Sessão ordinária / Lideranças e Grande Expediente

As vereadoras e vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre, durante os períodos Lideranças e Grande Expediente da sessão ordinária virtual desta segunda-feira (17/8), trataram dos seguintes temas: 

PATRIMÔNIO - O vereador Adeli Sell (PT), ao comentar que nesta segunda-feira é comemorado o Dia do Patrimônio Histórico e Cultural, também lamentou que a data seja “alvejada por bombardeios inescrupulosos do governo municipal”. Adeli anunciou que, nesta manhã, houve uma manifestação para marcar a data, dentro das normas sanitárias, no Largo Glênio Peres. A oportunidade serviu como um alerta sobre “a tentativa de o prefeito fazer a concessão ou a privatização descarada do nosso Mercado Público Municipal”. Além disso, Adeli enfatizou a existência de outros patrimônios imateriais em Porto Alegre. Falou do “sanduíche aberto” como marca da cidade. Destacou que a Igreja Nossa Senhora das Dores antigamente se chamava “Igreja Nossa Senhora dos Pretos”. E disse que o “Theatro São Pedro completa seus 162 anos”. Para o parlamentar, contudo, “há uma negação da estética, da estética popular que não é aceita pelas classes dominantes”. O petista, por fim, afirmou que é preciso “lutarmos pela preservação do patrimônio”. (BSM)

SAÚDE - Cláudia Araújo (PSD) lamentou e noticiou que, cada vez mais, ocorre o desmonte da saúde pública na capital. Para tanto, a parlamentar comunicou que os pedidos de ajuda têm sido constantes. Relatou sobre os postos de saúde fechados, terceirizados, ou que os profissionais que atendem nesses locais estão sendo diagnosticados com a Covid-19 - “como é o caso do posto da Cohab Cavalhada” - narrou Cláudia, ao citar que “a médica e mais cinco colegas foram positivados”. Segundo a vereadora, “não é o momento disso acontecer”. Na oportunidade, ela também falou e sentiu pela líder comunitária Helena, da Vila São Gabriel. “Helena lutou para que o posto permanecesse na comunidade, mas hoje perdeu essa batalha para a Covid-19”. Para encerrar, a parlamentar ainda avaliou a situação de escolas e empresários. “O caso é grave. Precisamos nos reunir, senão será um grande caos econômico”, ponderou. (BSM)

CONTRATOS - “Como todos havíamos previsto, os sistemas de flexibilização e cancelamento dos contratos com as terceirizadas está dando as caras”, comunicou o Professor Alex Fraga (PSol). Na oportunidade, Fraga contou que “a empresa Multiclean, que prestava serviços de cozinha e de limpeza nas escolas municipais, decidiu demitir 700 trabalhadores”. Segundo ele, a prefeitura havia garantido à empresa “arcar com somente 30% dos custos, enquanto o governo arcaria com 70%”. No dizer do parlamentar, porém, a empresa agora alega que não tem como arcar com 30% e, por isso, “resolveu rescindir”. Para Fraga, “o município vai ser mais uma vez penalizado por essa gestão, porque há a coparticipação do Executivo nesses processos rescisórios”. O vereador definiu o momento como “uma situação desesperadora” e sinalizou a sua esperança de que “a prefeitura volte a fazer os repasses e possa manter os trabalhadores da empresa”. (BSM)

CLUBES - João Bosco Vaz (PDT) se queixou de que, enquanto aos finais de semana os parques e praças ficam lotados, com aglomerações, sem protocolos ou fiscalizações, os clubes sociais esportivos, que têm protocolos rígidos, permanecem fechados. “Os clubes têm dois sindicatos e, um deles, há mais de mês enviou ofício à prefeitura, mostrando os protocolos, pedindo informações e esclarecimentos, e não recebeu sequer uma resposta”, disse Bosco, ao acrescentar que o segundo sindicato, ao seguir os moldes do primeiro, protocolou outro ofício que ainda também está sem resposta do Executivo. Na tribuna, Bosco fez um apelo ao líder do governo Mauro Pinheiro (PL). Mencionou que Pinheiro “é sócio do Clube Lindóia, frequenta e joga lá, e também é testemunha do que digo”. Ao levar em consideração a procura pelos presidentes dos clubes, que, segundo o parlamentar, “investiram com médicos e cuidados”, Bosco igualmente pediu que “possamos chegar a um ponto comum dentro do razoável”. (BSM)

REIVINDICAÇÃO - Karen Santos (PSol) falou sobre a situação das trabalhadoras da Multiclean. “Não é de agora da pandemia essa situação desrespeitosa na maneira como a empresa trata as funcionárias. Desde que assumi meu mandato como vereadora já fui pelo menos cinco vezes em comitivas para reivindicar salários em dia e direitos básicos que estavam sendo violados.” Mencionou o caso de uma trabalhadora que foi demitida depois de procurar informações sobre o seu salário e disse que esse assédio e perseguição feita com as meninas que limpam e higienizam nossas escolas é cruel. “A Smed tem o dever de proteger elas.” Trouxe para debate também a questão do Mercado Público e dos territórios negros de Porto Alegre. “É a capital mais segregada do Brasil, a população negra está cada vez mais à margem da sociedade.” (LMN)

 

OBRAS - Luciano Marcantônio (PTB) citou duas obras realizadas na região do bairro Humaitá que são extremamente importantes para a população: a da Rua Ernesto Neugebauer e a da galeria que liga as casas de bomba para evitar alagamentos, já licitada por três empresas. “Trago também a obra da estação de tratamento na Ponta do Arado, no Belém Novo, salvando o abastecimento de água nessa região da zona sul de Porto Alegre.” Para concluir, o vereador trouxe o assunto das emendas impositivas, que o governo municipal é obrigado a cumprir, e falou sobre os recursos da Câmara que estão sendo usados na saúde e sobre o projeto para autorizar a volta do futebol amador. “Conversamos muito nas reuniões mas não tivemos resultado. Por isso está na hora da votação. Todas as medidas necessárias serão tomadas e não haverá multidão.” (LMN)

 

PREFEITURA - Marcelo Sgarbossa (PT) mencionou mais uma “briga comprada pelo prefeito”. “Há uns 10 dias, o Diário Oficial publicou uma revisão na gratificação de difícil acesso das escolas municipais, retirando 17 delas da lista. Isso resulta em uma queda de quase 20% na remuneração dos profissionais que trabalhavam lá.” Ele disse que todos foram surpreendidos com a medida e que provavelmente irão recorrer à justiça para reverter a decisão. Outro assunto abordado pelo vereador foi a votação do projeto que permite que os carrinheiros de Porto Alegre possam continuar circulando pela cidade. “Não podemos, ainda mais em um momento desse, proibir essa atividade. Eles estão trabalhando para sustentar suas famílias e estão prestando um serviço à população.” Finalizou solicitando que utilizassem o regime de urgência para acelerar a tramitação do projeto. (LMN)