PLENÁRIO

Sessão ordinária / Lideranças

Vereador Claudio Janta na tribuna
Cláudio Janta (Solidariedade) (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

Nos discursos de Lideranças da sessão ordinária desta quarta-feira (5/6), os vereadores e as vereadoras de Porto Alegre abordaram as seguintes pautas:

AUXÍLIO - Professor Vitorino (MDB) discursou sobre o benefício do governo federal para as vítimas das enchentes: “Esse auxílio de R$ 5.100, que já é um valor insuficiente para quem perdeu tudo, é somente destinado aos desabrigados e desalojados. Só que estamos esquecendo que o motorista de aplicativo, a cabeleireira, manicures, o empregado doméstico, o microempreendedor individual, todas essas pessoas não tiveram como trabalhar por esse tempo, afinal de contas, 90% dos municípios do Rio Grande do Sul foram afetados”, declarou. (LP)

IMPOSTOS - Tiago Albrecht (Novo) divulgou sua recente campanha “Lula, Devolva o que é Nosso”, iniciativa que tem como objetivo pedir a isenção e devolução de impostos para os trabalhadores porto-alegrenses neste momento de calamidade. “Trinta bilhões de reais são tomados coercitivamente do nosso bolso e recebemos por transferência direta apenas R$ 1,8 bi. Basicamente, a cada R$ 100 que cada porto-alegrense manda para Brasília, nós recebemos de volta apenas R$ 6”. (RR) 

RECURSOS – Comandante Nádia (PL) afirmou que a transferência de recursos do governo federal para o Rio Grande do Sul é muito inferior à arrecadação do estado: “Isso não é caridade, é o que deve ser devolvido para pessoas que trabalham e fazem que o RS aporte muito dinheiro para Brasília”. Disse que famílias de Porto Alegre ainda não receberam o benefício de R$ 5.100. A vereadora também criticou a importação de arroz feita pelo governo federal: “O RS tem arroz de sobra para alimentar o Brasil todo e também outros países”. (JFC)

MORADIA - Pedro Ruas (PSOL) falou sobre a população desalojada residindo em abrigos no estado e cobrou o poder público para a promoção de moradia digna para os afetados: “São dezenas, centenas, milhares de pessoas, são 48 mil nesse momento no Rio Grande do Sul em abrigos públicos e privados e sem possibilidade de voltar para casa. Não podemos esquecer que é dever do Estado resolver a questão da moradia, é função do poder público. Não é jogar as pessoas como se fossem nada, tem que promover condições de moradia mínima”. (LP) 

ENCHENTES - Jonas Reis (PT) criticou a gestão do prefeito Sebastião Melo por conta da demora para concluir a manutenção das comportas que são parte do sistema de proteção contra cheias de Porto Alegre. “Prefeito, o povo não pode esperar, porque o povo esperou três anos e meio por obras na drenagem e não aconteceu. O povo esperou desde setembro os consertos das comportas que vazaram no primeiro alagamento de 2023. O povo não pode mais esperar”, afirmou. (RR)

ALAGAMENTOS - Biga Pereira (PCdoB) relatou os problemas do bairro Sarandi, que ainda sofre com alagamentos, e do bairro Farrapos, que tem acúmulo de entulhos de móveis e pertences das famílias, sem recolhimento por parte da Prefeitura. “O povo dos bairros Farrapos, Humaitá e Sarandi está há 32 dias pedindo socorro, mas ainda se encontra nesta situação, porque não foi feito nada”, denunciou. Também criticou o projeto de reconstrução da cidade apresentado pelo prefeito, pois, segundo ela, não atende às demandas populares, e sim aos empresários interessados na reconstrução da infraestrutura. (TP)

EMPREGO - Claudio Janta (Solidariedade) cobrou a criação de políticas públicas efetivas e urgentes para a geração e manutenção dos empregos no Rio Grande do Sul. “Não tem garantia nenhuma de que a economia do RS irá procriar, crescer e avançar. Precisamos de políticas definidas e de garantias de emprego. As indústrias, o comércio e os serviços precisam do aporte do governo federal. Não demagogia de empréstimo, empréstimo precisa ser pago. Não queremos dinheiro, queremos a dignidade de volta”. (LP)

OPOSIÇÃO - Aldacir Oliboni (PT) mostrou apoio à ideia de devolver o dinheiro dos impostos para a população porto-alegrense, mas atribuiu o aumento de taxação ao governador Eduardo Leite e suas recentes políticas de ICMS e concessões de estatais. “Governo Leite e governo Melo, devolvam o que é do povo: a CEEE, a Corsan e a Carris. Porque vocês entregaram para a iniciativa privada e prometeram uma taxação de água e luz barata e acessível para todos. Coisa que na vida real não aconteceu e com os governos de direita não acontecerá.” (RR)

DEMORA - Mari Pimentel (Republicanos) denunciou a falta de celeridade da Prefeitura para apoiar os projetos de auxílios sociais para a população atingida pelas enchentes. “Esta Câmara foi protagonista ao aprovar a estadia solidária. Mas, hoje, recebemos a informação pelo jornal que o projeto pode ser vetado. Esta Câmara votou pela dignidade, mas ainda não foi sancionada pelo prefeito”. Em relação às escolas estaduais e municipais inativas impactadas pelas enchentes, a vereadora criticou a “demora e lentidão” por parte da Prefeitura, que não anunciou um cronograma de retorno das aulas. (TP)

CRÍTICAS - Professor Vitorino (MDB) replicou as críticas ao Executivo e disse que o prefeito tem feito grandes investimentos na limpeza da cidade e na sustentação dos abrigos. Fez um apelo aos vereadores da base do governo federal para que solicitem auxílio para os municípios afetados pelas enchentes: "É muito discurso. Porto Alegre já listou 6.000 imóveis aptos à venda e o governo federal não comprou nenhum ainda. São 33 dias já. Eu quero que as pessoas saiam dos abrigos, mas para ir para suas casas". (TP)

Texto

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)
Laura Paim, Renata Rosa e Theo Pagot (estagiários de Jornalismo)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)