Sessão Solene

Neto de Rubens Paiva recebe Comenda Porto do Sol

  • Sessão Solene de outorga da Comenda Porto do Sol a João Francisco Paiva Avelino, neto do ex-deputado desaparecido durante a Ditadura Militar, Rubens Paiva, e de Eunice Paiva, que teve a história retratada no filme brasileiro vencedor do Oscar "Ainda Estou Aqui". A homenagem foi uma proposição do vereador Roberto Robaina.
    Chico Paiva e Roberto Robaina (Foto: Fernando Antunes/CMPA - Uso público, resguardado o crédito obrigatório)
  • Sessão Solene de outorga da Comenda Porto do Sol a João Francisco Paiva Avelino, neto do ex-deputado desaparecido durante a Ditadura Militar, Rubens Paiva, e de Eunice Paiva, que teve a história retratada no filme brasileiro vencedor do Oscar "Ainda Estou Aqui". A homenagem foi uma proposição do vereador Roberto Robaina.
    Sessão Solene ocorreu nesta sexta no Plenário Otávio Rocha (Foto: Fernando Antunes/CMPA - Uso público, resguardado o crédito obrigatório)

A Câmara Municipal de Porto Alegre concedeu hoje (4/4) a Comenda Porto do Sol a João Francisco Paiva Neto, conhecido como Chico Paiva. Ele é neto de Eunice Paiva e do ex-deputado Rubens Paiva, morto durante a ditadura militar. A homenagem foi proposta pelo vereador Roberto Robaina (PSOL).

O proponente afirmou que a homenagem é à família de Paiva, que simbolizou a luta contra a ditadura militar no país e possibilitou, recentemente, a consagração do cinema nacional ao receber o prêmio Oscar de Melhor Filme Internacional de 2024, um “grande orgulho para a arte, para a cultura e para todos aqueles que têm valores democráticos, valores que se expressaram no repúdio contra a ditadura militar e ainda hoje na luta contra a ascensão internacional da extrema direita”, explicou.

Robaina enfatizou que o combate ao regime autoritário ainda não terminou e que essa homenagem é também àqueles que “estão dispostos a seguir nessa luta”, citando convidados: “Nós temos nessa mesa o Chico e a Fernanda Melchionna, como expressão das novas gerações, e o Flávio Tavares e o Olívio Dutra como símbolos. Nós estamos todos extremamente representados”. Concluiu afirmando que a homenagem trata-se de um compromisso de continuidade desta luta, repudiando as falas de parlamentares que se manifestem a favor do período marcado pela tortura e autoritarismo.

O homenageado compartilhou mensagens passadas para as gerações da família por sua avó, Eunice Paiva: “A primeira delas é que a democracia é uma luta constante, então a gente nunca pode deixar de lutar por ela, porque se não, o regime autoritário pode voltar”. Também ressaltou que a luta não é individual e exclusiva da família Paiva e, sim, coletiva. “Assim como houve o caso do meu avô, que ganhou manchetes e um filme, a gente também tem milhares de outras famílias que, durante o período da ditadura, lutaram pela redemocratização. Então que a nossa família sirva de luz para outras famílias que não são tão famosas, mas que tiveram suas vidas igualmente destruídas pela ditadura”.

Chico citou a importância de dar voz ao movimento negro, das mulheres e o estudantil. “Sem a confluência de todas essas lutas, a democracia não existe. Não existe Rubens Paiva sem a luta de todos vocês que estão aqui reunidos e que são representados por essas lideranças. O nome do filme é ‘Ainda estou aqui’ e é importante que a gente mostre para eles que ainda estamos aqui e estaremos aqui por 50, 100, 200 anos, quantas gerações forem necessárias, nós estaremos lutando pela democracia e pelos valores democráticos”. Paiva finalizou lamentando o ato inconstitucional de 8 de janeiro e afirmou que é fundamental que o Brasil “puna os que tentaram o golpe” e mostre ser um país democratico, onde “a vontade do povo vai imperar sobre os autoritários”.

*História

Chico Paiva atualmente é diretor do Departamento de Descarbonização e Finanças Verdes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. É graduado em relações internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo com Master in Business Economics pela Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP). Também atuou pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, na área de assessoria internacional. 

Trabalhou na Associação Brasileira de ONGs na consulta à sociedade civil brasileira na construção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Esteve na ONU onde trabalhou em Nova York e Genebra. Em Brasília, teve atuação na Câmara dos Deputados como assessor especial do presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro e no Senado Federal como assessor legislativo na liderança do partido. 

*Com informações do site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

Texto

Brenda Andrade (estagiária em Jornalismo)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)