Plenário

Sessão Ordinária / Lideranças

  • Sessão ordinária online.
    Vereadora Karen Santos (PSOL) (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Sessão ordinária online.
    Vereadora Fernanda Barth (PRTB) (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

Durante o período destinado às Lideranças, na sessão ordinária desta quarta-feira (10/3), os vereadores fizeram os seguintes pronunciamentos:

 

TRISTEZA - Maristela Maffei (PT) disse ser uma honra retornar à Casa como suplente e se mostrou emocionada ao reencontrar grandes amigos e companheiros, estabelecendo ligação com projetos com os quais acredita. “Externo toda a tristeza do momento que estamos vivendo, de luto profundo que mexe com todos aqueles que acreditam nos serem humanos. Isso precisa ser dito para que não passe calada a dor como foi no Holocausto. Lá, uma câmara de gás; aqui, de asfixia.” Mencionou a situação do número de vítimas no Pronto Atendimento da Lomba do Pinheiro e disse que isso não pode passar em branco. “Não há solução se não houver uma parada geral.” Finalizou seu período de fala citando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os últimos acontecimentos envolvendo o líder petista. (LMN)

 

NECROPOLÍTICA - Cris Medeiros (PT) lamentou o falecimento de uma grande amiga de infância e da Michele Sandri da Costa, Secretária de Mulheres do PT de Porto Alegre. “É uma realidade que, infelizmente, o Brasil está vivendo, pois estamos sob o comando de um genocida e vemos essa necropolítica se repetir no estado e no município." Fez apelo aos vereadores aliados do governo para que prestem atenção nas mortes que se dão majoritariamente na população vulnerável. “Nesses três dias de mandato, cumpri meu compromisso de vida e de trabalho com aquelas pessoas que, infelizmente, não são prioridade para a maioria daqueles que compõem a Câmara Municipal.” Defendeu o lockdown, vacinação e auxílio emergencial e denunciou médicos de postos que estão receitando cloroquina. (LMN)

 

CARREATA - Fernanda Barth (PRTB) afirmou que “tempo de fala não é tempo para mentir”, se referindo à declaração da colega Cris Medeiros (PT). “Os médicos têm o direito de prescrever os remédios que bem entenderem. O que foi proibido é que a prefeitura dê o medicamento gratuitamente.” Demonstrou apoio aos trabalhadores que estão desesperados com o “novo decreto autoritário” do governo estadual. Disse que está acontecendo agora uma carreata com mais de 5 mil carros passando pelo Piratini contra as novas medidas impostas no estado. “Não estou aqui para defender grandes empresários, mas sim aqueles que precisam trabalhar para pagar as contas. Todo trabalho é essencial para quem depende dele.” (LMN)

 

DESCULPAS - Marcelo Sgarbossa (PT) também mencionou o falecimento da colega de partido Michele Sandri da Costa, que atuava como Secretária de Mulheres do PT. Citou a fala da companheira Maristela Maffei (PT) e disse que hoje, ao escutar o ex-presidente Lula, lembrou que esteve em um programa de rádio com Luiz Fernando Záchia, que também foi acusado e absolvido, e pediu perdão caso tenha feito alguma manifestação contra ele. Falou também sobre o princípio da proporcionalidade na Casa, recordando que “tentaram dar um golpe há quatro anos atrás, e conseguiram”. Disse que agora houve uma nova tentativa, mas que foi barrado pelo judiciário. (LMN)

 

MARIELLE - Karen Santos (PSOL) ressaltou que “parlamentares de diversos partidos comprometidos com a agenda Marielle Franco” protocolaram 12 projetos de lei de autoria da ex-vereadora do Rio de Janeiro. Entre as propostas estão a criação de dossiê municipal para violência contra mulheres, o programa das Casas de Parto e a instalação do Espaço Coruja, com o intuito de garantir um local para que pais deixem seus filhos no período noturno, e ainda tornar 14/3 (data da morte da ex-vereadora, em 2018) o “Dia Marielle Franco de Enfrentamento à Violência Política contra mulheres negras, LGBTQI+ e periféricos”. Segundo Karen, a proposta é urgente, pois desde o final de 2020 “dezenas de parlamentares negras eleitas sofreram ameaças e atentados contra suas vidas”. (RF)

 

