Plenário

Sessão ordinária / Lideranças

Durante o período destinado às comunicações de lideranças, na sessão ordinária desta quinta-feira (1º/8), os vereadores trataram dos seguintes temas:

PAPA
- João Carlos Nedel (PP) disse que a passagem do Papa Francisco pelo Brasil deixou lições importantes. Segundo ele, o Papa ressaltou que o envolvimento na política é uma obrigação dos cristãos, porque a política é uma das mais altas formas de expressão da caridade, uma vez que trabalha pelo bem comum. Destacando também que o Papa defendeu a necessidade de reabilitar a política no Brasil, Nedel lembrou que a Câmara de Porto Alegre "foi violentamente atingida pela invasão de pessoas irresponsáveis". Segundo ele, "até a imagem de Cristo foi agredida, assim como a democracia." Para Nedel, os manifestantes cometeram crimes como cárcere privado, danos ao patrimônio público, pornografia e utilização de crianças para o delito. O vereador ainda lamentou que alguns vereadores tenham apoiado e incentivado a invasão da Casa. (CS)

OCUPAÇÃO - Alberto Kopittke (PT) disse que, na ocupação da Câmara pelo Bloco de Lutas, vereadores do PT defender a desocupação pacífica através do diálogo com os manifestantes. Segundo ele, outros vereadores agiram, em alguns momentos, de maneira semelhante aos manifestantes mais radicais aos quais eles criticavam. "Alguns colegas vieram à tribuna fazer um discurso que visa a deslegitimar os movimentos sociais. Eles têm saudades do tempo em que problemas se resolviam com violência." Segundo Kopittke, a juíza e a promotora tiveram o mesmo entendimento dos vereadores que defenderam uma desocupação mediada e pacífica da Câmara, assim como o presidente da Assembleia Legislativa, Pedro Westphalen. "Muitos apostaram na desocupação pela tropa de choque." (CS)

OCUPAÇÃO II - Dr. Thiago Duarte (PDT) disse que as pessoas podem se manifestar das galerias, mas não podem protagonizar invasão do plenário. "Na ocupação da Câmara houve um mancha na democracia. Foi um movimento politicamente orquestrado para impingir ideias através da força. Isso não é democracia, é totalitarismo." Segundo ele, a Brigada Militar não interveio mesmo quando solicitada para fazer uma desocupação pacífica. Também lamentou ter havido "ataques na mídia ao presidente e á Casa" e disse que a participação da OAB, solicitada por ele, foi fundamental. "As arestas entre vereadores aumentaram neste período. Foi vilipendiada a confiança das pessoas, com manipulação dos grupos que ocuparam a Câmara, incentivados por alguns vereadores. A democracia e o Regimento da Casa são inegociáveis." (CS)

OCUPAÇÃO III - Mônica Leal (PP) lamentou a invasão da Câmara por manifestantes em julho e afirmou que não existe invasão pacífica. Lembrou que, no dia 1º de julho, vereadores rejeitaram emendas propostas a projeto do Executivo que tratava sobre a tarifa dos ônibus, uma vez que as emendas não eram de natureza tributária. "Fomos acusados por alguns vereadores de sermos contra a transparência e a favor da caixa preta. Me senti ofendida com as mentiras ditas naquela ocasião." Mônica criticou Alberto Kopittke (PT) que, na tribuna, acusou-a de ter supostamente solicitado a intervenção da Brigada Militar. Ela explicou que o telefonema feito ao ao chefe de Polícia Ranolfo teve o objetivo de garantir a sua retirada da Câmara, uma vez que precisava visitar seu filho no hospital. Relatou que Kopittke e outros vereadores do PT, bem como a coordenadora da comissão de segurança dos ocupantes, a acompanharam até a saída da Câmara. (CS)

OCUPAÇÃO IV - Fernanda Melchionna (PSOL) saudou os movimentos de jovens que se espalharam pelo país e saíram às ruas reivindicando mudanças na política e passe livre no transporte. Lembrou que o PSOL obteve liminar que reduziu tarifas em Porto Alegre pela diminuição dos lucros dos empresários e disse não aceitar que tentem tratar o legado dos jovens manifestantes como baderna. "O povo ocupa os parlamentos, que seguem cegos e surdos aos movimentos das ruas. A Câmara de Porto Alegre rejeitou emendas que davam transparência à planilha das tarifas. "Infelizmente, o parlamento não deu respostas às lutas pelo passe livre e pela transparência. A última greve geral nasceu da indignação da juventude. Garantimos que a ocupação tivesse um desfecho tranquilo, ordeiro e pacífico, enquanto alguns vereadores pediam a intervenção da polícia." (CS)

EMENDAS – Airto Ferronato (PSD) lembrou da “trágica votação das emendas” ao projeto de isenção do ISSQN para as empresas de ônibus. Segundo ele, os autores das emendas sabiam que elas “estavam no lugar errado, mas isso é da disputa política”. Na sua opinião, no tratamento do projeto da transparência das planilhas, a situação merece serenidade “porque o momento delicadíssimo”. Para Ferronato, todos perderam com a invasão do Legislativo por manifestantes, inclusive os jovens, e houve excessos. No entanto, a seu ver, a Câmara continuará a ser a “casa do povo”. (CB)

INVASÃO - Reginaldo Pujol (DEM) disse que estava solidário com o presidente da Casa pelo que aconteceu durante a invasão da Câmara por manifestantes. “Não gostaria de ter estado no lugar dele”, afirmou. Para o vereador, a imagem da Casa ficou arranhada. “Esperava nunca ver, mas ocorreu e como tal deve ser entendido”, disse. Para Pujol, pode-se dizer tudo, menos que a Câmara não é democrática. “Posições divergem, se não divergirem a Casa deixa de ter a importância que deve ter.” (CB)

APOIO – Bernardino Vendruscolo (PSD) garantiu que sua bancada apoiou o presidente da Câmara no caso da invasão. “Jamais apoiaríamos ações agressivas como aquela”, disse. “Esta Casa não se presta para atender a grupos.” Vendruscolo também disse que notou diferença muito grande no tratamento dado pela Brigada Militar à Câmara em relação ao Palácio Piratini. Ainda afirmou que muita gente deve ter deixado de apoiar os manifestantes depois do comportamento apresentado por eles dentro do Legislativo. (CB)

Textos: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
            Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)