Pedro Ruas participa de Fórum na Argentina
Documentário do MJDH no Fórum Mundial de Direitos Humanos, indica que Operação Condor pode ter nascido no Brasil
Fórum Mundial de Direitos Humanos
O documentário apresentado terça e quarta-feira (21 e 22/03/2023) por Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), no III Fórum Mundial de Direitos Humanos 2023, em Buenos Aires (Argentina), indicam que a Operação Condor pode ter sido criada no Brasil no final da década de 60. Essa é a avaliação do vereador Pedro Ruas, líder na Câmara Municipal de Porto Alegre, que participa do evento como convidado. “O trabalho de Krischke é muito bem documentado e prova que ao chegar ao Chile esse método de sequestrar, torturar e desaparecer com as vítimas já era comum no Brasil e países vizinhos. Apenas em 1975 recebeu esse nome no Chile”, afirma Ruas.
A reapresentação do documentário do MJDH “Operação Condor, um crime de Estado” na quarta-feira (22), atendeu um público maior, visto que o Centro Cultural Kirchner dispõe de salas mais amplas, devido a repercussão do tema. Ainda na quarta-feira, foi prestada homenagem à vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, assassinada há cinco anos. A homenagem ocorreu no Parque da Memória, um espaço público dedicado aos argentinos mortos ou desaparecidos com a ditadura militar.
O que é o Fórum
O III Fórum Mundial de Direitos Humanos 2023, em Buenos Aires, é o maior encontro de ativistas dos direitos humanos do mundo, um espaço de reflexão e fortalecimento das lutas por mais igualdade e justiça, com a participação de organizações e referências de todo o mundo, entre eles o Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais que oferece diversas atividades, apresentações e oficinas. A abertura, na segunda-feira, 20, foi feita pelo presidente argentino Alberto Fernández, com a presença de muitas autoridades e personalidades, entre essas a representante das Madres de Plaza de Mayo Línea Fundadora, Taty Almeida; do Prêmio Nobel da Paz e presidente honorário de Forum, Adolfo Pérez Esquivel e ainda da diretora do CIPDH-UNESCO, Fernanda Gil Lozano.
O foco principal nesta terceira edição é continuar aprofundando o diálogo, atualizando o diagnóstico da situação sobre os principais avanços, recuos e desafios em matéria de promoção e proteção dos direitos humanos no mundo; intercambiar experiencias exitosas, propostas inovadoras e promover o intercâmbio de conhecimentos e a cooperação horizontal entre os participantes a nível nacional, regional e internacional. Oferecerá, ainda, um espaço privilegiado para o impulso dos Objetivos do Desenvolvimento sustentável.
A primeira edição do Fórum em 2013, no Brasil contou com a participação de 74 países e mais de 700 instituições. Em 2014, o Fórum foi realizado no Marrocos com 95 países e 750 organizações. Mais de 100 países e cerca de 1 mil instituições da sociedade civil estão representados na Argentina. O Fórum iniciou dia 20 e encerra no sábado dia 25.
Terras indígenas, moradia e segurança alimentar na pauta
Pedro Ruas levou em sua agenda temas relacionados a necessidade de políticas capazes de garantir as terras ancestrais para os povos indígenas, o que não vem sendo respeitado no Estado e, também em várias partes do Brasil. Da mesma forma, o vereador que integra a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), selecionou espaços de debates sobre o tema moradia e segurança alimentar.
Dias antes da viagem para participar do III Fórum, Ruas esteve em reunião com o arcebispo Metropolitano, Dom Jaime Splengler, debatendo sobre a Campanha da Fraternidade cujo tema é “Fraternidade e Fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer”. É a terceira vez que a emergência sobre o enfrentamento da fome é escolhida pela CNBB (Conselho Nacional dos Bispos do Brasil), tendo em vista que milhares de brasileiros estão em situação de insegurança alimentar. O tema – fome mundial - figura nos debates desse III Fórum Mundial de Direitos Humanos.