Sessão ordinária / Lideranças
Nos discursos de Lideranças da sessão ordinária desta quarta-feira (5/6), os vereadores e as vereadoras de Porto Alegre abordaram as seguintes pautas:
AUXÍLIO - Professor Vitorino (MDB) discursou sobre o benefício do governo federal para as vítimas das enchentes: “Esse auxílio de R$ 5.100, que já é um valor insuficiente para quem perdeu tudo, é somente destinado aos desabrigados e desalojados. Só que estamos esquecendo que o motorista de aplicativo, a cabeleireira, manicures, o empregado doméstico, o microempreendedor individual, todas essas pessoas não tiveram como trabalhar por esse tempo, afinal de contas, 90% dos municípios do Rio Grande do Sul foram afetados”, declarou. (LP)
IMPOSTOS - Tiago Albrecht (Novo) divulgou sua recente campanha “Lula, Devolva o que é Nosso”, iniciativa que tem como objetivo pedir a isenção e devolução de impostos para os trabalhadores porto-alegrenses neste momento de calamidade. “Trinta bilhões de reais são tomados coercitivamente do nosso bolso e recebemos por transferência direta apenas R$ 1,8 bi. Basicamente, a cada R$ 100 que cada porto-alegrense manda para Brasília, nós recebemos de volta apenas R$ 6”. (RR)
RECURSOS – Comandante Nádia (PL) afirmou que a transferência de recursos do governo federal para o Rio Grande do Sul é muito inferior à arrecadação do estado: “Isso não é caridade, é o que deve ser devolvido para pessoas que trabalham e fazem que o RS aporte muito dinheiro para Brasília”. Disse que famílias de Porto Alegre ainda não receberam o benefício de R$ 5.100. A vereadora também criticou a importação de arroz feita pelo governo federal: “O RS tem arroz de sobra para alimentar o Brasil todo e também outros países”. (JFC)
MORADIA - Pedro Ruas (PSOL) falou sobre a população desalojada residindo em abrigos no estado e cobrou o poder público para a promoção de moradia digna para os afetados: “São dezenas, centenas, milhares de pessoas, são 48 mil nesse momento no Rio Grande do Sul em abrigos públicos e privados e sem possibilidade de voltar para casa. Não podemos esquecer que é dever do Estado resolver a questão da moradia, é função do poder público. Não é jogar as pessoas como se fossem nada, tem que promover condições de moradia mínima”. (LP)
ENCHENTES - Jonas Reis (PT) criticou a gestão do prefeito Sebastião Melo por conta da demora para concluir a manutenção das comportas que são parte do sistema de proteção contra cheias de Porto Alegre. “Prefeito, o povo não pode esperar, porque o povo esperou três anos e meio por obras na drenagem e não aconteceu. O povo esperou desde setembro os consertos das comportas que vazaram no primeiro alagamento de 2023. O povo não pode mais esperar”, afirmou. (RR)
ALAGAMENTOS - Biga Pereira (PCdoB) relatou os problemas do bairro Sarandi, que ainda sofre com alagamentos, e do bairro Farrapos, que tem acúmulo de entulhos de móveis e pertences das famílias, sem recolhimento por parte da Prefeitura. “O povo dos bairros Farrapos, Humaitá e Sarandi está há 32 dias pedindo socorro, mas ainda se encontra nesta situação, porque não foi feito nada”, denunciou. Também criticou o projeto de reconstrução da cidade apresentado pelo prefeito, pois, segundo ela, não atende às demandas populares, e sim aos empresários interessados na reconstrução da infraestrutura. (TP)
EMPREGO - Claudio Janta (Solidariedade) cobrou a criação de políticas públicas efetivas e urgentes para a geração e manutenção dos empregos no Rio Grande do Sul. “Não tem garantia nenhuma de que a economia do RS irá procriar, crescer e avançar. Precisamos de políticas definidas e de garantias de emprego. As indústrias, o comércio e os serviços precisam do aporte do governo federal. Não demagogia de empréstimo, empréstimo precisa ser pago. Não queremos dinheiro, queremos a dignidade de volta”. (LP)
OPOSIÇÃO - Aldacir Oliboni (PT) mostrou apoio à ideia de devolver o dinheiro dos impostos para a população porto-alegrense, mas atribuiu o aumento de taxação ao governador Eduardo Leite e suas recentes políticas de ICMS e concessões de estatais. “Governo Leite e governo Melo, devolvam o que é do povo: a CEEE, a Corsan e a Carris. Porque vocês entregaram para a iniciativa privada e prometeram uma taxação de água e luz barata e acessível para todos. Coisa que na vida real não aconteceu e com os governos de direita não acontecerá.” (RR)
DEMORA - Mari Pimentel (Republicanos) denunciou a falta de celeridade da Prefeitura para apoiar os projetos de auxílios sociais para a população atingida pelas enchentes. “Esta Câmara foi protagonista ao aprovar a estadia solidária. Mas, hoje, recebemos a informação pelo jornal que o projeto pode ser vetado. Esta Câmara votou pela dignidade, mas ainda não foi sancionada pelo prefeito”. Em relação às escolas estaduais e municipais inativas impactadas pelas enchentes, a vereadora criticou a “demora e lentidão” por parte da Prefeitura, que não anunciou um cronograma de retorno das aulas. (TP)
CRÍTICAS - Professor Vitorino (MDB) replicou as críticas ao Executivo e disse que o prefeito tem feito grandes investimentos na limpeza da cidade e na sustentação dos abrigos. Fez um apelo aos vereadores da base do governo federal para que solicitem auxílio para os municípios afetados pelas enchentes: "É muito discurso. Porto Alegre já listou 6.000 imóveis aptos à venda e o governo federal não comprou nenhum ainda. São 33 dias já. Eu quero que as pessoas saiam dos abrigos, mas para ir para suas casas". (TP)