Plenário

Sessão Ordinária / Lideranças

Movimentação de plenário. Na foto, vereadoras Claudia Araujo (e) e Monica Leal (d).
Vereadoras Cláudia e Mônica no Plenário Otávio Rocha (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

Nesta quarta-feira (19/2), na sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadores e vereadoras se manifestaram, no período de lideranças, abordando os seguintes assuntos:

BUROCRACIA - Felipe Camozzato (Novo) defendeu a desburocratização a favor dos taxistas e criticou a obrigatoriedade da biometria. O vereador sugeriu um projeto específico sobre o tema, além de uma avaliação ao passar um ano ou dois anos de sua aprovação, para que se tenha em execução uma proposta que atenda tanto aos motoristas quanto aos cidadãos de Porto Alegre, que querem “mais opções de transporte, mais baratas, mais seguras”. Camozzato defendeu que a mudança da cor do táxi deve ser feita somente na troca do veículo, evitando mais uma “burocracia desnecessária, que gera custos”. O vereador também sugeriu uma nova redação do projeto da EPTC, pois considerou-a confusa e uma forma de dar mais poder à empresa e menos para o cidadão. (RF)

PREVENÇÃO - Fernanda Jardim (DEM) elogiou lei federal que dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica. Conforme a vereadora, esta lei visa a adoção de medidas preventivas para reduzir índices de bullying, evasão escolar, repetência e sofrimento psíquico nos estudantes. “A atuação do psicólogo ajuda famílias, alunos, docentes, direção e toda a comunidade escolar”. Fernanda lembrou que em dezembro de 2019 protocolou um indicativo sobre a importância dos psicólogos e assistentes sociais em escolas de rede básica e que os sistemas de educação vão ter um ano para a aplicação dos serviços. “Antes que falem que é gasto, não é, é investimento em prevenção, cuidado e proteção”. (RF)

RESPEITO - Mônica Leal (PP) se disse “surpreendida e chocada, assim como a grande maioria das mulheres”, com a declaração do presidente Jair Bolsonaro contra jornalista da Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello. “Como mulher e como jornalista, nós mulheres não admitimos nenhum ato de desrespeito, pode ser de um cidadão comum ou do maior mandatário do Brasil”. A vereadora exigiu respeito às mulheres e seus direitos, enfatizando que não podem admitir nenhuma transgressão ou ofensa. Mônica citou caso da jovem de 17 anos assediada por um motorista de aplicativo nessa semana e disse que “não importa a roupa que uma mulher use, não é justificativa”. A vereadora usava, na oportunidade, camiseta com a frase “#deixaelatrabalhar”. (RF)

LIVREIRO - Adeli Sell (PT) homenageou o livreiro Rui Gonçalves, da Livraria Palmarinca, que faleceu aos 68 anos de idade, no último domingo (16/2). “Um homem que encantava a todos com sua fala mansa e serena”. O falecido, que atuou por cerca de 50 anos, era vizinho do vereador, que revelou também ter atuado como livreiro. “Dói nosso coração com a perda desse grande amigo. Foi talvez o maior, mais ousado e mais importante livreiro de Porto Alegre”. Adeli defendeu ainda “aquilo que sempre deu certo”, o sistema individual de transporte de passageiros de Porto Alegre, “desde os tempos de chofer de praça aos dias de hoje”. (RF) 

INCOMPETÊNCIA - Aldacir Oliboni (PT) criticou o que definiu como incompetência de gestão do atual governo municipal, principalmente do prefeito Marchezan. “Perderam, somente nessa semana, três grandes projetos para a cidade de Porto Alegre, dois deles ainda da obra da Copa do Mundo de 2014.” O vereador se referiu a comunicado da Caixa Econômica Federal que disse ao governo que, pela sua morosidade e falta de projetos adequados, perdeu financiamento que havia disponível. Outro aspecto abordado pelo vereador foi a relação do governo com aplicativos de transporte e com os taxistas. “Por quê o governo cobra Taxa de Gerenciamento de Operações (TGO) dos táxis e não dos aplicativos?” Oliboni finalizou sua fala dizendo que a cidade está abandonada e não existe tranquilidade em um governo como esse. (LMN)

 

