Memória

Aberta a exposição Teixeirinha, 30 Anos de Saudade

Juliano e Márcia, neto e filha do músico, no evento proposto por Nereu (d) Foto: tonico alvares
Juliano e Márcia, neto e filha do músico, no evento proposto por Nereu (d) Foto: tonico alvares (Foto: Tonico Alvares/CMPA)
Com a presença de parentes e amigos do músico falecido em 1985, foi inaugurada, na tarde desta segunda-feira (23/11), no térreo na Câmara Municipal de Porto Alegre, a exposição Teixeirinha, 30 Anos de Saudade. Até 23 de janeiro de 2016, os visitantes poderão apreciar 14 painéis sobre a vida e a obra de um dos mais famosos cantores da música gaúcha no rádio, nos discos, no cinema e nos shows. Organizada pela Fundação Vitor Mateus Teixeira, a mostra foi proposta pelo vereador Nereu D’Avila (PDT), com apoio do Memorial da Câmara.

Na abertura, Márcia Teixeira dos Santos, filha de Teixeirinha e dirigente da fundação, disse que o pai, sem dúvida, foi o maior artista popular do Rio Grande do Sul. Segundo ela, as músicas e os filmes de Teixeirinha retratavam a vida do homem do campo, mas também o universo das pessoas da cidade, difundindo valores e costumes importantes para os gaúchos. Márcia informou que a Fundação Vitor Mateus Teixeira quer, justamente, preservar esse legado e mostrá-lo para todos.

Nereu disse que Teixeirinha era mesmo um fenômeno. "Ele teve uma infância muito pobre, mas, por seu próprio esforço e dom, tornou-se um repentista extraordinário e consagrou-se no Estado e no país", contou. O vereador lembrou que o ex-governador Leonel Brizola gostava muito de Querência Amada, uma das mais famosas canções de Teixeirinha, tida como "um segundo hino do Rio Grande". Para Nereu, o cantor soube "tocar com profundidade a alma popular, passando a fazer parte, irremediavelmente, da história musical gaúcha". 

Querência Amada foi justamente a composição de Teixeirinha escolhida por Juliano Teixeira, neto do artista, para encerrar a solenidade de abertura. Juliano, que também é músico e cantor, disse que tem se dedicado ao Projeto Revivendo Teixeirinha, divulgando a obra do avô em seus shows. "Temos visto o quanto ele deixou saudade e como está mais vivo do que nunca", declarou.

Participaram da abertura artistas que conviveram com Teixeirinha, o cantor e secretário estadual da Cultura, Victor Hugo Alves da Silva, e a esposa de Nereu e coordenadora da 1ª Coordenadoria Regional de Educação, Sônia D’Avila, representando o secretário estadual de Educação, Vieira da Cunha.

27 anos de carreira

Vitor Mateus Teixeira, o Teixeirinha, nasceu em 3 de março de 1927, em Santo Antônio da Patrulha (RS), em um lugar chamado Mascarada, hoje pertencente ao município de Rolante. "Tendo ficado órfão de pai e mãe aos 9 anos de idade, peregrinou pelo Rio Grande do Sul, crescendo e se fazendo homem com muito sofrimento, trabalho e honestidade", afirmam os organizadores da mostra. "Nesta caminhada, o canto e os versos de improviso sempre estiveram presentes em sua vida, um dom herdado de seu pai, até que, aos 33 anos, já cantando pelas rádios de Passo Fundo, aconteceu o convite de um forasteiro paulista para ir a São Paulo e gravar seu primeiro disco."

A partir daí surgiu para o mundo um nome que se imortalizou na cena cultural gaúcha, um recorde de vendagem na música brasileira. Com o sucesso da canção Coração de Luto, 754 composições foram gravadas por Teixeirinha em seus 27 anos de carreira, interrompida por sua morte aos 58 anos, em 4 de dezembro de 1985.
   
A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18 horas, na Avenida Loureiro da Silva, 255. Apoio do Memorial da Câmara. Entrada franca. Informações: (51) 3220-4187. 


Texto: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
          Juliana Demarco (estagiária de Jornalismo)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)