Pedro Américo Leal será homenageado com rua no Cristal
Está em tramitação, na Câmara Municipal de Porto Alegre, projeto de lei de autoria dos vereadores João Carlos Nedel, Cassiá Carpes e Ricardo Gomes, todos do PP, que denomina Avenida Pedro Américo Leal os logradouros públicos cadastrados conhecidos como Avenida Quatro Mil e Setenta e Um e Avenida Quatro Mil, Quinhentos e Trinta e Oito, localizados no Bairro Cristal. Segundo o projeto, as placas denominativas conterão, abaixo do nome do logradouro, os seguintes dizeres: Militar e político exemplar.
Nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 29 de junho de 1924, Pedro Américo Leal chegou ao Rio Grande do Sul em 1944, oriundo da Escola Preparatória de Cadetes de Fortaleza, transferido pelo General Zenóbio da Costa. "Sua vida caracterizou-se por constantes lutas em prol da ordem e da lei, que são características da verdadeira democracia. Tendo sempre elevado conceito entre os seus colegas de farda, era um líder natural", afirmam os proponentes.
Após ter cursado a Academia das Agulhas Negras nos anos de 1946, 1947 e 1948, foi servir no 19º Regimento de Infantaria como aspirante, frequentando, em Porto Alegre, o curso de Comunicações. Mais tarde, foi transferido como primeiro-tenente para a 1ª Companhia de Guardas e quartel general da 6ª Divisão de Infantaria, sob o comando do general Coroliano de Andrade, convidado para ajudante de ordens, já como capitão, do general Armando Cattani, comandante da infantaria divisionária da 6ª Divisão de Infantaria.
No período militar, permaneceu em contato, durante anos, com os generais Alfredo Souto Malan e Golbery do Couto e Silva, de quem se tornou particular amigo, tendo, durante vários anos, mantido intensas ligações com eles, por meio de contínuas idas a Brasília, já como deputado. Irritado com os rumos do governo, quando o comando das Forças Armadas deu orientação para a elaboração do Ato Institucional nº 5 (AI-5), afastou-se e foi para a reserva, tornando-se professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Foi eleito deputado estadual, cumprindo quatro legislaturas, de 1970 a 1986, correspondendo aos quatro mandatos. Nessa oportunidade, foi presidente de duas comissões e líder de governo, no governo de Jair Soares. Mais tarde, após um período de discordância dos fatos que se avizinhavam, afastou‑se dos acontecimentos políticos, onde permaneceu até 1992, em silêncio.
Candidatou-se à vereança de Porto Alegre, onde exerceu por três mandatos as funções de vereador, sempre pelos partidos: Aliança Renovadora Nacional (Arena), Partido Democrático Social (PDS), Partido Progressista Reformador (PPR) e Partido Progressista (PP), jamais saindo, tendo o partido mudado de sigla. Como vereador, criou e levantou a subestação do Corpo de Bombeiros junto à Prefeitura Municipal de Porto Alegre e colocou a 1ª Companhia do 9º Batalhão da Polícia Militar na Praça XV de Novembro, no Largo da Epatur.
Simultaneamente, legislou sobre o Monumento ao Policial, o qual inaugurou. Intermediou a compra e a localização do prédio de seis andares em frente ao Sport Club Internacional, destinado à Vigilância Sanitária, que constituía um grande anseio da Secretaria da Saúde do Município, em um antigo prédio da Caixa Econômica Federal. No ano de 2005, recebeu o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre pelos relevantes serviços prestados ao Município. Faleceu em 22 de agosto de 2016, aos 92 anos de idade.
Texto: Matheus Lourenço (estagiário de Jornalismo)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)