Sessão Extraordinária / Lideranças e Comunicações
Durante o período destinado às Lideranças e às Comunicações, na sessão ordinária desta segunda-feira (16/8), os vereadores e as vereadoras trataram dos seguintes temas:
PRISÃO - Psicóloga Tanise Sabino (PTB) criticou a prisão do presidente do PTB, Roberto Jefferson. "Percebemos o conflito entre os poderes. Como pode acontecer uma coisa dessas no Brasil, um país democrático? Estamos vivendo uma ditadura de toga? No Brasil, prendem e mantêm presos, sem julgamento, deputados, políticos e jornalistas por crime de opinião. São coisas assim que nos enojam." Segundo a vereadora, em 2005 Roberto Jefferson foi preso por denunciar o mensalão; e agora, denunciou o "mensalinho chinês". "A democracia está em risco. Como presidente do PTB de Porto Alegre, registro minha indignação contra tamanha arbitrariedade. Não aceitaremos essa censura e não vamos nos acovardar. Somos milhões de pessoas em todo o Brasil movidos por um sentimento: a busca de um Brasil melhor." (GA)
AFEGÃS - Fernanda Barth (PRTB) falou da preocupação com os rumos da política internacional em relação à repressão, especialmente às mulheres do Afeganistão. Relatou que, com a saída das tropas norte-americanas da região, aquele país foi tomado por grupos terroristas do talibã, que não respeitam direitos humanos. “Professores são perseguidos e proibidos de ensinar, assim como meninas e mulheres são levadas para o acampamento dos soldados para servirem de escravas sexuais e procriadoras, e o regime terrorista está desarmando a população.” Afirmou que não devemos nos calar diante do massacre que estão sofrendo os afegãos, inclusive os que tentam sair do país e que todas as Câmaras e Assembleias deveriam se manifestar contra as agressões aquele povo. “Toda a minha solidariedade às mulheres do Afeganistão”, finalizou. (GS)
OPORTUNISMO - Bruna Rodrigues (PCdoB) entende que é oportunismo ocupar a tribuna para falar das mulheres de outros lugares, “mas que não vota projetos porque estão do outro lado”. A vereadora disse que é feminista e luta para que todas as mulheres tenham dignidade e liberdade para sobreviverem. Afirmou que “atacam o regime comunista e defendem os liberais que torturam mulheres mundo afora". Afirmou que não pode se calar quando a mentira ocupa espaço importante na tribuna da Câmara. Falou também do crescimento das crianças nas sinaleiras de Porto Alegre, quando deveriam estar na escola. Segundo ela, Porto Alegre teve 178% de acréscimo do trabalho infantil e questionou: “Qual o papel do Legislativo da cidade, que deveria ter isso como tema central?” (GS)
POPULISTA - Idenir Cecchim (MDB) disse que é impressionante ouvir, praticamente, a defesa do talibã. “E depois vem falar em direitos humanos. Esse tal partido defendeu, por nota, a Coreia do Norte e agora defende a barbárie no Afeganistão”. Destacou que os terroristas deste país proíbem a cultura e não respeitam o ser humano. Lembrou que tivemos, no passado, o genocídio dos judeus e que “o que está acontecendo agora é terrível, porque decapitam a cabeça dos opositores do regime”. Disse ainda que lamenta que o presidente norte-americano tenha retirado as tropas do Afeganistão. Ressaltou também que, apesar dos Estados Unidos fabricarem vacinas, “eles não conseguiram vacinar a todos e estão abaixo do Brasil em imunização. “O mundo paga caro por causa dos populistas que se chamam democratas”, concluiu. (GS)
PERSEGUIDOS - Jessé Sangalli (Cidadania) disse que vereadora de esquerda tentou minimizar a questão do que acontece no Afeganistão, país sob o regime do talibã e “do risco de violência que as mulheres afegãs estão sofrendo neste momento”. Em relação aos ataques terroristas daquele país, disse que algumas pessoas “vem aqui defender o opressor e põe a culpa no oprimido, como se este fosse o causador de todo o mal”. Sangalli entende que os terroristas, muitas vezes, são apoiados por partidos de esquerda. “Vem aqui defender o autoritarismo, deixo o meu repúdio a este tipo de pensamento e devemos ter um posicionamento em favor da liberdade sempre.” Citou que há milhares de cidadãos afegãos, no aeroporto da cidade de Cabul, tentando sair do país para fugir do terrorismo, “porque são perseguidos pelo talibã e estão condenados à morte”. (GS)
TRANSPORTE - Roberto Robaina (PSOL) defendeu o aprofundamento do debate sobre o sistema de transporte público de Porto Alegre. Disse que, na próxima quinta-feira, os rodoviários voltam a se mobilizar diante da ameaça causada pelos projetos de extinção de cobradores e privatização da Carris. Lembrou de seu projeto que institui a Taxa de Mobilidade Urbana como forma de garantir sustentabilidade ao sistema e convidou os colegas à discussão da matéria. Sobre o Talibã, afirmou que o regime é uma expressão do fascismo no Oriente Médio, mas no Brasil está ligado a grupos que também pregam a intolerância, com atos de repressão e ataques a opositores muito parecidos, que só não são ganham os ares da violência pela ausência de força do presidente Bolsonaro; e que no Afeganistão, em 20 anos de presença americana, os EUA prometeram restabelecer a democracia, mas só fortaleceram sua indústria bélica. (MG)
IPTU – Aldacir Oliboni (PT) ressaltou que a oposição deu acordo para agilizar a discussão de pauta do projeto que prevê a suspensão do aumento do IPTU, aprovado no governo anterior, e que, contra o voto do PT, sobretaxou a população de forma cruel em um momento de complexidade agravado pela pandemia. Acrescentou que o tema foi um dos pontos fundamentais da campanha, na qual os candidatos se comprometeram a rever o aumento e, agora, é preciso manter a coerência. Declarou, ainda, que gostaria de ver o governo propondo políticas de crédito subsidiado que favorecessem a um número maior de cidadãos que perderam emprego e fecharam negócios; e que espera, a partir da vacinação, que possa haver a recuperação da economia para que as pessoas possam sair do sufoco no qual que se encontram. (MG)
MULHERES - Bruna Rodrigues (PCdoB) disse representar uma bancada de duas mulheres negras da periferia da cidade e que entendem o impacto da desigualdade gerada pela ausência de políticas públicas. Respondeu ao vereador Idenir Cecchim (MDB) e disse que não defende nenhum regime extremista, que promova tortura e retire direitos das mulheres. Ressaltou que defende todas as mulheres e não apenas uma parcela delas, pois, estejam no Afeganistão ou no Brasil, onde enfrentam sistemas parecidos, sofrem com a perda de direitos básicos. Afirmou que, no Brasil, as mulheres são as mais impactadas pela política negacionista do presidente Bolsonaro, defendida por alguns vereadores, e lembrou que “dias atrás retiraram direitos das mulheres na reforma da previdência e não aprovaram moção de solidariedade a uma mulher e uma criança”. (MG)