Câmara homenageia ex-combatentes da FEB
General Raul de Oliveira (e), presidente Mônica Leal e Jorge Krieger de Mello, durante a homenagem aos pracinhas (Foto: Tonico Alvares/CMPA) Participação dos ex-combatentes da FEB durante a Segunda Guerra foi homenageada pela Câmara (Foto: Débora Ercolani/CMPA)
A Câmara Municipal de Porto Alegre prestou homenagem ao transcurso pelo Dia do Expedicionário e do Ex-Combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), durante a sessão ordinária desta quinta-feira (16/05). Comemoradas no dia 5 de maio, as datas registram a honraria aos membros da FEB que lutaram na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) contra as forças nazistas e fascistas na Europa. Na oportunidade, a presidente e vereadora Mônica Leal (PP) conduziu a cerimônia, que também contou com a presença de membros e representantes da Força. “Sinto-me sempre muito honrada em poder destacar as iniciativas, as datas comemorativas e os feitos das Forças Armadas Brasileiras”, disse a presidente Mônica ao sublinhar o orgulho do ato por ser filha de militar.
Na tribuna, a parlamentar destacou a coragem e a bravura dos militares que entraram para a história mundial e brasileira, porque, de acordo com ela, foram 25 mil brasileiros enviados à guerra. Mônica mencionou a valentia deles por lutarem pela humanidade e restaurarem a paz e a liberdade no mundo. “Na Capital, também temos um marco histórico: o Monumento ao Expedicionário, no Parque Farroupilha, em frente ao Colégio Militar”, comentou ao classificar a homenagem como justa e merecida.
O presidente da Associação dos Veteranos da FEB, Jorge Krieger de Mello, disse ter orgulho da Câmara de Porto Alegre. “Já recebi o título de Cidadão e sempre fico ao lado deste Legislativo. Registramos com orgulho os feitos de nossa corporação, neste ato, para que as novas gerações tenham a chance de contribuir com a nossa pátria. E sempre servirão de exemplo às gerações futuras. Em nome da democracia, nós, das Forças Armadas, prestamos o nosso agradecimento. Mais de 600 brasileiros pracinhas partiram no primeiro escalão da FEB. Eu agradeço a esta Casa pela homenagem feita à FEB.”
O chefe do centro de Operações, general Raul Rodrigues de Oliveira, agradeceu "a grande homenagem prestada pela Câmara" e lembrou que os pracinhas lutaram "para defender a nossa terra", sofrendo com a perda de muitos camaradas. "A Marinha do Brasil viu sepultados muitos de seus heróis e praças. O Exército, ao lado das demais forças armadas, se constituiu numa das melhores páginas da nossa história. Nossos bravos pracinhas são admiráveis exemplos de abnegação."
Vereadores
O vereador Valter Nagelstein (MDB) considerou a homenagem como necessária, porque, segundo ele, toda a sociedade brasileira precisa lembrar disso. Recordou os 30 dias em que o acervo do Brigadeiro Nero Moura ficou exposto na Câmara, do jipe do Exército que esteve na Segunda Guerra Mundial e das escolas que visitaram as relíquias. “Povos que não conhecem a sua história estão fadados a repetir os erros do passado”, disse Nagelstein ao considerar que, “infelizmente, tivemos milhões de mortes por força de ideologias”. “Esta é a nossa maior homenagem àqueles que, infelizmente, não retornaram. O legado deles é imaterial: o espírito guerreiro das forças armadas deste país”, falou.
“A derrota do fascismo e do nazismo deve se manter presente na nossa memória”, considerou Roberto Robaina (PSOL), ao citar que a cerimônia é fundamental. O psolista lembrou a tragédia que o nazismo foi para Europa e para a Alemanha. Reforçou que, foi a partir dessa experiência, que se deu o desenvolvimento de um padrão de política, o nazifascismo. Disse que isso ainda existe, seja na política internacional, seja na nacional. Apesar de tudo, Robaina avaliou a importância de estudarmos para que essas práticas não tenham efeitos nos dias atuais.
“São raras as vezes que temos a oportunidade, nesta Casa, de nos debruçarmos sobre fatos históricos, pois normalmente nos debruçamos sobre os projetos que temos a votar”, afirmou Ricardo Gomes (PP). Na tribuna, Gomes comentou que a experiência nazista, sendo totalitária, foi de supressão de liberdades, de tomada da economia e em defesa do interesse de um partido único. O vereador ressaltou, todavia, “que acima de tudo é importante recordarmos que a vitória na guerra se deu em âmbito global, com a união dos exércitos vermelhos”. “O ano de 1945 foi marcado pela liberdade no continente”, finalizou.