PLENÁRIO

Sessão Ordinária / Lideranças

  • Movimentações em Plenário. Na tribuna, vereador Felipe Camozzato.
    Vereador Felipe Camozzato (Novo) (Foto: Martha Izabel/CMPA)
  • Movimentações em Plenário. Na tribuna, vereador Cláudio Janta.
    Vereador Cláudio Janta (SD) (Foto: Martha Izabel/CMPA)

Em período de Lideranças, na sessão ordinária desta quarta-feira (12/02), vereadoras e vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre fizeram os seguintes pronunciamentos:

CULTURA - Adeli Sell (PT) iniciou a sessão mencionando a presença do ex-vereador Gerson Almeida e diversas pessoas ligadas à área cultural da cidade. “A questão da cultura merece hoje, de nós, grande apreciação. Aqui no plenário, um vereador fez ataques ao filme brasileiro que concorreu ao Oscar, pois quem fez o filme pertencia a uma família abonada.” O vereador disse que esse tipo de raciocínio é típico do conservadorismo brasileiro e lembrou dos livros de autores clássicos do país que queriam tirar de circulação. “Nesse momento precisamos ser claros. O Atelier Livre da Prefeitura, que tem 60 anos, precisa continuar sendo livre e sendo um centro de excelência na arte da cidade.” Adeli finalizou sua fala dizendo que ninguém pode ser questionado pela origem de sua família, mas sim pelo conteúdo de sua obra e que os lutadores da cultura de Porto Alegre precisam continuar enfrentando. “Viva a liberdade, viva a cultura e não ao retrocesso”. (LMN)

DEBATE - Felipe Comozzato (NOVO) disse que foi à tribuna para tratar de um tema muito específico que tem lhe causado muita preocupação. Dentre os projetos da ordem do dia, um deles trata da reorganização da Empresa Pública de Transporte e Circulação. “Pela pressa da retomada da pauta ou pela urgência do projeto, acabam ficando com menos atenção por parte dos vereadores e assessorias. Precisa de maior debate e aprofundamento, pois a forma como foi redigido o projeto me causa preocupação.” O vereador deu como exemplo o precedente que pode ser aberto para que agentes da EPTC possam fazer a apreensão de bens de condutores infratores. “Que bens são esses e que condições são essas? Até que ponto daremos mais poder para a EPTC do que para a Guarda Municipal?” Ele disse também que a Câmara Municipal está sendo “atropelada” pelo Executivo que, através de um projeto em urgência, tenta intervir em todos os procedimentos. (LMN)

DESMONTE - Engº Comassetto (PT) cumprimentou os visitantes produtores culturais da cidade e o ex-colega vereador Gerson Almeida. “O desmonte cultural de Porto Alegre é uma atrocidade para a cidadania e para geração de emprego e renda. Estivemos no Capitólio sábado fazendo o abraço contra a privatização e contra os editais que querem entregar os patrimônios da cidade a um ou dois produtores que não têm como objetivo gerar cultura, mas sim ganhar dinheiro.” Comassetto disse que falam que a Prefeitura não tem dinheiro, mas que isso não é verdade. “Porto Alegre terminou 2019 com R$ 579 milhões de superávit. Não é R$ 50 mil ou R$ 100 mil do carnaval que vai quebrar a Prefeitura.” Ele relembrou a reunião acontecida na véspera sobre o carnaval e disse que até o momento a Prefeitura Municipal não sabe como irá realizar a celebração na cidade. (LMN)

LEIS - Clàudio Janta (SD) disse que a cidade de Porto Alegre não consegue resolver seus problemas, não consegue criar diálogos nem fiscalizar as leis já existentes. “E o que a gente faz? Cria leis piores ainda. Como exemplo, temos a lei dos guardadores de carros. Eles foram marginalizados, mas os problemas continuam acontecendo. Não se consegue conter a onda de violência presente em alguns bairros da cidade, e o que se propõe? A proibição da venda e consumo de bebidas na rua.” O vereador disse que isso é incompetência de quem não consegue resolver o problema da segurança pública e “joga” tudo nas pessoas que só querem se divertir. “Temos muitas coisas importantes para se preocupar: falta de médicos, buracos nas ruas, falta de podas, não precisamos criar leis que não levarão a lugar nenhum. Já está comprovado que proibir não adianta, o que resolve é educar o povo.” (LMN)

RUA - Moisés Barboza (PSDB) reconheceu o “belo e difícil trabalho feito na cidade sobre os moradores da rua” e apontou que não é exclusividade de Porto Alegre e sim um fenômeno mundial. O vereador revelou que tem testemunhado um esforço muito grande nas ações de diversos órgãos da Prefeitura, como a Secretaria de Serviços Urbanos, Guarda Municipal, DMLU e Secretaria da Saúde. Moisés destacou a importância do trabalho realizado pelos servidores, mesmo quando eles sentem que “as vezes é enxugar gelo” e logo após todo o trabalho, as pessoas retornarem para o local de onde foram removidas. O vereador pediu à população que não incentive essas pessoas a montar estruturas nos espaços públicos. “Deve-se achar uma solução de encaminhamento para essas pessoas”. (RF)

COINCIDÊNCIA - Cláudia Araújo (PSD) lembrou que no dia 23 de janeiro desse ano foi protocolado um pedido de reajuste na passagem para R$ 5,20. E no dia 27 do mesmo mês, o prefeito enviou o pacote de projetos prometendo reduzir para R$ 2,00. “É muita coincidência que em uma quinta-feira o sindicato faça um pedido de reajuste e já na segunda seja enviado um pacote que promete reduzir radicalmente o valor da tarifa”. Para a vereadora, “parece evidente a tentativa de jogar para a Câmara a responsabilidade pelo aumento”. Cláudia informou que haverá uma audiência pública para tratar do pacote da mobilidade, conforme acordado em reunião de líderes, na Câmara. “Não é possível aprovar propostas com enormes impactos sem que se permita que a cidade debata”. A vereadora sugeriu auditoria nas concessões, “uma que vez que, nos últimos anos, ocorreram aumentos acima da inflação”. (RF)

PARASITAS - Airto Ferronato (PSB) citou a manifestação do ministro da Economia, Paulo Guedes, que colocou os servidores públicos como “parasitas do Estado”. Ferronato lembrou dos seus 45 anos de serviço público e revelou que sentiu-se agredido pela afirmação. “Nós, servidores, merecemos respeito desse senhor”. Sobre a nova lei que proibiu flanelinhas na cidade, Ferronato apontou que “em Porto Alegre não se distingue quem é o guardador de automóveis regularizado e quem é o flanelinha”. O vereador ainda utilizou seu tempo na tribuna para cobrar a aplicação de multas previstas em lei de sua autoria (aprovada em 2015) que exige, por parte de empresários, a retirada de fios e cabos inutilizados nos postes da Capital. “É muito fácil cobrar multa de homens e mulheres pobres, trabalhadores e sem grande possibilidade de defesa”. (RF)

Texto

Rian Ferreira (estagiário de Jornalismo)
Lara Moeller Nunes (estagiária de Jornalismo)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)