ONG pede aplicação de lei para detecção precoce do autismo
A Tribuna Popular desta segunda-feira (15/2) foi ocupada pelo Movimento Orgulho Autista Brasil no Rio Grande do Sul (MOAB-RS). A coordenadora Luciana de Souza Martinez apresentou o trabalho desenvolvido pela entidade, fundada há 15 anos, em Brasília, em defesa de uma melhor qualidade de vida para o autista e suas famílias. Ao se dirigir aos vereadores, Luciana pediu o apoio para aplicação da Lei 13.438/17, que obriga o SUS a aplicar protocolo de risco psíquico nas crianças, desde o seu nascimento até os 18 meses. Ela destacou que a detecção precoce dá às famílias a oportunidade de estimular a aquisição da linguagem e das habilidades sociais, bem como reverter muitos sintomas incapacitantes, que podem prejudicar tanto a interação social quanto a autonomia da criança autista. Conforme Luciana, o foco do movimento é exigir que a lei seja aplicada nos municípios de todo o País, de forma que se possa trabalhar prevenção, e não apenas a remissão de sintomas. Entre outras leis que contaram com a mobilização da ONG estão a 12.764/12, que incluiu o transtorno do espectro autista no rol de pessoas com deficiência e definiu políticas públicas sobre o tema; a 13.861/2019, que incluiu o autista no Censo do IBGE; e a 13.977/2020, que criou a Carteira da de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Luciana é mãe de Bernardo, de 19 anos, diagnosticado com autismo quando tinha 1 ano e 11 meses. Com tratamento pago pela família, Bernardo começou a falar aos 6 anos e foi alfabetizado aos 7. Devido à detecção precoce, também conseguiu reverter os principais sintomas incapacitantes, tais como isolamento, dificuldade de socialização e excesso de franqueza nas interações pessoais e sociais. Foram 7 anos de tratamento intensivo. Ouça a íntegra da Tribuna Popular.