Orçamento da Saúde será de 24% da receita líquida em 2019
Terceirização e aumento de equipes do Imesf, do orçamento em saúde mental e da assistência farmacêutica são metas da SMS
O Orçamento para 2019 da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) será de aproximadamente R$ 1,8 bilhão, representando 24% da receita líquida do Município. A informação foi divulgada nesta terça-feira (27/11) pelo secretário municipal da Saúde, Erno Harzheim, em reunião da Comissão de Economia Finanças Orçamento e do Mercosul (Cefor), da Câmara Municipal de Porto Alegre.
O secretário confirmou o viés adotado pela atual gestão, de diminuir a verticalização dos serviços, substituindo onde for possível pela contratação de serviços terceirizados. “Redução com pessoal, diminuição de serviços próprios e mais terceirização”, adiantou Harzheim. Ele exemplificou que o laboratório de análises clínicas municipais estará voltado para a produção de exames de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e que os demais exames mais simples irão para uma empresa conveniada.
Outro objetivo da SMS é aumentar o atendimento primário, com a contratação de mais equipes para o Imesf, dobrar o orçamento em saúde mental, aumentar a assistência farmacêutica, sendo que, segundo o secretário, neste ano, a falta de medicamentos foi 100% sanada. Ele citou ainda como melhorias a entrada em operação de dois tomógrafos novos no HPS
Conforme o secretário, 2018 registrou o fim do déficit de leitos em UTI na cidade Porto Alegre e o aumento de leitos de baixa e média complexidades na rede conveniada. Ele observou ainda que o processo de informatização está 100% concluído com a criação do prontuário do cidadão. Harzheim confirmou, para o próximo ano, a entrada em operação das UPAs na Vila Bom Jesus, na Lomba do Pinheiro e na Vila dos Sargentos, o que ocorrerá com algumas adequações nas UBSs existentes no local.
Vereadores
Idenir Cecchim (MDB) elogiou a explanação do secretário da Saúde. “É um modelo. Se houvesse mais três ou quatro secretários com a qualidade do senhor, a avaliação da administração municipal seria melhor”, pontificou o vereador. “Os demais secretários deveriam copiar.”
João Carlos Nedel (PP), presidente da Cefor e da reunião, pediu esclarecimentos sobre o atendimento psicossocial. O secretário, então, explicou que são centros para atendimento ambulatorial ou por internação de pessoas com distúrbios mentais desde os mais leves até os acometidos pelo vício do crack, considerado o mais complexo. Harzheim informou que três dessas unidades estão funcionando e que uma quarta será aberta com operação 24 horas, próxima à cracolândia da região da rodoviária.
Airto Ferronato (PSB) avaliou como satisfatória a intervenção do titular da Saúde. “Todos reconhecem a competência e a capacidade de gestão e a relação estreita com a Câmara Municipal, que é extremamente positiva”, elogiou o vereador.
Considerações finais
Carlos Klein Azevedo, representando a Santa Casa, assinalou como confortante saber que tem “alguém na Prefeitura realizando um trabalho de grandes resultados”. Sugeriu ao secretário investir mais em campanhas de prevenção não somente no terreno do atendimento, mas também em bons hábitos, como alimentação saudável, prática de exercícios físicos e redução do consumo de gorduras e açúcar, por exemplo.
A representante do Conselho Municipal de Saúde, Rosa Helena Cavalheiro Mendes, reclamou da falta de leitos no HPS, das obras inacabadas naquela unidade e da falta de médicos, atendentes e enfermeiros. Ela se queixou ainda da saída dos profissionais cubanos que atendiam na periferia.
O secretário respondeu que os 14 médicos que deixaram o país serão substituídos na próxima semana pelos selecionados no novo edital do Mais Médicos. Ainda assim, o Imesf contratou mais 14, totalizando 28 novos profissionais médicos nos postos de saúde de Porto Alegre.
Fernando Cibelli de Castro (reg. prof. 6881)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)