagiária de Jornalismo)
Em sua apresentação, Paes lembrou que o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro atende mais de 100 milhões de pessoas, o único a possuir tal dimensão. No caráter estadual, afirmou que o Conceição é responsável por 35% do total de internações do SUS em Porto Alegre, em uma cobertura que ultrapassa a 100 mil habitantes. Também concentra a maior emergência da Região Sul do país e é responsável pela formação de 35% dos residentes médicos do RS.
Composto por quatro hospitais (Hospital Conceição, Hospital da Criança, Cristo Redentor e Fêmina), o GHC é responsável pelo atendimento de 25% dos casos de emergência de Porto Alegre, assim como do diagnóstico de 50% dos casos de câncer da Capital. Paes ainda lembrou que no Hospital Fêmina 17% dos atendimentos hoje se concentram nos casos de câncer da mulher, além de ser considerada a maior maternidade do Estado e responsável pelo banco de leite materno, referência em todo o Brasil.
Conforme Paes, o GHC ainda atua no gerenciamento da Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar, onde são feitos 200 mil atendimentos desde a sua inauguração, em dezembro de 2012, com uma redução de 50% dos casos em que pacientes necessitem dar sequência ao tratamento em outras emergências hospitalares. O gestor do GHC ainda fez referência ao trabalho do serviço de atendimento comunitário em 12 postos de saúde, onde mantém 38 Equipes da Saúde da Família, chegando ao número de 255 mil consultas e quase 800 mil procedimentos realizados em 2013. Paes também lembrou que o trabalho dos cerca de aproximadamente 8,8 mil profissionais do GHC é responsável pela redução de 25% de internações de crianças com asma.
Em 2013, segundo Paes, foram 60 mil internações, cerca de 2,4 milhões de consultas e 2,7 milhões de exames e 52 mil tratamentos de quimioterapia, atendendo especialmente aos moradores da Zona Norte da cidade em seus 1.552 leitos. Foi obtida também a menor taxa de mortalidade dos últimos dez anos. Disse que o monitoramento estratégico da Casa Civil e da Presidência da República coloca o GHC na melhor posição do país em tempo de permanência dos pacientes na emergência. Relatou ainda que os índices comprovam a redução da taxa de mortalidade e de infecções e garantiu que o grau de satisfação é crescente.
O superintendente afirmou que da receita anual de R$ 757 milhões, R$ 175 milhões são investidos em assistência e o restante em pessoal e outras despesas. Comparou o número de servidores, que cresceu de 5,6 mil trabalhadores, em 2005, para quase 9 mil atualmente. Também fez referência a média salarial, que subiu de R$ 2,5 mil, em 2002, para próximo de R$ 6 mil, com índice bem acima do INPC, além da concessão de outros benefícios, como o vale alimentação e a equiparação entre técnicos e auxiliares de enfermagem.
Após a apresentação de Nery Paes, 12 vereadores se manifestaram:
REALIDADE A vereadora Lourdes Sprenger (PMDB) afirmou que há um espaço entre a apresentação feita pelo superintendente do GHC e a realidade dos usuários do SUS no Estado. Disse que o que tem fixo na memória são pessoas aguardando atendimentos em cadeiras e no chão, e as inúmeras reclamações de demora para conseguir consultas especializadas e as denúncias de infecção em alto grau, contradizendo o aumento de satisfação afirmado pelo gestor do GHC. (MG)
INCURÁVEL O vereador Dr. Thiago Duarte (PDT) disse que o problema da saúde na capital é de fluxo e que tanto usuários como hospitais sofrem com a incompetência do gestor municipal do setor. De acordo com Thiago, casos de oncologia, perda de membros, sentidos ou função se acumulam. Estão transformando doenças curáveis em incuráveis, por conta desse sistema perverso que não permite ao paciente a entrada no atendimento básico e leva ao diagnóstico nas emergências hospitalares, quando muitas vezes é tarde demais, lamentou. A falta de consultas especializadas, em 30%, se dá por falha de gestão da Secretaria Municipal da Saúde, disse o vereador. (MG)
