Plenário

Sessão ordinária / Lideranças

  • Sessão ordinária.
    Sessão ordinária. (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Sessão ordinária.
    Sessão ordinária. (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

Nos discursos de Lideranças da sessão ordinária desta quinta-feira (6/8), vereadores e vereadoras da Câmara Municipal de Porto Alegre trataram dos seguintes assuntos: 

PREFEITO - Adeli Sell (PT) disse que após a sessão extraordinária de quarta-feira (5/8), o prefeito "destemperadamente atacou a Câmara com um linguajar chulo". Para o petista, "muitas pessoas se iludiram com a conversa refinada" de Marchezan, que, segundo Adeli, "como prefeito é uma tragédia". O vereador criticou a maneira como o prefeito tratou o comércio, além de afirmar que o chefe do Exeutivo municipal persegue os cidadãos. "Ele ataca taxistas, servidores, não pode conviver com uma sociedade democrática, ele deveria ser afastado por incompatibilidade de condições mínimas de civilidade". Adeli lembrou da sua petição contra o uso do Córtex, que obteve retorno positivo do Ministério Público, além da situação dos ônibus, que atualmente tem a Carris assumindo algumas linhas, o que, de acordo com Adeli, fere a lei das licitações. (RF)

IRREGULARIDADES - Aldacir Oliboni (PT) disse que "os vereadores tinham a certeza de que o prefeito não respeitava as deliberações da Câmara", lembrando os vetos e não regulamentações, por parte do Executivo, de projetos apreciados na Casa. Para Oliboni, "chegou mais do que na hora das pessoas perceberem que o prefeito cometeu uma infinidade de irregularidades e não foi por falta de aviso". Oliboni citou a “perseguição a 1.840 famílias” dos trabalhadores da saúde, a terceirização da educação básica de Porto Alegre, o não fornecimento de alimentação e plataforma de estudos remotos aos estudantes da rede municipal. Além disso, recordou o caso do secretário empossado por Marchezan que nomeou uma empresa presidida pelo próprio filho para gerenciar um albergue. "Foi imoral utilizar o recurso da saúde para publicidade e propaganda do governo, vem errando constantemente e está pagando caro por isso", completou. (RF)

DEMORA - Citando o pronunciamento do prefeito na noite de quarta-feira (5/8), Cláudia Araújo (PSD) afirmou que a denúncia foi aprovada por "ações mal realizadas e não por atos políticos". Para Cláudia, Marchezan demorou a ampliar leitos de UTI na capital e disse que há pessoas morrendo de outras doenças, que consultas estão sendo canceladas e que profissionais da saúde estão doentes e afastados, mentalmente abalados". A vereadora apontou que "a nossa economia está morrendo" e criticou que enquanto a construção civil está impedida de trabalhar, "as obras públicas estão a mil". Cláudia frisou que a população precisa "saber onde foram utilizados os recursos destinados para a pandemia" e deseja um "processo imparcial e esclarecedor" do impeachment de Marchezan. (RF)

IMPEACHMENT - Ao abordar as acusações de que o pedido de impeachment do prefeito seria político, Engenheiro Comasseto (PT) afirmou que “todas as decisões da vida pública são políticas”, citando como exemplos manifestações do presidente da República e seu filho criticando a China e a iniciativa do Município em romper contrato com creches e entidades assistenciais. “No momento em que o Município resolve romper com as entidades, é política. No momento em que esta Casa aceitou um decreto legislativo anulando aquele decreto do prefeito que rompeu o convênio com as entidades, tomamos uma decisão política”, afirmou. Ele ainda disse que o fato de o prefeito não estar cumprindo o decreto legislativo, ao não pagar as creches e entidades assistenciais, também é atitude política. O parlamentar também desejou que os membros da Comissão Processante tenham tranquilidade e capacidade de fazer a análise representando todos os vereadores. Encerrou com um ditado popular dizendo que “onde tem fumaça, tem fogo. Vamos verificar a origem deste fogo com a investigação. Quem não deve, não teme”. (ALG)  

MERENDA - Alex Fraga (PSOL) analisou relatório do TCE sobre distribuição da merenda escolar para as famílias de alunos da rede municipal. Que o conselheiro Cezar Miola considera mentirosas as respostas a questionamentos feitos ao governo que não confirmam o dito pelo prefeito e secretário no Legislativo, de que as necessidades básicas alimentares estariam sendo atendidas. Os números apontam que, entre maio e junho, foram entregues alimentos já estocados nas escolas para 2.654 alunos das EMEFs (5,87% do total de matriculados); para 4.070 das escolas conveniadas (19% do total); para 1.638 estudantes das EMEIs (34%) e outras 2,5 mil famílias - 36% do total que procuraram os centros regionais da prefeitura (Crips), não totalizando 40% da rede. Ressaltou que são as ações voluntárias de ONGs que estão salvando as pessoas da inanição, enquanto o governo gasta em publicidade. (MG)

ARROGANTE - João Bosco Vaz (PDT) lamentou a arrogância e prepotência do prefeito na imprensa ao classificar de “patética” a abertura de processo de impeachment. Que ao invés disso deveria afirmar que seria uma excelente oportunidade de provar que estão equivocadas as denúncias dos órgãos e fiscalização (TCE e MPC). Que o fato de estar no final da gestão não é motivo para deixar de investigar possíveis irregularidades. E que é obvio que os vereadores vão apoiar candidatos dos seus partidos na eleição. Disse que o prefeito deveria ser investigado também por não cumprir o Orçamento e a liberação das emendas impositivas, que são legais, com 50% dos seus recursos para a área da saúde, inclusive para a compra de respiradores. Que se tivesse preparado a cidade em vez de gastar em publicidade poderia ter evitado as denúncias e agora não adianta dizer que os vereadores são culpados, disse. (MG)

CONSELHO - Lourdes Sprenger (MDB) disse que mais pessoas subscreveram o pedido de impeachment aprovado ontem pela Câmara e os vereadores não podem prevaricar ao saber da possibilidade de algo não estar correto. Que fiscalizar as ações do Executivo e investigar irregularidades é papel da atividade parlamentar. Disse que não viu as ofensas do prefeito ao Legislativo, mas se pudesse daria um conselho para esperar porque existem muitas responsabilidades na esfera administrativa fáceis de enredar. Lembrou que tem a CPI, ainda em curso, com muita coisa a ser investigada e que seria oportuno um cruzamento dos relatórios. Que há desconsideração do prefeito e de setores da imprensa com os 36 vereadores, que representam os mais diversos segmentos da sociedade e irão produzir uma investigação isenta. (MG)

IRREGULARIDADES - Felipe Camozzato (Novo) disse que o momento de investigação é oportuno porque não há como adiar a apuração de irregularidades quando elas ocorrem mesmo próximo da eleição. Disse que seu partido não terá candidato a prefeito e o caráter político se dá porque a Casa Legislativa é política e investigações criminais se dão no âmbito da Justiça. Que o prefeito se coloca equivocadamente em um patamar acima de todos os demais, que segundo ele fazem politicagem, sendo que ele é o maior interessado nisso ao fazer pré-campanha com a publicidade do governo, motivo da denúncia. Afirmou que votou com o governo em mais de 80% dos projetos porque entendia que eram bons para a cidade e lembrou que as outras formas de investigação, como a CPI, também foram obstaculizadas pelo governo, que mexeu em blocos partidários para conquistar a relatoria. (MG)

 

Texto

Milton Gerson (reg.prof. 6539)
Ana Luiza Godoy (reg. prof. 14341)
Rian Ferreira (estagiário de Jornalismo)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)