Prefeito ameaça parcelar salários e aumentar para até 22% a contribuição para a previdência
O prefeito Sebastião Melo participou do Período de Comparecimento da sessão ordinária desta segunda-feira (31/5). Veio fazer um apelo final a favor da aprovação da reforma do sistema previdenciário do município. Disse que o déficit nas contas é de R$ 1,4 bilhão por ano, R$ 3,5 milhões por dia e que, se não houver a reforma, em outubro não haverá mais dinheiro para sequer pagar o salário dos próprios servidores em dia. Lembrou, ainda, que o líder do governo, vereador Idenir Cecchim (MDB), já desarquivou, na quinta-feira, emenda que, com base na reforma federal, prevê o aumento do percentual dos salários com que tanto servidores quanto aposentados colaboram para o sistema para até 22%. Em seguida, fez uma comparação entre o valor que está sendo gasto diariamente para fechar as contas com o que seria necessário para realizar outras ações. Entre elas, a construção de moradias para 41 famílias da Ilha do Pavão, que demandaria apenas um dia do déficit e para 100 famílias da Lomba do Sabão, seis. Que existem 5 mil mães que precisam trabalhar esperando uma vaga de creche onde possam deixar seus filhos. Melo afirmou que, se a proposta original do governo não for aprovada, pode inclusive criar um desconto adicional e vai pagar primeiro os serviços essenciais, como recolhimento de lixo e alimentação das crianças e, só depois, os salários, começando pelos mais baixos. Recordou, ainda, que fez 30 reuniões com vereadores, sindicatos e associações de servidores e concordou com modificações que amenizaram o prejuízo aos trabalhadores, em especial, os que já estão próximos da aposentadoria. Entre as emendas, a que diminui de 100 para 90 últimas contribuições as que entram no cálculo da aposentadoria e a diminuição de 100 para 50 no valor do pedágio para os que têm direito a regras de transição. O governo também aceitou incluir, a pedido dos servidores, os benefícios acordados na Lei Orgânica do Município, para que outro prefeito não venha a retirá-los. Se aprovado o projeto, porém, prometeu discutir com os vereadores onde vai ser aplicado o dinheiro economizado. Por fim, disse que, seja qual for, vai aceitar a decisão dos vereadores porque, em sua opinião, a legitimidade deles é do tamanho da dele próprio, porque eles também brotaram do voto popular para ajudar as pessoas. Assistiram à sessão o vice-prefeito Ricardo Gomes; os secretários de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cézar Schirmer; de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Lorenzoni; de Governança Local e Coordenação Política, Cássio Trogildo; de Administração, André Barbosa; da Fazenda, Rodrigo Fantinel; Obras e Infra-estrutura, Pablo Mendes Ribeiro; de Mobilidade Urbana, Fernando Zachia; e o diretor-geral do Departamento que Administra a Previdência dos Servidores, Rodrigo Machado Costa.