INVESTIMENTOS - Alberto Kopttike (PT) lembrou o avanço na gestão do GHC e criticou o descaso da mídia com as boas notícias, como a redução no tempo de atendimento e os investimentos de mais de R$ 200 milhões nos últimos dez anos. Disse que o problema acaba nas mãos dos hospitais pela falta de um sistema estruturado de atenção básica na cidade e que, atualmente, os agentes comunitários de Porto Alegre não têm nem computador para fazer os mapas epidemiológicos. Kopttike ainda lembrou que o município não cumpre nem o que já está contratualizado com os hospitais e considerou que a mobilização sindical é importante, mas que não pode ser confundida com irresponsabilidade para com a saúde pública. Por fim, criticou a forma política e oportunista com que foi utilizada a notícia da contaminação por super bactéria. (MG)
INTEGRAÇÃO - Engenheiro Comassetto (PT) ressaltou a importância do tema do Sistema Único de Saúde no Estado. O que estamos debatendo aqui é um projeto de sociedade e quais os seus rumos, afirmou. O vereador lembrou também que o SUS brasileiro é exemplo mundial de excelência, expressada em Porto Alegre pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e pelo Hospital de Clínicas. Comassetto ainda apresentou resultados positivos dos monitoramentos no GHC e afirmou a importância da integração entre Município, Estado e União para o funcionamento do sistema. Por fim, o vereador reiterou a relevância do debate. O que está em debate é o SUS, aqueles que o defendem e aqueles que o pegam como bandeira em ano de eleição. (JM)
REFERÊNCIA - Sofia Cavedon (PT) citou a preferência dos médicos recém-formados em trabalhar no Grupo Hospitalar Conceição, devido à complexidade dos atendimentos oferecidos pelo Grupo aos cidadãos. "O GHC é uma escola com grande compromisso social", afirmou. Para Sofia, a zona norte de Porto Alegre não teria alternativa de emergência sem o hospital Cristo Redentor. A vereadora criticou a falta de gestão da prefeitura e propôs a elaboração de um diagnóstico atualizado da saúde pública em Porto Alegre. (JD)
COBRANÇA - Valter Nagelstein (PMDB) parabenizou a direção do Grupo Hospitalar Conceição pelos inestimáveis serviços prestados à população. Reivindicou aos governos estadual e federal a execução da universalização do acesso à saúde pública. "A Santa Casa e o Hospital de Clínicas também estão com muitos problemas", denunciou. O vereador também cobrou o pagamento da dívida do estado gaúcho com a prefeitura de Porto alegre, estimada em R$ 45 milhões, "para que seja possível destinar mais recursos à saúde dos cidadãos". (JD)
DIVERGÊNCIA - Fernanda Melchionna (PSOL) relatou divergências nos dados apresentados pelo superintendente do Grupo Hospitalar Conceição, Carlos Eduardo Nery Paes, e o que ela presenciou na manhã de hoje nos hospitais Conceição e Cristo Redentor. A vereadora criticou a falta de diálogo da direção do GHC com o sindicato, "descumprindo os acordos firmados na justiça com os representantes da categoria". Fernanda terminou sua fala afirmando que para termos uma saúde "padrão Fifa" é preciso oferecer as mínimas condições de serviços para quem trabalha e quem precisa de atendimento hospitalar. (JD)
SAÚDE - Ex-diretora do Grupo Hospitalar Conceição, Jussara cony (PCdoB) relatou o seu convívio com as dificuldades na administração do Grupo. "Lá eu institucionalizei a mesa de debate coletivo para a prática dos princípios do SUS, pois o GHC é inclusão", atestou. Ela criticou a falta de regionalização e regulação da saúde, pois trazem como consequência a vinda de cidadãos de todo o estado para os hospitais de Porto Alegre. (JD)
DIREÇÃO - Mauro Pinheiro (PT) ratificou a importância do Grupo Hospitalar Conceição para Porto Alegre e julgou imensas as dificuldades da direção do Grupo em administrar 12 mil funcionários, que lidam com a vida dos cidadãos". Segundo o vereador, o "criticado" Hospital Conceição é referência mundial em saúde pública, assim como o SUS. "Deveríamos elogiar isso, mas ficamos criticando pequenos problemas". Mauro Pinheiro afirmou que as pequenas patologias dos cidadãos deveriam ser tratadas nas UPAs e não nos complexos hospitalares.
Juliana Mastrascusa (estagiária de Jornalismo)
Juliana Demarco (estagiária de Jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)