PLENÁRIO

Legislativo aprova tombamento da Grutinha da Maria Degolada

Vereador Aldacir Oliboni
Vereador Aldacir Oliboni (Foto: Cristina Beck/CMPA)

A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou, na sessão ordinária desta segunda-feira (07/11), projeto de lei do tombamento como patrimônio histórico-cultural do município de Porto Alegre a Grutinha da Maria Degolada. A proposta é de autoria do vereador Aldacir Oliboni (PT) e tem o objetivo de reconhecer a história e a Grutinha da Maria Degolada como patrimônio histórico-cultural do município. “O tombamento busca valorizar e qualificar o local de devoção, mantendo suas características originais”, esclarece o parlamentar. 

Conforme o projeto, deverão ser previamente analisadas e aprovadas pelo órgão competente quaisquer obras ou intervenções a serem realizadas na área tombada, bem como no seu entorno. Também ficam vedadas escavações na área tombada por esta Lei, bem como a realização de obras ou procedimentos que alterem, modifiquem, removam, inutilizem, danifiquem ou descaracterizem a Grutinha da Maria Degolada.

História

De acordo com a exposição de motivos do projeto, Maria Francelina Trenes passou a ser conhecida popularmente como Maria Degolada. A jovem de 21 anos foi degolada em 1899, em um ato de ciúmes e covardia do namorado, o soldado da Brigada Militar Bruno Soares Bicudo, ao pé de uma figueira, durante um piquenique, no Morro do Hospício, localizado em frente ao primeiro centro psiquiátrico da cidade, o Hospital São Pedro. Alguns anos mais tarde, em sua memória, a comunidade construiu uma pequena capela no mesmo local onde fora assassinada, identificando-a também como Nossa Maria da Conceição. Daí vem também o nome daquela comunidade: Vila Maria da Conceição. 

O local virou ponto de peregrinação para a população de Porto Alegre, e Maria Degolada, uma santa popular. Maria Francelina Trenes é um símbolo de resistência contra a exclusão social e a opressão vinda de setores marginalizados e periféricos da sociedade. Por isso, ao longo dos anos, sua história foi assumida pelo conjunto da população e é considerada pelos seus devotos uma santa popular milagrosa. O feminicídio gerou a beatificação de uma mulher estigmatizada durante a vida.

Texto

Andressa de Bem e Canto (reg. prof. 20625)

Edição

Andressa de Bem e Canto (reg. prof. 20625)