VIGILANTES - Alexandre Bobadra (PSL) defendeu seu projeto de lei que destinam 20% dos postos de trabalho de vigilantes sejam ao sexo feminino, buscando a inclusão das mulheres nessa área. Disse que uma das teorias da morte de Marielle Franco sugere que um suplente poderia estar envolvido na morte da ex-vereadora. “As pessoas, pelo poder, fazem qualquer coisa”, afirmou o vereador. Bobadra diz que será favorável a qualquer vereador que queira criar uma Frente Parlamentar e aponta que a Reforma Previdenciária precisa ser enfrentada na Capital. “Porto Alegre não pode parar, não podemos preterir outras questões em função da covid”. O vereador ainda sugeriu uma visita dos parlamentares à Ceitec, para se ter conhecimento da situação. (RF)

 

LEGADO - Laura Sito (PT) disse que médicos do serviço público não podem prescrever medicamentos do kit-covid, proibido por decisão judicial. Afirma que vivemos “um processo de crise democrática” no país e, lembrando dos três anos da morte de Marielle Franco, disse que o assassinato da ex-vereadora é "símbolo da corrosão democrática e ampliação da violência na arena política”. Afirma que a ex-presidente Dilma Rousseff já havia sofrido dessa violência ao sofrer o impeachment “de forma abjeta”. “Não termos resposta de quem mandou matar Marielle é muito caro, pois segue vivo o legado da luta pela resistência, democracia e um país mais justo”. Laura ainda celebrou a anulação das “condenações ilegais” do ex-presidente Lula e disse que o ex-juiz Sergio Moro “precisa ser declarado suspeito”. (RF)

 

ABONO - Roberto Robaina (PSOL) criticou a “tese estapafúrdia” de Alexandre Bobadra (PSL), de que um suplente poderia ter assassinado Marielle Franco. “Ele nem é muito Bolsonaro, só quer os votos dele”, diz, sugerindo ao vereador se “dedicar a manter o mandato, que deveria ser cassado”. Falou que “foi muito grave que a prefeitura tenha recorrido” da suspensão do kit-covid na Capital. “Vamos tratar de cuidar da cidade. A Câmara deve apoiar e desenvolver políticas públicas”, sugere, citando projeto que garante abono para os trabalhadores da saúde em Porto Alegre. Segundo Robaina, “seria muito útil” que os R$ 8 milhões repassados pela Câmara à Prefeitura pudessem garantir esse abono. Pediu esforço do governo municipal no processo de vacinação. (RF)

 

VOTAÇÕES – Em sua fala, Hamilton Sossmeier (PTB) fez o esclarecimento de que não foi retirada a prioridade das votações de projetos relacionados ao enfrentamento do covid-19, apenas acrescentado que possam ser postas outras matérias. “Estamos aqui para trabalhar, é uma questão de darmos para a sociedade uma resposta. Sabemos o momento difícil, todos nós perdemos amigos e pessoas que amamos, somos conscientes da situação que está nos hospitais, mas também sabemos que a economia está sofrendo. Os discursos que dizem que estaríamos descuidando da vida são ideológicos e políticos. A questão da covid é a mais importante no momento, mas também têm outras questões muito sérias, e a Câmara tem que cumprir o seu papel”, finalizou. (BMB)

 

QUEIXA - Cassiá Carpes (PP) disse que não pode ficar calado ouvindo alguns colegas que se queixam do povo. “Tem muita gente que não gosta da esquerda, pois passaram 14 anos no poder e não cumpriram com as promessas. Enquanto eu estiver aqui, vocês não vão mentir para a população”, comentou. O vereador destacou ainda que é preciso apoio de todos nas questões que contribuam para que a população se cuide, pois não há outra saída para controlar o contágio. “Todos os nossos partidos estão representados nos municípios. O vírus está pegando todo mundo e não tem partido”, finalizou. (GA)

 

PRIORIDADE - Mari Pimentel (Novo) reforçou que todos foram eleitos pelo mesmo motivo: legislar para a cidade. Com isso, falou da importância da retomada de temas que são prioridades para o município, que urge por uma série de pautas que dependem da Câmara Municipal, como a reforma da previdência e a quebra do monopólio da Procempa. Lembrou que é a semana de pagar impostos municipais e que muitos empreendedores, que estão com seus negócios fechados, estão tentando arcar com esse compromisso. “Vamos voltar a trabalhar com temas importantes e parar de falar da covid como algo politizado. A cidade precisa voltar a prosperar. Nenhum de nós é médico. Somos vereadores e estamos aqui para legislar”, explanou. (GA)

 

TRABALHO - Comandante Nádia (DEM) destacou que todo o trabalho é essencial e que hoje muitas pessoas foram às ruas para pedir algo que nunca tinha visto: permissão para trabalhar. “Isso é inusitado. Também assino embaixo do que a Mari Pimentel falou: não somos médicos e não deveríamos entrar em pautas de medicamentos e nem de suspensão das aulas. Sabemos que a escola é lugar muito seguro para nossos filhos”. Disse ainda que o comércio sempre investiu em todo o protocolo de higiene necessário e que o segmento precisa trabalhar. Elogiou o plano de combate à covid do Executivo e o secretário da saúde, Mauro Sparta, afirmando que ele não transmite pânico e acalma as pessoas dizendo que tudo vai dar certo. “Precisamos de uma Câmara que tenha ações afirmativas”, encerrou. (GA)

