Sessão Ordinária / Lideranças e Grande Expediente

Os vereadores e vereadoras da Câmara Municipal de Porto Alegre utilizaram o período de Lideranças, Comunicações e Grande Expediente durante a sessão ordinária desta segunda-feira (1/10) para as seguintes manifestações: 

GOVERNO -  Sofia Cavedon (PT) criticou a prefeitura, que por meio da Secretaria Municipal de Educação (Smed), realizou a convocação de professores cedidos que atuam em uma rede de praças e parques municipais para atividades esportivas. Para a vereadora, a medida prejudica a população que usufrui das práticas coordenadas pelos profissionais, acabando com a aula de crianças, adolescentes, e em especial, de idosos. “Seus professores receberam a ordem de se apresentar à Smed e encerrar um trabalho de 24 anos”. Ela ainda afirmou que procurou o Executivo na tentativa de reverter a situação e que os ataques do governo não podem continuar. “Não é possível ficarmos calados diante disso”. (MF)

GOVERNO II - "Nada me surpreende dos atos que o senhor prefeito tem apresentado neste um ano e nove meses perdidos”, disse João Bosco Vaz (PDT). Ao longo de seu pronunciamento, o vereador criticou diversos pontos do governo Marchezan, como a reforma administrativa aprovada pela Câmara. “Esta reforma não foi regulamentada até agora”, apontou. De acordo com Bosco, há mais de mil cargos em órgãos que foram extintos e o governo segue com poucos aliados. Sobre a convocação de professores feita pela Smed, o vereador sugeriu que o Judiciário fosse procurado na busca de uma solução para assunto. (MF) 

GOVERNO III – Para Aldacir Oliboni (PT), o governo municipal atua de forma diferente do prometido em campanha. Segundo ele, o prefeito prometia não terminar com os serviços prestados pelos professores nas praças e parques do município, e hoje os cidadãos fazem um apelo para que ele volte atrás e não retire os profissionais desta atividade. “Vamos ter um pouquinho mais de coerência e humanismo”, disse, ao afirmar que a cidade está às escuras sem políticas públicas devido a má gestão do Executivo, que, de acordo com ele, é uma gestão que não dialoga com a democracia e desrespeita os servidores. (MF) 

GOVERNO IV - Moisés Barboza (PSDB) declarou em seu discurso que não tem o objetivo de alimentar grenalizações partidárias. “Não gostaria de acreditar que algum vereador fizesse uso da insatisfação das pessoas como ferramenta eleitoral”. Sobre a situação dos professores cedidos pela Smed, ele explicou que ocorreu dentro dos procedimentos necessários para suprir a falta de profissionais na secretaria. Na ocasião, o vereador leu o documento do Ministério Público que requeria que providências fossem adotadas para lotar professores nas áreas necessárias. (MF)

PROFESSORES - Clàudio Janta (SD) classificou de covarde a atitude do prefeito de remover os professores regentes que atendem os idosos nas praças. Nesse sentido, lamentou que o governo se justifique por questões eleitoreiras. “Queria que o líder do governo deixasse de se esconder na carapuça eleitoral. Usam sempre a desculpa eleitoreira”, complementou, concordando com a afirmação de João Bosco Vaz (PDT) sobre o prefeito não ter uma imagem admirada nem dentro do partido, que não o exibe nas propagandas eleitorais. “Isso não tem nada a ver com eleição, ele só faz as coisas onde passa a procissão, como já dizia minha vó”, ponderou, listando exemplos como a orla do Guaíba e a recuperação do asfalto na entrada da cidade. (AM)

EDUCAÇÃO - Professor Alex Fraga (PSol) reclamou da péssima gestão municipal, apontando que a forte chuva de hoje, mesmo sendo breve, “transformou a cidade em uma piscina”. Problemas regulares como esse já teriam sido denunciados desde que se anunciou a reforma administrativa da prefeitura. “Os próprios servidores que realizam o atendimento que antes cabia ao Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) estão trabalhando com sucatas oriundas de outros departamentos, como o DMAE”, explicou. Outro problema crítico recordado foi sobre a educação. Segundo ele, o secretário tem acrescentado problemas e retrocessos desde o início da gestão. “A própria promessa de não interromper esse atendimento dos professores aos cidadãos idosos foi descumprida”, lembrou. (AM)

