Sessão ordinária / Grande Expediente e Lideranças
Nos discursos de Grande Expediente e de Lideranças da sessão ordinária desta segunda-feira (17/6), os vereadores e as vereadoras de Porto Alegre abordaram as seguintes pautas:
ENCHENTES - Fernanda Barth (PL) relembrou as tragédias causadas pelas enchentes no RS e criticou a falta de ações do governo estadual em relação aos cuidados e modernização dos sistemas de proteção contra cheias. De acordo com a vereadora, será necessário o investimento de bilhões de reais para reconstrução dos sistemas hidrológicos: “Isso é uma ação conjunta, de muito investimento, que deve ser feito de maneira urgente e com muita responsabilidade”. Barth ainda afirmou que em dezenas de municípios as construções de diques se encontram em processo licitatório há anos, consequentemente afetando a Região Metropolitana com as enchentes. Para finalizar, criticou o que chamou de discurso “ambientalista ideológico”, que busca culpar as empresas mineradoras de areia pela poluição do Guaíba. “Estamos falando de um sistema estadual sério e responsável. Que se mantenha esse sistema hídrico saudável, dragado e desassoreado.” (BPA)
SOLIDARIEDADE - Gilson Padeiro (PSDB) destacou a solidariedade e o apoio da comunidade durante as cheias na Capital. “Milhares de famílias foram afetadas, com cerca de 80 mil casas atingidas, trazendo uma onda de desespero e necessidade. No momento de crise, é fundamental destacar a solidariedade e o espírito comunitário que emergiu em nossa cidade.” Além disso, pontuou o trabalho realizado nos abrigos por voluntários para auxiliar as centenas de famílias desabrigadas: “Nosso compromisso com o bem-estar dessas famílias não se limitou apenas ao fornecimento de um abrigo. Buscamos proporcionar conforto e dignidade a cada pessoa acolhida.” (LP)
DESINFORMAÇÃO - Cláudio Conceição (União) acusou o vereador Jonas Reis (PT) de propagar fake news por meio das redes sociais. O card publicado pelo parlamentar fazia alusão a um suposto veto de parlamentares em uma votação sobre o Bônus-Moradia, um auxílio financeiro para famílias que foram atingidas pelas cheias. “A gente votou por um projeto de R$ 127 mil, que foi o que foi colocado. Não teria como votar pelos R$ 200 mil, porque nós íamos estar contemplando menos pessoas. A partir do que foi colocado, podemos alcançar mais pessoas necessitadas.” (RR)
VIOLÊNCIA - Biga Pereira (PCdoB) denunciou que houve violência policial na retirada de pessoas da Ocupação Sarah Domingues, que foi realizada neste domingo. “A Brigada Militar colocou as pessoas na rua, num dia de chuva. Ao tentar me aproximar, fui violentamente agredida”, disse a vereadora, que sofreu uma fratura no braço. Comparou o tratamento dado pelos governos a empresas de construção civil e às pessoas que demandam moradia. “É assim que o governo trata as pessoas num momento de crise, com tamanha violência”, criticou. (TP)
ESCOLAS - Mari Pimentel (Republicanos) pediu apoio dos parlamentares para aprovar o projeto de decreto legislativo que busca derrubar o decreto do Executivo que proíbe gravações dentro do ambiente escolar. De acordo com Pimentel, os vereadores estão recebendo denúncias por gravar dentro de escolas quando estão exercendo a fiscalização do local a pedido dos servidores. “Nós temos uma perseguição aos servidores públicos municipais que recebem vereadores", disse, afirmando que é preciso "liberdade para retratar o que acontece em sala de aula.” (BPA)
AUXÍLIO - Cassiá Carpes (Cidadania) cobrou o atraso nos repasses dos auxílios governamentais para a população atingida pelas chuvas. Também criticou a demora na regulamentação dos projetos de leis criados e votados na Câmara. "Quando vamos receber? Quando vamos receber o auxílio-moradia? Quando vamos ter o abastecimento de água? Até quando vamos deixar de pagar o IPTU? As pessoas querem saber as respostas para essas questões. Portanto, peço, mais uma vez, mais rapidez e menos burocracia nesses projetos que saem aqui da Casa." (LP)
MORADIA - Karen Santos (PSOL) abordou a retirada das famílias da Ocupação Sarah Domingues e cobrou que prédios públicos sejam convertidos em moradia para pessoas desabrigadas. “Até agora não houve nenhum tipo de regulamentação, grupo de trabalho ou iniciativa de mapeamento desses locais para que a gente pare de passar o constrangimento de ocupar prédios públicos, que estão ociosos há décadas no Centro da cidade, e que têm que estar à disposição para moradia e para regularização fundiária. As pessoas não ocupam no frio e na chuva porque querem. As pessoas ocupam porque não tem lugar para voltar.” (RR)
OCUPAÇÃO - Everton Gimenis (PT) também se solidarizou com as famílias que foram retiradas da Ocupação Sarah Domingues. Disse que não havia planejamento por parte da Prefeitura, nem do governo estadual, para abrigar as famílias retiradas da ocupação no Centro da cidade. “As pessoas são tratadas como lixo em Porto Alegre e no estado. Apanharam, passaram fome e frio, e não tinham lugar para ficar. Denuncio essa política covarde do governo Leite.” (TP)
DENÚNCIA - Jonas Reis (PT) criticou o governo do prefeito Sebastião Melo pela perda de cestas básicas para as famílias afetadas pelas enchentes no bairro Menino Deus. De acordo com o vereador, as cestas que demoraram para ser distribuídas foram perdidas após a cheia no local onde estavam armazenadas. “Demorou dois dias para a água subir, mas não quiseram salvar as cestas básicas que hoje fazem falta na periferia”. Ele afirmou que o caso foi denunciado ao Ministério Público e que se trata de um abuso à população. (BPA)