Plenário

Sessão Ordinária / Lideranças

  • Vereador Pedro Ruas
    Vereador Pedro Ruas (PSOL) (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Vereador Pablo Melo
    Vereador Pablo Melo (MDB) (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

Durante o período destinado às Lideranças, na sessão ordinária desta quarta-feira (20/10), os vereadores e vereadoras da Câmara Municipal de Porto Alegre fizeram as seguintes manifestações na tribuna:

VIOLÊNCIA - Pedro Ruas (PSOL) criticou os atos de violência ocorridos na Casa no início da tarde. “O nazismo é o filhote mais violento do fascismo, que causou mais mortes, é uma vergonha. O que aconteceu hoje foi um movimento organizado da ultradireita, grupo grande agredindo violentamente a Câmara e os vereadores, desde o xingamento até a agressão física, numa baderna absurda contra o povo inteiro que nós representamos. Numa coisa inútil, imbecil e sem sentido, pois já há obrigatoriedade do passaporte sanitário no RS desde segunda-feira, e Porto Alegre está dentro do Estado. Essas pessoas têm que ter de nós o repúdio, esse movimento organizado de agressão, de nazistas e fascistas que invadiram a Câmara com símbolos de suástica proibidos e um crime previsto na Constituição Federal. Não toleramos esse tipo de abuso, desrespeito, agressão e vergonha pelo que passa a Casa. Não é o primeiro episódio, é verdade, mas neste ano foi o pior.” (BMB)

PASSAPORTE - Pablo Melo (MDB) também repudiou os acontecimentos na Casa, afirmando ser defensor radical da democracia. Sobre o passaporte vacinal disse que “é uma discussão inócua e inútil, porque já existe um decreto estadual que regula essa situação. Sou um dos 26 vereadores da base aliada do governo Melo, e essa não é pauta do governo. Aliás, o governo se destacou exatamente pela ampla vacinação da população, hoje com mais de 98% de vacinados com a primeira dose, o que demonstra que a população aceita, sim, que a vacinação é o caminho para a vida e para o final dessa pandemia. Pretendo ir ao jogo do Grêmio e com muita alegria pretendo apresentar meu passaporte. Não terei problema em apresentá-lo. Entendo o veto extremamente pela questão da logística, o governo não tem a mínima condição de fiscalizar o que 1,5 milhão de porto-alegrenses faz no dia a dia.” (BMB)

RACISMO - Laura Sito (PT) relatou atos de racismo na sessão vindos de manifestantes que foram retirados das galerias. “Não aceitaremos racismo nesta Casa, fomos chamadas de 'lixo' e 'empregada doméstica'. Chegamos aqui porque o povo negro quer estar aqui representado e nos honramos por essa representação. Não aceitaremos que fascismo, nazismo e racismo tente suplantar a nossa representação. Tomaremos as medidas cabíveis e faremos a denúncia necessária sobre o que ocorreu. Vamos expulsar, sim, quem vem com suástica, não vamos aceitar nenhum tipo de xingamento racista, não vamos aceitar que assessores da Casa agridam vereadores. Não vamos aceitar que clima antidemocrático se instaure nesta Casa.” Sobre a vacina, afirmou: “Se temos 98% de pessoas com a primeira dose, é graças ao SUS, que muitos atacam e acreditam que deveria ser entregue ao setor privado”. (BMB)

CONVITE - Alexandre Bobadra (PSL) convidou os parlamentares, como presidente da Cedecondh, para a inauguração, hoje no fim do dia, do Núcleo Multidisciplinar de Atendimento ao Superendividado, parceria do Procon com o Tribunal de Justiça e o Imed. “O Brasil tem 60 milhões de pessoas endividadas. Além de resgatar muitas vidas, a renegociação de dívidas poderá injetar bilhões na economia. O superendividamento é um mal que atinge toda a sociedade brasileira e todas as classes.” Sobre os atos de violência na Casa nesta tarde, afirmou: “Sou contra qualquer tipo de violência, gosto do diálogo, da conversa, da negociação, do entendimento e espero que os nossos 36 vereadores possam estar focados em pautas de Porto Alegre. Milhares de pessoas utilizam o transporte coletivo todos os dias, imaginem se fôssemos implementar o passaporte nisso?”. (BMB)

RACISMO - Bruna Rodrigues (PCdoB) disse que gostaria de estar falando do problema enfrentado pelos trabalhadores da reciclagem, mas precisa se referir à confusão registrada nas galerias da Câmara. “Mais uma vez falo em nome da bancada de duas mulheres negras, filhas de empregadas domésticas e com orgulho de representar estas mulheres neste espaço que hoje foi mais um palco do racismo institucional, legitimado por uma parcela dos vereadores. Este pessoal que pactua com mais de 600 mil mortes é o que olha para vereadoras negras e fala que temos cara de empregada doméstica, porque mulher negra, para elas, tem que ser empregadas e não vereadoras”, desabafa. (EB)

