Moradores de rua pedem projeto que possibilite reinserção social
Representante de associação também criticou desprezo e humilhação que essas pessoas sofrem.
Representante da Associação dos Moradores de Rua da Grande Porto Alegre, Silmar Máximo pediu o apoio de vereadores e vereadoras da Câmara Municipal da Capital, durante o período de Tribuna Popular da sessão ordinária, nesta segunda-feira (29/5). “Precisamos de um projeto social em oficina de artesanato, escrita e leitura para capacitação, para sair da situação em que nos encontramos”, apelou. Ele citou pesquisa que revela serem as pessoas nestas condições, em sua maioria, homens oriundos da Região Metropolitana, provenientes de instabilidade familiar, causada pelo uso de drogas ou alcoolismo.
Máximo, contudo, lamentou a falta de atenção em políticas públicas para essas pessoas que, segundo ele, não devem ser apenas objeto de pesquisas, mas de ações governamentais. “Não fazer um trabalho apenas de preencher pesquisas, mas de reconhecer os abandonados, violentados e humilhados pelo desprezo”, pediu ele. “Para muitos, viver na rua passa a ser uma normalidade”, disse ao revelar que os moradores de rua assumem condições desumanas de vida, fazendo de marquises, viadutos e praças suas casas. “A maioria, em sua essência, só deseja amor, carinho e respeito”, afirmou.
Conforme salientou ainda, vários dos moradores de rua não querem saber de violência, nem são violentos. “Só usam a violência como autodefesa, e todos têm o direito de permanecer nas ruas sem serem espancados”, ressaltou. Máximo também denunciou caminhão de limpeza que, nas madrugadas, ao fazer lavagens em logradouros, joga água sanitária e desinfetante em todos, “uma grande falta de respeito”. Ele igualmente lamentou que programa do DMLU sobre reciclagem não exista mais. “Precisamos de um projeto social. Conto com vocês”, finalizou o orador em sua manifestação.
Texto: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)