Sessão ordinária / Lideranças e Grande Expediente
Nos períodos de Lideranças e Grande Expediente da sessão ordinária desta segunda-feira (23/9), os vereadores e as vereadoras de Porto Alegre discursaram sobre as seguintes pautas:
QUEIMADAS - Lourdes Sprenger (MDB) alertou sobre o aumento de internações de crianças por problemas respiratórios causados pela fumaça das queimadas na Amazônia. Além disso, denunciou que os incêndios florestais no Acre resultaram em ferimentos em cerca de 400 animais que habitavam as áreas próximas. “Ainda não há como mensurar o número de animais mortos este ano em todo o país. Um estudo estimou que em 2020, 17 milhões de vertebrados morreram sob efeito direto dos incêndios. O fogo desequilibra o habitat ao destruir árvores e afugentar animais para áreas que não são de sua origem.” (RR)
GUERRA - Karen Santos (PSOL) denunciou a violência sofrida por palestinos e libaneses no conflito contra Israel. Ela endereçou sua crítica contra o silêncio da comunidade internacional e da grande mídia a respeito do tema e comparou essa “normalização da violência” em conflitos políticos aos casos de violência nas periferias. “Essa desumanização que é constituída como uma forma de naturalizar o assassinato de centena de milhares de pessoas. Só hoje, 270 pessoas perderam suas vidas frente ao silêncio de lideranças que deveriam ter comprometimento com a paz”, afirmou. (BPA)
HAMAS - Fernanda Barth (PL) rebateu as declarações de Karen Santos (PSOL) sobre as críticas ao governo de Israel e afirmou que é uma distorção inaceitável referir-se ao grupo Hamas como povo palestino. “Quem acompanha o conflito sabe. Temos bebês ainda sequestrados, temos mulheres sequestradas sendo vítimas de estupros recorrentes gravados em vídeo e divulgado pelos terroristas, genocidas e assassinos que não são o povo palestino, são o Hamas. O povo palestino é refém destes movimentos terroristas nas áreas em que vivem tanto quanto são as comunidades que vivem em guetos controladas pelo tráfico.” (RR)
CRÍTICA - Jonas Reis (PT) criticou as falas de Barth e declarou ser lamentável que os vereadores utilizem seu tempo de discurso para abordar conflitos internacionais ao invés de abordar temáticas da cidade, como saneamento básico. “Estamos agora com mais de 4 mil pessoas sem água. Não dá para aceitar. Ninguém fala também dessa empresa podre que é a Equatorial. Deu uma chuvinha e 4,5 mil pessoas ficaram sem energia elétrica em Porto Alegre. Sete mil crianças não acessam vagas nas creches, porque não construíram escolas novas”, pontuou. (BPA)
RESPOSTA - Ramiro Rosário (NOVO) também respondeu a Karen Santos a respeito de suas falas sobre Israel, acusando-a de hipocrisia por defender causas antirracistas enquanto não menciona os israelenses mortos durante o conflito. “A vereadora psolista disse que Israel promove ataques racistas. A mesma vereadora não subiu aqui nessa tribuna para falar sobre os 1,2 mil assassinatos com requintes de crueldade, de estupro e tortura, inclusive de pessoas negras que ela diz defender. Talvez ela não tenha conhecimento, mas temos inúmeros judeus negros e pardos. Os sefarditas, por exemplo, são uma comunidade que também foi torturada e teve suas mulheres estupradas. Sobre isso, a vereadora que se diz antirracista não diz absolutamente nada.” (RR)