VAZAMENTO – Mônica Leal (PP) disse não entender como pessoas de fora da Câmara sabem sobre os assuntos tratados em reuniões e comissões internas da Casa. “Alguém nesta Casa, que é vereador, está passando informações para grupos que vêm fazer esta baderna. A reunião de líderes é às 11h e termina perto da sessão. Vazam informações da reunião da Mesa Diretora, da reunião de líderes, de conversas internas. Falaram tanto da agressividade da esquerda e hoje fazem pior. Quem não concorda não presta. Não aceitam quem pensa diferente”, criticou, destacando ainda que a discussão do veto é inócua, já que há um decreto estadual que versa sobre o mesmo assunto, e o município não pode ser mais flexível que o Estado. (EB)

CONFUSÃO – Para Matheus Gomes (PSOL), os eventos desta sessão são inaceitáveis. “À comunidade judaica, a todos e todas que se indignaram com mensagens nazistas e racistas como que as aconteceram nesta galeria hoje, aos porto-alegrenses que elegeram ano passado a primeira bancada negra, minha solidariedade aos vereadores agredidos, à comunidade judaica, aos defensores dos diretos humanos. O que aconteceu aqui foi muito grave”, destacou, ressaltando ainda a importância da representatividade das mulheres negras no Legislativo. “A eleição desta bancada provou que a mulher negra pode estar onde ela quiser.” (EB)

VETO – O líder do governo, Idenir Cecchim (MDB), defendeu o veto do prefeito. “A vereadora que fez a emenda com boa-fé, mas o prefeito não tinha o decreto do governador quando foi pedido o veto. Naquele momento ele estava certo. Não posso fazer com que um restaurante que quase faliu tenha que botar alguém na porta para fazer a conferência. Não dá pra criar uma estrutura para cada coisa. Vou votar pela manutenção do veto. Serei coerente com o cargo que o prefeito me deu. Manterei minha posição de fidelidade ao governo”, explicou. O vereador disse ainda que vai propor instalar uma proteção de vidro entre a galeria e o plenário. (EB)

REPÚDIO - Giovane Byl (PTB) repudiou o tumulto acontecido na Casa hoje e as cenas de violência durante a sessão plenária. “Isso é fruto do ódio, e quero repudiar tudo o que se viu hoje, aqui. Venho de um lugar extremamente violento e vulnerável e convivo com locais hostis na periferia da cidade.” Salientou também que não veio preparado para assistir o que aconteceu. “Não se pode ter dois pesos e duas medidas, porque quando vem estudante e trabalhadores à sessão, com todos os motivos, dão exemplo de participação e cidadania, e o aparato é enorme; e quando vem o 'cidadão de bem', entram e está tudo bem. O que é para um tem que ser para todos”, sugeriu. (GS)

INVASÃO - Cláudio Janta (SD) lembrou que estava presente quando das invasões que aconteceram no plenário em 2013 e 2018. “O que está se discutindo aqui não é o empurrão, mas o símbolo máximo de morte e destruição que o ser humano pode fazer com ou outro, a representação da suástica nazista.” Em relação às manifestações ocorridas na galeria do plenário, o vereador salientou que a discussão não é sobre ser contra ou a favor do passaporte vacinal. “O que está se discutindo é o feminicídio, nazismo e racismo, temas muito perigosos, pois no mundo inteiro a apologia ao nazismo é proibido. Que usassem caveira, cruz e grades, mas não a suástica”, insistiu. Disse ainda que “a discussão é sobre o livre arbítrio de quem está vacinado, para que as pessoas saibam que estão num local seguro e que o decreto pode ser revogado, lei tem que ser cumprida ou revogada pela maioria desta Casa”. (GS)

TOTALITARISMO  - Comandante Nádia (DEM) disse que “estamos vivendo o avanço silencioso de um regime totalitarista, esconderam o vírus dos brasileiros por conta do Carnaval de 2020, espalharam o pânico que deixa as pessoas escravizadas e tivemos que ficar dentro de casa, tentando resolver uma crise sanitária, criando uma crise econômica”. Ela entende que “foram criminalizados os remédios e foram negados tratamentos precoce, preventivo, seja lá o que quiserem usar”. Segundo a vereadora, “muitas pessoas foram ao posto de saúde ou hospital e voltaram para casa e não foram medicadas e posteriormente voltaram para UTI, para intubação”. Disse ainda que “é a favor da vacina para quem deseja se vacinar, sem coerção ou obrigatoriedade”. (GS)

Texto

Bruna Mena Bueno (reg. prof. 15.774)
Elisandra Borba (reg.prof. 15448)
Glei Soares (reg. prof. 8577)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)