MEIO AMBIENTE - Cássio Trogildo (PTB) lembrou que em dezembro de 2019, ele e o vereador Hamilton Sossmeier (PSC) estiveram em Madrid na Conferência Mundial do Clima. “Conseguimos na época uma reunião com a FAO, agência da ONU responsável pela alimentação e agricultura. Apresentamos o trabalho que tem sido feito em Porto Alegre de prevenção para mudanças climáticas e de proteção da nossa zona rural, com o projeto de torná-la livre de agrotóxicos até 2032.” O vereador falou que a FAO demonstrou interesse em vir até Porto Alegre para desenvolver o projeto de sustentabilidade dessa zona. “Hoje recebemos um e-mail do representante deles comunicando que a FAO estará, entre o dia 16 e 22 de março, na capital gaúcha para realizar a primeira missão de escopo”. Cassio finalizou agradecendo ao vereador Hamilton e a Câmara Municipal por ter sido uma grande articuladora na buscar por uma cidade mais sustentável. (LMN)


MACHISMO - Cláudia Araújo (PSD), que assumiu nesta data a Procuradoria Especial da Mulher na Câmara Municipal, destacou: “Assumo essa função em meio a um turbilhão de notícias desagradáveis que atingem todas as mulheres desse país. O número de feminicídios triplicou em janeiro deste ano no Rio Grande do Sul. O machismo estrutural está impregnado em nossa sociedade, ele condena a mulher e nos mata todos os dias. Não podemos nos calar.” A vereadora disse que este mesmo tipo de machismo encorajou um homem a importunar sexualmente uma menor de idade, e ainda a culpando pela roupa que estava vestindo. “Quantas de nós já fomos assediadas? Quantas já engolimos seco com o medo de andar pela rua? Nada justifica um assédio.” Ela lembrou ainda das ofensas sexuais feitas pelo presidente Bolsonaro contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha. “Me comprometo, com o apoio de minhas colegas vereadoras, a tentar mudar, cada dia mais, essa realidade.” A vereadora usava uma camiseta #deixaelatrabalhar.(LMN)

BOLSONARO - Roberto Robaina (Psol) classificou agressão do presidente Bolsonaro à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, como machista e grosseira. “Eu creio que há uma lógica trágica e perigosa de normalizar o absurdo. Quando o absurdo e o machismo são normalizados, nós temos um cenário de normalização de um déficit democrático, normalização de um comportamento autoritário do regime político. Temos um sistema que não responde aos interesses do povo.” Robaina disse que Bolsonaro conseguiu canalizar um enorme descontentamento popular contra o sistema de partidos. Apesar de ter conseguido o apoio de muitos trabalhadores, ele também faz parte desse sistema. “Ele faz parte do submundo mais baixo desse sistema, a tal ponto que sustentou, ao longo de sua carreira política, setores ligados ao crime organizado do Rio de Janeiro.” (LMN)

PASSAGENS -  Mauro Pinheiro (Rede) pediu apoio para votação de projetos de lei do Executivo ligados à mobilidade urbana e que, como explicou, tem por objetivo contribuir para a redução dos valores das passagens de ônibus da capital. “Além de ser a passagem mais cara do país, também será a que terá o maior aumento, se nada for feito”, destacou. Conforme o vereador, as propostas de lei em tramitação na Câmara criam mecanismos e recursos que contribuirão para a redução dos valores das tarifas. Mauro anunciou ainda que o governo municipal tem acordo em mudança na legislação que prevê a troca da cor vermelho ibérico para branco nos táxis da cidade, ficando a mudança de cor para quando houver a troca dos veículos. (HP)

ASSÉDIO – Airto Ferronato (PSB) declarou a solidariedade de sua bancada à adolescente, bem como à família dela, que sofreu assedio por parte de motorista de aplicativo, na cidade de Viamão. O vereador lembrou que o caso ganhou repercussão nacional e lamentou que, em pleno ano de 2020, ainda existam homens que se comportem desta maneira. “A forma de vestimenta, a cor, a crença, não são motivos para se assediar uma mulher”, afirmou Ferronato. “Tenho filhas, e jamais admitiria uma coisa dessas”, completou. O vereador afirmou ainda que, em relação a projetos ligados à mobilidade urbana, “não ser momento de apoiar nenhuma proposta que onere ainda mais a categoria dos taxistas”. (HP)

Texto

Rian Ferreira (estagiário de Jornalismo)
Lara Moeller Nunes (estagiária de Jornalismo)
Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

Edição

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)