Pesquisa como salvaguarda da biodiversidade
Como vice-presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara (Cosmam), propus a pauta “Importância das instituições de pesquisa para salvaguarda da biodiversidade e dos processos ecológicos”. Durante a reunião virtual da Cosmam, destaquei que esta pauta não se esgota devido a muitos temas específicos a serem considerados na defesa do ambiente natural e da sustentabilidade.
A Chefe da Divisão de Pesquisa- DeBio /SEMA- RS, bióloga e pesquisadora Patrícia Witt, disse que os órgãos ambientais são fundamentais para promoção da pesquisa cientifica, determinação de espaços territoriais protegidos, áreas de preservação ambiental para manter o patrimônio genético da fauna e flora e que há 23 unidades de conservação no estado, grupo de proteção integrado (áreas mais restritivas) e de uso sustentável (com a coexistência das pessoas mas em áreas protegidas).
O professor e pesquisador da Unisinos, Uwe Hosrt Schulz, falou que desde 2010 metade da população global vive em cidades e que em 2050 aproximadamente 70% das pessoas estarão em perímetro urbano. Alertou para o abastecimento de água, produção de energia e de alimentos, que dependem dos solos e da previsibilidade climática. E que o papel da universidade é formar pensamento científico como ferramentas de análise das situações que possibilitem a reação técnica adequada para o enfrentamento de problemas e busca de soluções.
Professora da UERGS, Saionara Salomoni ressaltou os impactos da industrialização, população e das cidades que se concentram em volta dos rios, comprometendo a qualidade da água que é captada para consumo de humanos e animais. Falou que as gestões municipais devem investir na revitalização de rios e nascentes e sugeriu programa de pagamento por serviços ambientais, para que agricultores, por exemplo, ganhem uma quantia como forma de incentivo para preservar e garantir a qualidade da água no futuro. E defendeu o planejamento e análise permanente das bacias hidrográficas.
Mauro Moura, ex-secretário do Meio Ambiente e diretor técnico da Fepam, ressaltou que junto à pesquisa devem ser feitas ações de preservação. Disse que falta divulgação da imprensa sobre agentes poluentes, condições climáticas e meio ambiente. Falou que a população urbana do planeta será de 2 bilhões e meio daqui a 50 anos e que as prefeituras deveriam rever a parte legal de licenciamentos nas regiões invadidas, para evitar catástrofes, como aconteceu recentemente nas cidades de Recife (PE) e Petrópolis (RJ), que não deveriam ter moradores em locais de inclinação. Segundo o gestor, houve ocupação ilegal e as prefeituras sabiam e não tomaram as devidas providências.
A vice-presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Simone Azambuja, falou da preocupação dos ambientalistas em relação à gestão ambiental e as unidades de conservação, questões de microclima, qualidade do ar e da água, resíduos sólidos e unidades de triagem. Entende que deveria ter mais arborização na cidade e ressaltou a área rural da Capital que dispõe de grande biodiversidade. Espera que os debates da Cosmam possam trazer aumento da educação ambiental em Porto Alegre assim como o papel das mídias socias, canais de tv e rádio, com olhar mais voltado para a questão ambiental, maior popularidade sobre gestão pública e melhoria dos serviços.
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