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Mistura com lixo orgânico dificulta uso de recicláveis coletados

  • Reunião de prestação de contas do DMLU.
    Reunião avaliou uso dos 45 contêineres para coleta seletiva, em teste há mais de dez dias na área central (Foto: Leonardo Cardoso/CMPA)
  • Reunião de prestação de contas do DMLU.
    René de Souza (microfone) lamentou que sete toneladas de resíduos sólidos não puderam ser aproveitadas (Foto: Leonardo Cardoso/CMPA)

O diretor presidente do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), René José Machado de Souza, afirmou, na manhã desta terça-feira (13/11), que cerca de sete toneladas de resíduos sólidos depositadas nos 45 contêineres para coleta seletiva, em teste há mais de dez dias na área central da Capital, não puderam ser aproveitadas para a reciclagem. O motivo é o descarte irregular de lixo orgânico nos equipamentos onde apenas deveriam ter sido depositados recicláveis.

De acordo com Souza, em balanço das atividades do órgão na Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor), os equipamentos, diferenciados dos demais por sua cor verde, foram colocados em operação há 13 dias no quadrilátero compreendido entre a Avenida Mauá e as ruas Dr. Flores, Riachuelo e Caldas Jr. “O custo mensal dessa operação executada pela empresa RN Freitas, a mesma que já realiza a coleta automatizada, é de R$ 16 mil, que representam um impacto de 2,27% do contrato com a prestadora do serviço. Os recursos não aumentaram a despesa do órgão, pois compensam a redução do serviço de varrição na região”, explicou.

O diretor do DMLU também informou que, na fase de testes, não há custo extra com caminhão. “Utilizamos um dos veículos reservas disponíveis dos dois contratos de recolhimento do automatizado de resíduos no restante da cidade.”

Souza disse que o DMLU arrecada anualmente cerca de R$ 150 milhões com a taxa do lixo e, com isso, cobre a despesa operacional de coleta, que é de aproximadamente R$ 130 milhões. Ele explica que o órgão tem uma equipe enxuta, de 19 engenheiros e seis administradores, mas há um passivo de uma folha de pagamento para 400 garis que ainda integram o quadro efetivo, que gera uma despesa mensal aproximada de R$ 800 mil. “Isso que entre 2017 e 2018 houve 190 aposentadorias”, disse.

Sobre os resíduos produzidos na Capital, Souza destacou que, do total aproximado de 1,7 mil toneladas diárias, pouco mais de 23% tem potencial reciclável. “Infelizmente, apenas 6% é recolhido e encaminhado aos galpões de triagem”, disse. Ele atribui o baixo desempenho à falta de cultura ambiental por parte da população.

Porto Alegre já conta com a coleta automatizada em mais de 2,4 mil contêineres, em dois contratos. Também dispõe de um contrato de coleta porta a porta e outro para a seletiva. O total da frota em operação diária é de mais de 80 caminhões (seis para a automatizada, 32 para o porta a porta e 45 para a seletiva).

Pontos para descarte

Souza também informou que, além dos 17 galpões de reciclagem conveniados, que recebem diariamente os resíduos para a reciclagem, a cidade conta com outras formas de descarte, como as nove Unidades de Destino Certo (UDC), onde os cidadãos podem levar aquilo que não é recolhido pela coleta, como madeiras, móveis velhos, colchões, terra, entulho, caliça, cerâmica, sucata de ferro, eletrodomésticos, resíduos arbóreos e diversos outros materiais que muitas vezes acabam sendo descartados irregularmente em locais públicos. Entretanto, as UDCs não recebem resíduos orgânicos ou perigosos, como lâmpadas fluorescentes e medicamentos vencidos. Os endereços para o descarte desses resíduos sólidos podem ser acessados aqui. Já o destino do óleo de cozinha conta com 53 postos de recolhimento. Veja aqui o mais perto da sua residência ou trabalho.

A reunião da Cefor com o DMLU foi presidida pelo vereador João Carlos Nedel (PP) e faz parte de um planejamento da comissão de promover um balanço com cada uma das empresas e autarquias municipais. Além do DMLU, já foram ouvidas as direções da Carris, EPTC, Dmae e Procempa. Além de Nedel e Souza, participaram do encontro os vereadores Airto Ferronato (PSB), Felipe Camozzato (Novo) e Idenir Cecchim (MDB). Também ocupou a mesa dos trabalhos o engenheiro do DMLU Geraldo Reichert e o ex-diretor-geral do órgão Gustavo Fontana.

Texto: Milton Gerson (reg. prof. 6539)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

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