 

RESPEITO - Idenir Cechhim (MDB) salientou a importância do respeito entre os colegas. “Escutei vereadora dizendo que somos contra a população, mas lembro que 10 pensam de uma maneira e o restante pensa de outro. Base ou independente pensam com a sua cabeça e não de coletivos dos partidos que dizem o que seus militantes tem que dizer.” Lembrou do testemunho de Moisés Barboza (PSDB) sobre o que os profissionais que estão dentro dos hospitais fazem para salvar vidas. Disse ainda que é preciso trabalhar com o que a cidade pede, e a grande maioria votou em um projeto claro que pedia respeito a quem trabalha, a quem tem que gerar emprego e renda. “Temos que olhar quem está lá fora, quem não tem salário e tem que pagar imposto. Porto Alegre merece uma Câmara que trabalhe e não que escolha o que votar.” (GA)

 

LOCKDOWN - Cláudia Araújo (PSD) disse que, no início, a pandemia atingia mais idosos e pessoas com comorbidades e que, hoje, a nova cepa do vírus é mais letal, atinge também jovens, levando a óbito. Reconhece o trabalho que está sendo feito pelo prefeito e o secretário da Saúde, Mauro Sparta, que conseguiram ampliar a quantidade leitos, cerca de mil unidades, mas o esforço é paliativo. “Minimizou a situação, mas não resolve o problema.” Ela falou que o atendimento à covid-19 está em colapso, porque faltam leitos de UTI e demais equipamentos. “As pessoas chegam nas emergências e não há respiradores suficientes.” Sugeriu lockdown por 10 dias em Porto Alegre e citou exemplo de Araraquara (SP) "que fechou por 15 dias e reduziu em mais de 30% a ocupação dos leitos de UTI.” (GS)

 

DIÁLOGO - Bruna Rodrigues (PCdoB), disse que, quando se refere às crianças que ocupam as sinaleiras, é porque perderam os vínculos e foram abandonadas pelo poder municipal. “Se tem alguma coisa que joga as crianças e os trabalhadores para a rua é a falta de um plano de combate ao covid”. Entende que não adianta aumentar o número de leitos se não houver diálogo com as comunidades e construir alternativas. Salientou que é preciso efetivar o auxílio emergencial, ter um plano municipal de vacinação juntamente com a rede de assistência social. “Os negacionistas são a maioria, mas não nos calarão. Defendemos a vida acima da economia, porque não existe economia sem vida”. (GS)

 

RETORNO - Moisés Barboza (PSDB) agradeceu às manifestações dos colegas pelo retorno à Câmara, depois do período em que esteve afastado para tratamento do coronavírus. Disse que a Casa é democrática e o debate fica acalorado, porque os vereadores têm posturas partidárias diferentes. “As pessoas não sabem o que acontece dentro da UTI de um hospital”. Falou que é preciso fazer uma profunda reflexão e diminuir a polarização política em relação à pandemia. Disse estar triste. “Não somos nada. Trocaria meu mandato pela vida do meu sogro.” Acrescentou que a esposa ainda está hospitalizada. Falou que as aglomerações, por pessoas que tem acesso à informação, são irresponsáveis. “Tenhamos coerência.” (GS)

 

FOCO - Alexandre Bobadra (PSL) disse que por mais divergência ideológica e partidária que tenha com os demais colegas, sempre houve respeito. Falou que sentiu-se decepcionado com a intervenção de Roberto Robaina (PSOL), porque em nenhum momento debochou da morte da vereadora Marielle (PSOL-RJ). “Simplesmente retratei o que foi tratado pela imprensa na época.” Segundo Bobadra, são várias as linhas de investigação e que dificilmente se saberá o que realmente aconteceu. “Mas Robaina fez um ataque forte ao presidente Bolsonaro, dizendo que a vereadora Marielle foi morta pela milícia do presidente. E que, daqui por diante, possamos focar em coisas produtivas para Porto Alegre e não em questões pessoais", finalizou. (GS)

Texto

Lara Moeller Nunes (estagiária de Jornalismo)
Grazielle Araujo (Reg.prof. 12855)
Bruna Mena Bueno (reg. prof. 15.774)
Rian Ferreira (estagiário de Jornalismo)
Glei Soares (reg. prof. 8577)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)