Palestra sobre câmaras marca solenidade da Pátria no Legislativo da capital
Antonio Hohlfeldt, que foi vereador, presidente da Casa e vice-governador, falou sobre o tema
O presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Reginaldo Pujol (DEM), coordenou, na tarde desta sexta-feira (4/9) Sessão Solene que marcou a passagem da Semana da Pátria. O evento, realizado no Auditório Ana Terra, contou com a presença do vice-prefeito da capital, Gustavo Paim, do vereador Valter Nagelstein (PSD), das vereadoras Comandante Nádia (DEM), Lourdes Sprenger (MDB), Mônica Leal (PP), e do ex-vice-governador do Estado Antonio Hohlfeldt, atual presidente da Fundação Theatro São Pedro.
De acordo com Pujol, a intenção de realizar a sessão com presença de público reduzida, mas com a possibilidade de acompanhameto virtual, teve por objetivo não interromper o que, segundo ele, a Casa faz historicamente. “Nunca deixamos de marcar os feitos históricos de forma adequada e respeitosa, ainda que a Pandemia do Covid-19 transforme nossos atos”. A solenidade foi transmitida pela TV Câmara (canais 11.3 no sinal aberto e 16 na NET) e pelo canal oficial da TV Câmara no YouTube.
Retrospectiva
Na oportunidade, Hohlfeldt proferiu palestra denominada O papel cívico da Câmara e sua participação nas lutas sociais da independência, escravatura e na Revolução Farroupilha, quando fez uma breve retrospectiva da história das Câmaras municipais no país. O orador lembrou que os legislativos surgiram em forma de conselhos, formados democraticamente por cidadãos civis. “Em 1549, na Baía de Todos-os-Santos (BA), já tínhamos uma câmara”, exemplificou, salientando que elas se caracterizavam ainda como organizações populares. “As Santas Casa eram uma espécie de organização desses conselhos que recebiam os enjeitados e garantiam a extensão da cidadania”, completou.
Hohlfeldt recordou a história do Legislativo da Capital, que iniciou-se em 6 de setembro de 1773, ainda na cidade de Viamão. “São 247 anos de história”, ressaltou o palestrante, ao enfatizar que à época, por não existir a figura dos prefeitos, e as câmaras é que acolhiam as necessidades da população. “Os alcaides é que atendiam as demandas que iam desde acolher os enjeitados, até suprir a alimentação e fazer o arruamento”. Sobre a abolição dos escravos, falou que, na capital, ocorreu no ano de 1884. “Porto Alegre e Pelotas foram as duas cidades que primeiro tiveram essa iniciativa”, recordou, ressaltando que havia uma sociedade abolicionista. “À época os partidos políticos fizeram uma espécie de acordo, onde os escravos se manteriam vinculados a seus senhores, mas teriam um contrato de trabalho”.
Relações
Quanto à Revolução Farroupilha, o palestrante disse que Porto Alegre sofreu três tentativas de sítio entre os anos 1836 a 1840, por parte dos farroupilhas. “Mas os imperialistas resistiram fortemente”. Ele comentou sobre a Avenida do Forte, localizada na zona sul da cidade. “Ela tem este nome porque à época existia lá um forte erguido pelos imperialistas, que resistiram aos ataques farroupilhas”.
Hohlfeldt também falou sobre a importância dos vereadores na história dos parlamentos. “É na cidade que moram os cidadãos e é isso que faz a importância de um vereador . É o político mais próximo do cidadão”. O vice-prefeito Paim também se manifestou e ressaltou a relação entre os poderes: “Independente da função de cada um, o cidadão quer se sentir representado e respeitado”.