HOMENAGEM - Cassio Trogildo (PTB) reservou seu tempo para homenagear Francisco Mauro Salzano, precursor da pesquisa genética no Brasil que faleceu no dia 27 de setembro, aos 90 anos. Cidadão Emérito do município e professor emérito da UFRGS, o legado deixado por Salzano inclui a fundação do Departamento de Genética e do Programa de Pós-Gradução em Genética da UFRGS, além de uma ampla produção acadêmica de mais de 400 artigos científicos publicados e 18 livros. (AM)

PROFESSORES II - Moisés Barboza (PSDB) explicou seu entendimento sobre a determinação do Ministério Público. Conforme ele, o documento permite que o Executivo realize o remanejamento dos servidores em questão conforme considerar adequado. Depois, questionou as críticas disparadas anteriormente por Clàudio Janta (SD). Ponderando que o próprio parlamentar já teria publicamente destacado melhorias positivas implementadas pela gestão, citou a expansão do horário de atendimento dos postos de saúde. Outra atitude passada de Janta que foi questionada por Moisés é sobre ele ter judicializado a questão do aumento da tarifa do transporte coletivo da Capital, quando já havia previamente se comprometido com um posicionamento distinto junto ao prefeito. (AM)

GOVERNO V – Adeli Sell (PT) lamentou a decisão da Prefeitura que, através da Secretaria Municipal de Educação (SMED), convocou professores de educação física que realizavam atividades de lazer junto a idosos e jovens em ginásios e parques públicos da Capital. “Não aceitamos a retirada de professores das praças e dos parques.” O vereador alertou para os problemas de infraestrutura da cidade, como os alagamentos em dias de chuva e a falta de manutenção de espaços públicos. “A cidade está esburacada, as calçadas estão quebradas. Não tem ação da Prefeitura, porque o prefeito vive no Facebook”, ironizou. Problemas de planejamento de circulação do transporte coletivo e o estado dos  terminais de ônibus também foram mencionados por ele. Sobre o pedido de impeachment do prefeito, Adeli disse que fará uma análise “sob ponto de vista jurídico” e não político. (MC)

QUÓRUM - Cláudio Janta (SD) lamentou que a base do governo tenha retirado o quórum para votação do projeto do Executivo que tratava da licença-prêmio dos servidores. "O prefeito brinca com a vida das pessoas", disse, criticando "a forma covarde com que o prefeito faz as coisas". O vereador lembrou que, após ter pedido urgência para projetos do Executivo, trancando as votações dos projetos dos vereadores, o prefeito determina que a base do governo não dê quórum para votações. "São projetos que mexem com a vida das pessoas que recebem atendimento no Município, com servidores que recebem salários parcelados. O povo necessita de melhor atendimento. Iremos derrotar os projetos que prejudiquem o povo de Porto Alegre. O prefeito não gosta de pobres nem da cidade de Porto Alegre." (CS)

DESRESPEITO - Dr. Thiago (DEM) criticou a falta de rumo do governo e de respeito do Executivo ao Parlamento ao mencionar o vai e vem do regime de urgência do IPTU. “É um desrespeito à cidade de Porto Alegre. Parece que, realmente, o prefeito não gosta de pobre”, disse o parlamentar sobre as visitas dele ao bairro Restinga e que até os moradores do bairro falam que o prefeito não gosta deles. “O prefeito diz que a cidade está quebrada, enquanto os próprios secretários dizem que a cidade é rica”, afirmou. Enquanto isso “há uma falta de autoestima que os portoalegrenses jamais sentiram”, enfatizou Dr. Thiago. Por fim, avaliou que “o funcionalismo público não é o problema, ele é a solução”. (BSM)

ABAIXO-ASSINADO - Berna Menezes (PSOL) mostrou o abaixo-assinado da comunidade da Praça Darcy Azambuja, localizada no bairro Intercap, região do Partenon, zona Leste de Porto Alegre. “Essa é uma região que vai ser desatendida pelo prefeito”, avaliou. “O prefeito está tirando os professores da praça, os idosos, os jovens. Os jovens que agora podem estar sendo adotados pelo narcotráfico, caindo na marginalidade ou em alguma ação de violência”, relatou. "Exigimos respeito aos servidores, aos moradores, que têm direito ao programa, porque pagam por isso, pagam IPTU, pagam para ter professores. Não queremos cair na depressão em frente à televisão. Queremos esporte. Queremos qualidade de vida. Mas, infelizmente, estamos retrocedendo”, lamentou a vereadora. (BSM) 

Texto de: Munique Freitas (estagiária de Jornalismo) 

               Alex Marchand (estagiário de Jornalismo)

               Matheus Closs (estagiário de Jornalismo)

               Bruna Schlisting Machado (estagiária de Jornalismo)

               Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

  Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof.6062)