Plenário

Políticas de atendimento à saúde mental foram apresentadas na Câmara Municipal

Período de comunicações temático sobre saúde mental. Na foto, coordenadora da saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde, Cristiane Juguero Martins.
Cristiane Martins, na tribuna do Plenário Otávio Rocha, coordena atividades na capital (Foto: Débora Ercolani/CMPA)

O período de Comunicações, da sessão ordinária da Câmara Municipal, na tarde desta quinta-feira (8/8), foi ocupado por representantes da prefeitura de Porto Alegre ligados ao atendimento à saude mental. Segundo informaram os oradores, existem atualmente na capital quatro Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD), unidades especializadas em atender dependentes de álcool e drogas dentro das diretrizes determinadas pelo Ministério da Saúde, que tem por base o tratamento do paciente em liberdade, buscando a inserção social. 

De acordo com Danara Dallgnol, Coordenadora do CPS 4 – Centro, Porto Alegre foi habilitada para receber, em março deste ano, a primeira modalidade no Brasil CAPS Porta Aberta 24 Horas capaz de atender pacientes em crise. De acordo com Danara, esse CAPS foi instalado estrategicamente no Centro da Cidade onde, segundo informou, existe a maior incidência do uso de drogas e álcool. “Primeiramente foi feito um mapeamento das ruas para posterior oferecimento dos serviços”, disse ela comunicando ainda que no local existem 67 profissionais ligados à área da saúde, sendo que nove são psiquiatras. Ela falou também que hoje no local são atendidas mulheres trans. Os outros CPAS-AD estão instalados nos Bairros Partenon, Glória e Vila Nova. 

A Coordenadora da Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Cristiane Juguero Martins, falou que em 2016, segundo dados levantados pelo Ministério da Saúde, 275 milhões de pessoas no mundo experimentaram substâncias psicoativas e álcool de forma indevida. “Sendo que dessas pessoas, 3,3% morreram em consequência do uso de álcool”, ressaltou. Ela informou ainda que em Porto Alegre as internações na rede pública de saúde, 60% são em consequência do uso de álcool e drogas.

“Os CPAS ajudam a diminuir o atendimento nas emergências”, enfatizou Cristiane dizendo que desses atendimento 4,5% são homens e 2% mulheres. Já a gestora de Serviços de Saúde Mental da Associação Educadora São Carlos, Arlete Fante, falou que os CPAS ajudam ainda na inserção social dos usuários de álcool e substancias psicoativas. “Nossa meta é atender demandas voltadas ao contexto social, buscando a reinserção dessas pessoas à sociedade”. 

Vereadores

Vereadores e vereadoras da Câmara Municipal de Porto Alegre falaram sobre a saúde mental na capital:

URGÊNCIAS - Aldacir Oliboni (PT) disse que deve haver orientações para que se possa oferecer um tratamento de saúde adequada à população de Porto Alegre. “Temos, na cidade, 1,6 milhão de pessoas e, à disposição, somente 15 Centros de Atenção Psicossocial (Caps)”, lamentou. “A não ser o Caps AD IV, localizado no Centro, os outros não atendem 24 horas”, falou ainda ele. Oliboni relatou que vereadores da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) já visitaram o “Postão da Cruzeiro” onde foi verificado que, infelizmente, “embora ele atenda saúde mental, não é o suficiente para a demanda existente”. Para finalizar, o vereador fez um apelo: “que o governo diga para a sociedade, na medida em que o cidadão tem uma urgência na sua casa, para onde este cidadão deve ser levado”. (BSM) 

SAÚDE - Cláudia Araújo (PSD) questionou o que é, de fato, a saúde mental e respondeu: “é quando estamos conectados com os nossos pensamentos, os nossos sonhos e os nossos desejos. É quando acordamos pela manhã e agradecemos por estarmos vivos”. Segundo Cláudia, quando todas essas questões se confundem, seja por uma perda, seja por uma dependência (ou o que for), “a nossa saúde se abala”. A vereadora tammbém indagou "o que temos para oferecer?" lembrando que, o Rio Grande do Sul, assim como os demais estados do Sul, está entre os primeiros lugares no ranking por tentativa de suicídio conforme levantamentos de 2017. Para concluir, Cláudia mencionou que “não adianta falarmos de problemas sem apresentarmos soluções”. (BSM)

Igualmente citaram o tema os vereadores Lourdes Sprenger (MDB), Hamilton Sossmeier (PSC) e José Freitas (PRB). 

Texto

Regina Andrade (reg. prof. 8.423)
Bruna Schlisting Machado (estagiária de Jornalismo)

Edição

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

Tópicos:Álcool e DrogasCAPsSaúde Mental