Plenário

Sessão Ordinária / Lideranças

Nos períodos destinados a Lideranças na sessão desta quarta-feira (1/4), na Câmara Municipal de Porto Alegre, os vereadores debateram sobre os seguintes temas:

TERCEIRIZAÇÃO - Professor Alex Fraga (PSOL) referiu-se ao trabalho terceirizado realizado na Câmara Municipal de Porto Alegre. Segundo o vereador, os funcionários do departamento de limpeza da Casa não receberam o vale alimentação no valor adequado. "Muitas pessoas são prejudicadas com esta falta de interesse. Ao conversar hoje com as funcionárias encarregadas da limpeza, foram constatados valores inferiores nas vales alimentação e transporte." Ao concluir, Fraga solicitou ao presidente da Casa, Mauro Pinheiro (PT), uma posição para que providências sejam tomadas. (CPA)

CORRUPÇÃO - Jussara Cony (PCdoB) falou sobre a honra em representar os movimentos sociais no país. "É uma frente ampla em defesa do Brasil e da democracia. O País está vivendo uma fase em que precisamos nos unir. Nós do PCdoB somos contra o golpe, contra o impeachment e somos a favor de direitos para o povo brasileiro." Ao citar a corrupção na política do país, concluiu: "É uma vergonha. Os corruptos e os corruptores deverão arcar com as consequências e serem punidos." (CPA)

MILITARISMO - Sofia Cavedon (PT) falou sobre o golpe militar de 1964. "Durante estes 21 anos, não se pôde experimentar a democracia no país." Sofia referiu-se sobre os cartazes solicitando a volta do regime militar nas manifestações realizadas no dia 15 de março. "Estamos ainda por desvelar o grau de conjunto das consequências de 21 anos de interrupção do que era a nossa democracia." Segundo a vereadora, o Brasil vive um momento delicado e qualquer tipo de retrocesso deve ser combatido. "Este movimento torturou e desempregou, voltar com o militarismo é andar para trás." (CPA)

DITADURA - Cláudio Janta (SDD) falou sobre a posição de seu partido em relação à ditadura. "Naquele período, sofremos muito com a ditadura militar, somos contra e lutamos na época por direitos." O vereador falou também sobre a economia do País. "Com todas as crises econômicas que viemos sofrendo, o ministro tira dinheiro dos trabalhadores, da saúde, da educação." Segundo o vereador, providências deverão ser tomadas para que os brasileiros não tenham prejuízos. "Vem descontado lá do contracheque, impostos são cobrados. Os trabalhadores pagam, mas não recebem melhorias. (CPA)

CORRUPÇÃO - Idenir Cecchim (PMDB) afirmou que o golpe que o Brasil está sofrendo atualmente está relacionado à corrupção. "Afirmo isto com a convicção de que não preciso provar que sou macho para ninguém e peço para elevarmos a educação entre os vereadores", afirmou Cecchim. O vereador ressaltou que as grandes empresas de comunicação somente servem para o Partido dos Trabalhadores quando elas estão o seu favor, pois, do contrário, se tornam inimigas. "Precisamos ter muito cuidado quando provocamos uns aos outros e colocamos em questão a honra de algum vereador", alertou. Cecchim afirmou que é preciso que cada partido reflita sobre os seus erros, para que os cidadãos possam crer que existe uma "boa política" no Brasil. (JD)

MENTIRAS - Na data em que se recordam os 51 anos do golpe militar de 1964, Bernardino Vendruscolo (PROS) ponderou as falas de alguns colegas que criticavam o regime autoritário e exaltavam aqueles que o combateram. Bernardino reforçou que, hoje, não defende golpe ou outra ruptura do regime democrático. "Quem ia para Cuba e para União Soviética não queria democracia. Quem articulava guerrilha no interior de Goiás, assaltava banco e matava inocentes não queria democracia. Há verdades, mas também muita mentira nesta história toda", opinou. Vendruscolo também aproveitou seu tempo de liderança para cobrar providências em relação a um buraco na avenida Mauá. (CV)

PT - Idenir Cecchim (PMDB) comparou a conjuntura pré-golpe de 1964 com a do Brasil atual. "Não sei o que foi, mas a coisa estava ruim naquela época como está agora", acredita. No entanto, Cecchim voltou suas atenções para as denúncias contra o PT. Nos depoimentos concedidos para a operação Lava Jato, a presença do nome de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, é frequente. "Afundam o Vaccari cada vez mais. O Brasil todo quer que tudo isto seja passado a limpo e quem faz isso não é o PT, a Dilma, mas sim o juiz (Sérgio) Moro. Se dependesse do PT, não mudava ninguém. O povo brasileiro não é bobo", afirmou Cecchim, dizendo também que os condenados por corrupção sempre são da cúpula deste partido. (CV)

DEMOCRACIA - Alberto Kopittke (PT) lembrou que a data é de memória e lembrança, não de um ou outro partido, mas da democracia e da liberdade. Kopittke questionou aqueles que possuem um compromisso "relativo" com a democracia, somente criticando governos que não lhes agradam. Para o vereador, há semelhança entre os setores que impulsionaram o golpe 51 anos atrás e aqueles que hoje desejam retirar a presidente Dilma. Ele lembrou ainda que monopólios existentes hoje em nossa economia, como o dos ônibus, se originaram na ditadura. "É uma vergonha para a democracia termos um monumento em homenagem ao ditador Castelo Branco, construído com o apoio da Fiergs, em pleno Parcão. O vereador Cecchim é muito macho para falar da corrupção no PT, mas não diz nada sobre a Gerdau, RBS, PP, PDT e PMDB." (CV)

COMEMORAÇÃO - Mônica Leal (PP) reclamou que seus colegas só se pronunciavam a respeito da ditadura militar mas não abordavam os casos de corrupção presentes nos jornais. "O mundo está caindo. Queremos investigação e punição dos corruptos. Pesquisas mostram que a confiança na presidente caiu para 24%", citou. A vereadora acredita que se pode explicar o fenômeno a partir da "fraude eleitoral" cometida por Dilma. "Prometeu que não aumentaria luz e gasolina, mas isso não aconteceu", lembrou. Contrapondo-se ao discurso de Alberto Kopittke (PT), Mônica argumentou que, em 1964, o Exército teria "dado aval ao sentimento da nação". "Não me venham falar em golpe. Essa ideia de democracia é muito seletiva. Agora, querem nos proibir de comemorar o 31 de Março." (CV)

Texto: Clara Porto Alegre (estagiária de Jornalismo)
          Juliana Demarco (estagiária de Jornalismo)
          Caio Venâncio (estagiário de Jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)